Capítulo 15

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   Nós saímos e entramos no carro, logo indo pra empresa.

[...]

(Hyunjin): Não vamos demorar, não é?

—Não, só temos que conferir os emails, e ver se temos alguma proposta.

(Hyunjin): É... Simples e rápido.

—Exatamente.

   Assim que as portas do elevador se abriram nós saímos, o corredor estava como de costume, algumas pessoas aqui, outras ali, mas todas se organizaram quando nos viram. Isso me deixava um pouco tensa, por isso eu preferia a ideia de me tratarem normalmente. Mas de qualquer jeito eu me sentia bem melhor de saber que a minha mãe não estava em cima.

   Assim que entramos na sala fechamos a porta e eu me sentei na mesa abrindo o notebook, enquanto o garoto se sentou na poltrona e pegou o notebook em cima da mesinha. Então entrei no email da empresa comecei a conferir os que ainda não tinham sido abertos.

   Estava tão concentrada na tela do notebook, que me assustei quando abriram a porta de uma vez.

:Hyunjin! Por que fechou o escritório?! —Pergunta uma garota aparentemente irritada.

(Hyunjin): Primeiro, não foi ideia minha. —Diz sem tirar os olhos do notebook.

   Voltei meu olhar pro notebook sem me importar muito, se ele estava tão confiante não podia ser nada importante.

:E o que eu vou fazer agora?!

(Hyunjin): Segundo, pare de gritar, já ajuda muito.

:Hwang Hyunjin!

(Hyunjin): Perguntou o que iria fazer agora... E eu disse pra parar de gritar, mas você não ligou então não me pergunta mais nada. Eu já te respondi então já pode ir embora.

:Quem é ela?

—Não acha que eu devia perguntar isso? Você entra no meu escritório gritando e atrapalhando o meu trabalho como se fosse a minha mãe e ainda quer saber quem eu sou?

   Ela abaixou a cabeça, parecia ainda mais irritada.

—Não se preocupe. —Levanto meu olhar e vejo os seguranças esperando atrás dela na porta. —Tenha um bom dia.

   Assim que termino de falar, eles a levam pra fora da sala e fecham a porta, finalmente eu posso terminar o que estava fazendo.

(Hyunjin): Quando foi que chamou os seguranças?

—Na mesma hora que ela entrou sem bater, nem avisou a Liz.

(Hyunjin): Ah... Desculpa por isso.

—Afinal quem era ela?

(Hyunjin): Ela trabalhava na empresa, está irritada porque os nossos pais unificaram os escritórios e não recontrataram alguns funcionários.

—Ok... Pela empatia é compreensível, mas não justifica entrar no escritório dos outros gritando como se fosse a dona. E... A culpa disso não foi sua.

(Hyunjin): É...

—Pensa comigo, ela não quis te ouvir, ao invés disso ela decidiu que gritar seria a melhor opção, se ela tivesse entrado em contato da forma certa, isso seria resolvido da forma mais certa possível. Iríamos contratá-la para trabalhar aqui. Mas como ela decidiu te culpar pelas frustrações dela... E contando com esse comportamento dá pra entender por quê não recontrataram ela.

(Hyunjin): Obrigado.

—Pelo que?

(Hyunjin): Por me entender.

—Eu só analisei os fatos. E você também deixou claro que não vai com a cara dela.

(Hyunjin): Ah... É.

—Já acabou?

(Hyunjin): Ainda faltam alguns. Já sabe o que vamos pedir pro jantar?

—Duas passagens de ida pra qualquer lugar longe daqui? —Ri.

(Hyunjin): Aceito. —Afirma animado.

—Sinto muito Hyun.

(Hyunjin): Eu sei... Tudo bem. Podemos ir depois, deixamos os celulares aqui, e os notebooks, qualquer meio de comunicação.

—Parece tão perfeito.

(Hyunjin): E é...

—Mas falando sério, acho que o Jasper já tem um plano pra esse jantar.

(Hyunjin): Tinha me esquecido dele.

   Eu sabia cozinhar e amava isso, mas eu sabia que nada nunca seria suficiente pra minha mãe, mesmo que eu fizesse pratos dignos de alguma rainha ou algo assim. Sempre seria medíocre aos olhos dela, então eu não fazia mais nada pra ela.

(Hyunjin): Está nervosa?

—Não... Não fico nervosa com coisas assim desde que tinha doze anos. Desde que aprendi que nunca seria boa o suficiente pra minha mãe. Não tento, não tenho expectativas nem decepções. Me acostumei.

(Hyunjin): Sinto muito... —Diz fechando o notebook. —Sabe de uma coisa... Não podemos ir pra longe deles... Mas ainda temos algumas horas pela frente, o que acha de se distrair um pouco?

   Ele se levantou da poltrona e deu alguns passos até a minha cadeira onde apoiou suas mãos nos braços da mesma, a virando pra ele nos fazendo ficar frente á frente.

—Onde?

(Hyunjin): Eu sei lá, nos bancos da frente de um carro acelerado, ou em cima de uma moto á mais de cem, talvez descer a rua mais íngrime da cidade de skate.

—Quer se distrair ou perder a vida? —Pergunto rindo.

(Hyunjin): Qualquer coisa contanto que tire seus pensamentos ligados á esse jantar.

—Ainda acha que estou preocupada?

(Hyunjin): Vejamos... Você preferiu acordar cedo em uma sexta pra conferir emails ao invés de ficar em casa. E claramente não dormiu a noite toda porque se tivesse, tenho certeza de que ainda estaria dormindo.

—Quem te passou a minha ficha?

(Hyunjin): O Lino. —Sorri.

—Hm. Sabia.

(Hyunjin): Então senhorita S/N... Quer sair comigo? —Pergunta sorrindo.

—Por que não?

   Ele me deu a mão e me levantou da poltrona logo me puxando pra fora do escritório.

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