Contrato

Prólogo

   Os sinos soavam por toda a construção, aquilo me dava arrepios, não era assim que eu queria que fosse. Mas isso não era sobre mim mesmo, sendo sincera, nunca cheguei a sentir que minha própria vida fosse minha, isso não vai fazer diferença. Eu sei que não.

(S/M): Está pronta? —Pergunta entrando no quarto onde eu me arrumava.

—Sim. —Digo levando meu olhar à qualquer outro lugar que não fosse ela.

(S/M): Tudo bem, vou chamar o seu pai. —Diz saindo e logo fechando a porta.

   Sempre pensei que esse seria o dia mais feliz da minha vida, e acabou sendo o mais tediante.

(S/P): Sua mãe disse que... —Diz abrindo a porta, ele se interrompeu assim que olhou pra mim. —Está linda.

—Obrigada.

(S/P): Queria que estivesse feliz minha princesa... Sinto muito.

—Está tudo bem.

(S/P): Não minta pra si mesma princesa.

—O que posso fazer pai? Ela não vê, e não somos nós que podemos abrir os olhos dela. —Declaro cruzando os braços.

(S/P): Olhe pra mim princesa... —Diz parando na minha frente e segurando meu rosto com cuidado. —A sua mãe é uma mulher incrível, mas até as mulheres mais incríveis passam por alguns momentos escuros. Por enquanto ela não vê claramente o que está fazendo, e o que eu mais desejo agora é que alguma luz brilhe sobre ela e a faça ver que isso não é necessário. Mas mesmo que isso não aconteça, temos que ter a esperança de que não demore pra acontecer. Então por enquanto eu quero que saiba que você é um dos meus maiores orgulhos, você é a minha princesa agora, e sempre vai ser. Eu vou estar sempre aqui por você, e se isso te machucar eu prometo que te tiro de perto dela até que ela veja isso...

—Obrigada pai... —Digo o abraçando, eu precisava me segurar pra que não chorasse.

   Mesmo que fosse normal uma noiva chorar, esse não era o meu caso, eu não queria me casar. Não assim. Meus pais sempre foram ocupados com negociações que os levaram a ser os maiores empresários do país, mas nunca pensei que a minha mãe colocaria isso acima da família.

(S/P): Pronta?

—Sim.

   Saímos do quarto e seguimos até onde todos estavam.

[...]

—Aceito.