Capítulo 7

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  4364 palavras

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  A festa da Garcia Moda acontecia anualmente no Monte Palace, um luxuoso hotel na região Sul do centro, aquele lado da metrópoles era banhado pelo oceano, sendo assim, a vista do hotel era a praia, o que fazia o lugar ser muito solicitado para grandes eventos.

  Um tapete vermelho foi posto na escadaria do hotel para receber os ilustres convidados, de cada lado, jornalistas com suas câmeras para registrar o momento que os milionários chegariam.

  Faltava alguns minutos para anoitecer totalmente, os últimos raios solares iluminavam o horizonte, a lua estava cheia e as estrelas começaram a surgir.

  Bárbara se olhou uma última vez pelo espelho do carro, a líder usava um longo vestido verde esmeralda, sua maquiagem estava escura ao redor dos olhos e em seus lábios um batom nude, a líder mandou um beijo para seu reflexo, sentindo gostosa pra caralho e encarou seu parceiro, Ian arrumava a gravata azul pela terceira vez, o asiático optou por um terno preto, nem é preciso mencionar como usar preto realçava o tom pérola de sua pele.

— Não chegamos muito cedo? — Questionou Ian, virou o rosto na direção da líder, ela deu de ombros.

— Não, o horário está certo, às seis. — Bárbara mostrou seu antigo relógio de pulso, o asiático confirmou a hora. — Só não vamos entrar pela frente. — A líder encostou no banco de couro e fechou os olhos.

— Alguém vem recepcionar a gente? — O vice perguntou, a comandante assentiu.

— Não se preocupe, daqui a pouco ela chega — Bárbara abriu os olhos novamente, encontrando o olhar impaciente de Ian, ela sorriu. — Por que colocou gravata? Escondeu a tatuagem.

— Estou tentando ser elegante, me dá licença. — Ele revirou os olhos, ela manteve o sorriso.
  Bárbara começou a desamarrar a gravata dele rapidamente, Ian a olhava confuso.
— Para, eu não tenho camisinha hoje.

— Idiota, não tô tirando sua roupa, é só a gravata. — Bárbara advertiu, ele riu. A líder tirou a gravata e a guardou no porta-luvas, depois desabotou os primeiros botões e a abriu a camisa para dar um ar mais despojado e rebelde. — Pronto! Agora está mais sua cara, nossa, quem é esse gângster? — Questionou a morena, em seguida começou a rir. Ian revirou os olhos.

— Você só gosta de mim quando estou parecendo um bandido. — O asiático murmurou. — Maria tornozeleira! — Ian gargalhou.

— Cala a boca, peste! — Bárbara ordenou, segurando o riso.
  Os dois se encararam, Ian colocou a mão sob a boca e a líder desviou o olhar para a janela.

  Alguns minutos depois, uma mulher alta e pálida os levava pelos corredores da parte interna, Bárbara e Ian a seguiam com uma certa seriedade, a mulher sabia que os dois eram gângster, ninguém daquele lado da cidade desconhecia os dois, a líder e o vice comandante da Leviatã.

  Bárbara entrelaçou o braço com o do asiático e os dois entraram no salão da festa, o lugar era todo espelhado, em cores neutras e amplo, os garçons já passavam pelo local com taças de champanhe, servindo os milionários presentes, os gângster trocaram olhares e disfarçaram a cara de deboche para a "elite", no fundo, os dois queriam conquistar o núcleo pelo mesmo propósito.

  Os comentários discretos e olhares curiosos estavam em cima dos dois jovens, Ian permanecia com a mesma seriedade, fazendo cara de mal, como diria Bárbara.
  Já a líder, sorria gentilmente para todo mundo que ia falar com eles. Sempre simpática e receptiva, afinal, eles podiam ser futuros clientes.

— Senhorita Reis. — Juliana Alves, a herdeira do Hospital São Miguel, onde apenas a elite podia ter acesso, a negra alta e curvilínea, se aproximou lentamente dos gângster. Eles se entreolharam e encararam a dama, Ian ergueu levemente a sobrancelha, Juliana não era aliada, mas isso poderia mudar essa noite. Bárbara sorriu, amigável. — Não esperava vê-la essa noite.

ARMA DE OURO | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora