Capítulo 18

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 4100 palavras

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  Bárbara respirou fundo, desviou o olhar para a janela, sabia que uma hora ou outra, esse assunto chegaria aos ouvidos de Laura, mas o motivo para que ela tivesse mandado os gângster mudarem a rota para o distrito Nilo, foi testar até que ponto Laura aceitaria o mundo que ela vive. Não podia investir seu tempo em uma mulher que não seria capaz de aceitá-la.

— Tudo o que você ouviu é verdade — A líder voltou a encarar Laura, notou a garota arregalar os olhos. — Eu fiz isso com ele, mas isso mudou algo entre nós?

— Não — Murmurou a loira. — Eu só queria que você me falasse, queria ouvir isso de você antes de acreditar. No fundo, já sabia que era verdade. — Laura afirmou, deixando de encará-la.

— Laura, eu quero me abrir pra você — Bárbara colocou a mão no ombro da mais nova, Laura prendeu a respiração. — Mas eu preciso ter certeza que você vai me aceitar, e não vai julgar o que eu faço, essa é a minha vida.

— Eu não vou fazer isso — A loira segurou o rosto de Bárbara com as duas mãos. — Quando eu te conheci, já sabia quem você era, só peço pra que seja sincera comigo. Vou estar do seu lado, não importa o que falam de você. — Confessou a mais nova, depois desviou o olhar, envergonhada. Sentiu seu coração disparar e suas mãos gelaram. Bárbara sorriu, e deitou sob as pernas de Laura. 

— Você promete? — Perguntou Bárbara, erguendo a mão para fazer o juramento do mindinho. Laura riu e assentiu.

— Prometo. — As duas entrelaçaram seus dedos e seguraram o riso.

  Alguns minutos depois, Laura contava algo irrelevante que aconteceu na sua semana, mas que Bárbara fez questão de ouvir, a líder encarava os olhos oceano da mais nova e sorria, a loira abaixava a cabeça, tímida. 

— Não sei porque você faz questão de ouvir essas besteiras, não fiz nada de interessante desde que nos encontramos. — Laura deu um gole no café, aproveitou que Bárbara aceitou para tomar mais uma xícara.

— Mas como eu vou saber de você se não me contar? — Questionou a líder.

— Achei que você tinha uma pasta de informações minhas no seu escritório. — Laura explicou, fazendo Bárbara rir.

— Eu tenho, mas aquilo é superficial — Ela contou. Laura franziu a testa, falou na brincadeira, porém, se assustou com a revelação. — Ah, sobre a festa, eu posso mandar meus gângster te buscar.

— Não precisa, vou com o Diogo, te encontro lá. — Advertiu a loira, dando mais um gole no café.

— Você que sabe. — Bárbara sussurrou, depois olhou para seu relógio de pulso. — Preciso ir.

— Fica mais um pouco. — Laura pediu, mas Bárbara já tinha levantado da cadeira.

— Eu não posso. — Murmurou ela, ajeitando os cabelos. Laura também se levantou, decepcionada. Queria a companhia dela por mais tempo. — Quando as coisas se acalmarem na gangue, vou levar você para passear.

— E onde vamos? — Questionou Laura, acompanhando Bárbara até a saída.

— É surpresa, só quero que segure minha mão e nós vamos explorar essa cidade. — Bárbara sorriu, Laura sentiu seu rosto queimar, com certeza estava vermelha.

— Espero te ver logo. — Ela dizia, segurando a maçaneta da porta, Bárbara riu.

— Até breve, Laura. — Bárbara beijou a bochecha da garota antes de sair da casa, Laura ficou segurando a porta, observando a líder se distanciar. No final, não importava o que ela faria, Laura percebeu que sentia algo que não poderia controlar.

ARMA DE OURO | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora