Capítulo 29

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4200 palavras

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  — Oh, Bibi!? — Chamou a pequena Catrina, a menininha estava com cinco anos, em sua mão, um picolé de manga que pingava no chão, ela olhou em volta, procurando pela irmã. Sem sucesso, Catrina continuou andando pelo quintal, porém, ouviu um choro. — Bibi! — Gritou, correndo para trás da árvore, lá estava Bárbara, a mais velha estava com nove anos, e tinha acabado de se machucar por ter feito o que sua mãe não deixou, subir na árvore. 

— Cat, a mamãe chegou? — Perguntou, seus olhos molhados pela dor do machucado.

— Não — Respondeu a pequena, olhando para irmã. — Você fez dodói? 

— Fiz — Assumiu Bárbara, limpando o rosto, nunca gostou que a vissem chorar. — Tá doendo.

  Catrina se aproximou, passando sua mão na cabeça de Bárbara, dando tapinhas.

— Passou, passou. — Disse Catrina, consolando a irmã. 

— Obrigada, Cat, não conta pra mamãe. — Bárbara franziu a testa, mandona.

— Só se você me der outro picolé. — Catrina sorriu, fazendo sua irmã rir.

— Credo, menina — Bárbara se levantou, e estendeu a mão para sua irmã, Catrina segurou, olhando para cima, vendo a mais velha piscar pra ela. — Vou lavar o machucado e a gente vai comprar, e termine esse. 

— Tá bom. — Catrina assentiu, voltando sua atenção para o picolé. 

  Alguns minutos depois, as duas apostavam uma corrida para o sorveteiro, Bárbara a deixava ganhar toda vez.

— Oi, Gi — Catrina cumprimentou a filha do sorveteiro, a menina sorriu.

— Oi, Cat.— Falou a menina, sorrindo.  

— Oi, Gisele — disse Bárbara, tirando do bolso as moedas. — Qual que você quer? — Perguntou para a mais nova.

— De chocolate. 

  Depois de comprar o picolé, Catrina e Bárbara foram para o parquinho. As duas sentaram no balanço, a mais nova já estava com a boca suja de chocolate e Bárbara fazia careta. 

— Mamãe vai saber que fomos no parquinho e vai brigar. — Comentou Catrina, terminando o picolé.

— Ela briga por qualquer coisa mesmo. — Bárbara respondeu. A mais velha colocou os pés na grama, encarando seus sapatos. — Só temos que voltar antes dela chegar.

— Tá bom, Bibi, me balança? — Pediu, segurando nas cordas, Bárbara assentiu, se levantando e empurrando Catrina, primeiro puxava para trás e soltava. A mais nova ria, vendo o mundo por outro ângulo.

  Catrina sempre pôde contar com sua irmã para fazer o que gostaria.
  As duas riam juntas e comiam o que a mãe delas proibia. Bárbara levava a culpa todas às vezes por ser a mais velha, porém, não se importava, ver sua irmã feliz era tudo o que ela queria. Mas,  o que fazia era proteger Catrina de tudo.

  Certa vez, a mais nova chegou em casa chorando porque seus colegas enviados do capeta puxaram seu cabelo, Bárbara nem se deu o trabalho de contar para seus pais, resolveria sozinha.

— Irmã, falaram que o meu cabelo é feio — Chorou Catrina, segurando o pato de pelúcia. Bárbara franziu a testa e se abaixou na altura da menina.

— Quem falou isso? — Questionou ela, nervosa.

— Uma menina que começou e os outros também falaram.

ARMA DE OURO | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora