Capítulo 14

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   Sem que eu notasse já estava chorando, e logo eu já soluçava, por que ela tinha que ser sempre tão cruel? Eu nunca iria me livrar daquelas malditas memórias de ouví-la dizendo que eu nunca seria o suficiente, ou que nunca chegaria à lugar nenhum se não a obedecesse em tudo, e seguisse o plano que ela criou pra minha vida.

(Hyunjin): S/N... Abre a porta por favor...

   Eu não conseguia nem mesmo responder. Por mais que eu quisesse só ignorar, não era justo descontar algo que não tinha nada a ver nele. Eu respirei fundo até que a minha respiração voltasse ao normal e os soluços parassem, então fui até o banheiro da suíte e molhei meu rosto o secando logo em seguida, tentei me distrair com qualquer outra coisa como o assunto das reuniões da semana, e então andei até a porta e abri a mesma.

   Eu não olhei diretamente pra ele, mesmo que ele já soubesse que eu estava chorando, eu sempre odiei que me vissem assim. Me assustei quando ele me abraçou, e então olhei pra ele.

(Hyunjin): Não precisa fingir. Nós passamos pela mesma coisa, e eu consigo te entender.

—Eu juro que não iria embora por sua causa. É que... Isso é tão injusto... Abrimos mão das nossas vidas por eles e ainda somos insuficientes.

(Hyunjin): Você é muito mais do que suficiente, e se eles não vêm isso, o problema não está em você mas sim neles.

[...]

  Depois daquela noite eu decidi que iria ignorar tudo que envolvesse a minha mãe. Talvez fosse difícil, e eu teria mesmo que ir contra os meus próprios princípios, mas eu precisava entender que eu não era mais uma criança, e ela não podia mais me afetar tanto.

   Na tese tudo ia bem, mas como eu ia ignorar ela durante um jantar em casa? O lado bom é que eu teria o dia todo pra pensar nisso. Levantei da cama sem muita animação e depois de um banho eu me vesti e saí do quarto.

   Assim que fechei a porta atrás de mim o Hyun subiu as escadas e andou até onde eu estava, ele parou na minha frente e ficou alguns segundos em silêncio

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   Assim que fechei a porta atrás de mim o Hyun subiu as escadas e andou até onde eu estava, ele parou na minha frente e ficou alguns segundos em silêncio. Ele se aproximava devagar até abraçar a minha cintura e deitar a cabeça no meu ombro.

—Aconteceu alguma coisa? —Pergunto abraçando o garoto.

(Hyunjin): Não...

—Nossos pais?

(Hyunjin): Também.

—Então... O que é?

(Hyunjin): Não posso só te abraçar? Sem motivo nenhum?

—Pode. —Sorri.

(Hyunjin): O que quer comer?

—Ainda não sei... Tem alguma ideia?

(Hyunjin): Ahn... Também não... Vamos comer aqui ou vamos sair?

—Acho que podemos pegar algo na cafeteria considerando que temos que ir até a empresa pra conferir algumas coisas e resolver outras. Mas não vamos demorar.

(Hyunjin): Tudo bem. —Faz bico.

—Quando disse que eu não preciso passar por nada sozinha... Também serve pra você. Estou aqui pro que precisar.

(Hyunjin): Obrigado. —Sorri.

—Não precisa agradecer. Estamos aqui pra isso... Até porque, parecemos ser as únicas pessoas que nos entendem.

(Hyunjin): Não achei que iríamos nos entender tão bem.

—Eu nem conseguia imaginar como seríamos um com o outro.

(Hyunjin): E o que acha?

—Que é melhor do que eu podia pensar.

(Hyunjin): Que bom.

—É mesmo. Conseguimos mudar.

(Hyunjin): Significa que eu não sou mais arrogante pra você? —Pergunta sorrindo.

—Não... Você não é. É só um neném.

(Hyunjin): Acredite ou não, eu só sou assim com você.

—Por que?

(Hyunjin): Eu não sei.

—Tudo bem... Quando descobrir promete me contar?

(Hyunjin): Prometo.

—Ok, então vamos. Não podemos passar o dia lá.

(Hyunjin): Podíamos sair...

—Pra onde?

(Hyunjin): Qualquer lugar que fosse longe daqui. Onde eles não pudessem nos encontrar.

—Seria uma boa ideia. Mas sabe que não temos esse lugar... Não agora.

(Hyunjin): É... —Diz fazendo bico.

—Viu? Só um neném. —Digo segurando o rosto dele.

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