Sem que eu notasse já estava chorando, e logo eu já soluçava, por que ela tinha que ser sempre tão cruel? Eu nunca iria me livrar daquelas malditas memórias de ouví-la dizendo que eu nunca seria o suficiente, ou que nunca chegaria à lugar nenhum se não a obedecesse em tudo, e seguisse o plano que ela criou pra minha vida.
(Hyunjin): S/N... Abre a porta por favor...
Eu não conseguia nem mesmo responder. Por mais que eu quisesse só ignorar, não era justo descontar algo que não tinha nada a ver nele. Eu respirei fundo até que a minha respiração voltasse ao normal e os soluços parassem, então fui até o banheiro da suíte e molhei meu rosto o secando logo em seguida, tentei me distrair com qualquer outra coisa como o assunto das reuniões da semana, e então andei até a porta e abri a mesma.
Eu não olhei diretamente pra ele, mesmo que ele já soubesse que eu estava chorando, eu sempre odiei que me vissem assim. Me assustei quando ele me abraçou, e então olhei pra ele.
(Hyunjin): Não precisa fingir. Nós passamos pela mesma coisa, e eu consigo te entender.
—Eu juro que não iria embora por sua causa. É que... Isso é tão injusto... Abrimos mão das nossas vidas por eles e ainda somos insuficientes.
(Hyunjin): Você é muito mais do que suficiente, e se eles não vêm isso, o problema não está em você mas sim neles.
[...]
Depois daquela noite eu decidi que iria ignorar tudo que envolvesse a minha mãe. Talvez fosse difícil, e eu teria mesmo que ir contra os meus próprios princípios, mas eu precisava entender que eu não era mais uma criança, e ela não podia mais me afetar tanto.
Na tese tudo ia bem, mas como eu ia ignorar ela durante um jantar em casa? O lado bom é que eu teria o dia todo pra pensar nisso. Levantei da cama sem muita animação e depois de um banho eu me vesti e saí do quarto.
Assim que fechei a porta atrás de mim o Hyun subiu as escadas e andou até onde eu estava, ele parou na minha frente e ficou alguns segundos em silêncio. Ele se aproximava devagar até abraçar a minha cintura e deitar a cabeça no meu ombro.
—Aconteceu alguma coisa? —Pergunto abraçando o garoto.
(Hyunjin): Não...
—Nossos pais?
(Hyunjin): Também.
—Então... O que é?
(Hyunjin): Não posso só te abraçar? Sem motivo nenhum?
—Pode. —Sorri.
(Hyunjin): O que quer comer?
—Ainda não sei... Tem alguma ideia?
(Hyunjin): Ahn... Também não... Vamos comer aqui ou vamos sair?
—Acho que podemos pegar algo na cafeteria considerando que temos que ir até a empresa pra conferir algumas coisas e resolver outras. Mas não vamos demorar.
(Hyunjin): Tudo bem. —Faz bico.
—Quando disse que eu não preciso passar por nada sozinha... Também serve pra você. Estou aqui pro que precisar.
(Hyunjin): Obrigado. —Sorri.
—Não precisa agradecer. Estamos aqui pra isso... Até porque, parecemos ser as únicas pessoas que nos entendem.
(Hyunjin): Não achei que iríamos nos entender tão bem.
—Eu nem conseguia imaginar como seríamos um com o outro.
(Hyunjin): E o que acha?
—Que é melhor do que eu podia pensar.
(Hyunjin): Que bom.
—É mesmo. Conseguimos mudar.
(Hyunjin): Significa que eu não sou mais arrogante pra você? —Pergunta sorrindo.
—Não... Você não é. É só um neném.
(Hyunjin): Acredite ou não, eu só sou assim com você.
—Por que?
(Hyunjin): Eu não sei.
—Tudo bem... Quando descobrir promete me contar?
(Hyunjin): Prometo.
—Ok, então vamos. Não podemos passar o dia lá.
(Hyunjin): Podíamos sair...
—Pra onde?
(Hyunjin): Qualquer lugar que fosse longe daqui. Onde eles não pudessem nos encontrar.
—Seria uma boa ideia. Mas sabe que não temos esse lugar... Não agora.
(Hyunjin): É... —Diz fazendo bico.
—Viu? Só um neném. —Digo segurando o rosto dele.
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Contrato
FanfictionRelaxa... Esse não é o clichê o qual você já sabe o que acontece e como acontece.