—Acha que conseguimos?
(Félix): Tenho certeza.
Assim que ele termina de falar, percebo que já estávamos na porta de casa.
—Já? —Faço bico.
(Félix): Não importaria quanto tempo passássemos fora, você sempre vai dizer isso.
—Vou mesmo. Ás vezes você parece ser a única pessoa no mundo que me entende.
(Félix): Que honra. —Afirma sorrindo.
—Digo o mesmo. Ser sua melhor amiga é mesmo uma honra. —Sorri.
Saímos do carro e notei que as luzes da casa estavam todas apagadas, talvez ele também tivesse saído, não me importava tanto com isso.
(Félix): Tem planos pra amanhã?
—Tentar refinar minhas ideias investidoras. —Sorri fechado.
(Félix): Quer ajuda?
—Sério? —Pergunto animada.
(Félix): Claro.
—Izii! Quero com toda certeza.
(Félix): Ok... Até amanhã. —Diz me abraçando.
—Obrigada por sempre saber quando preciso de você.
Quando levantei meu rosto, nossos olhares se cruzaram e eu me senti presa ali, mas não era como se eu quisesse sair, de qualquer forma, mesmo que eu tentasse me convencer que não, eu amava aquele garoto desde sempre. Eu sabia que não podia, que não devia... Mas nos aproximávamos cada vez mais, e a cada segundo mais perto meu coração se acelerava ainda mais.
Assim que senti seus lábios sobre os meus, seus braços se apertaram ainda mais em volta da minha cintura acabando de vez com a mínima distância que podia restar entre nós, eu queria tanto que tivéssemos feito isso antes da loucura que a minha mãe inventou... Mas, só de ter a certeza de que não estava sonhando fazia com que cada segundo valesse a pena. Nos separamos e enquanto eu tentava controlar a minha respiração, ele distribuía beijos pelo meu rosto me fazendo rir.
(Félix): Resolvemos a primeira parte. —Diz colando nossas testas me fazendo sorrir. —Eu te amo.
—Também te amo...
(Félix): Você precisa dormir, temos muito o que fazer amanhã.
—Não podíamos começar depois?
(Félix): Sinto muito, mas você como investidora, e empreendedora profissional devia saber que quanto mais cedo começarmos, melhor.
—Certo... De novo. Até amanhã Lix.
(Félix): Até S/A.
Nos separamos e eu andei até a porta logo entrando, eu sabia que não devia olhar pra trás, até porque se olhasse não ia conseguir sair dali. Eu sempre achei que os filmes de romance eram exagerados demais, mas agora eu conseguia entender por quê de serem assim. Tranquei a porta e andei até as escadas indo pro meu quarto, tudo estava exatamente como eu deixei, me deitei na cama com os joelhos pra cima enquanto sentia a superfície macia me acomodar perfeitamente.
Eu nem mesmo tinha notado o sono que estava sentindo, mas como notaria? A minha mente só queria reviver aqueles minutos por mais uma eternidade. O sono me tirava desse mundo aos poucos, e sem nem perceber eu já estava em sono profundo.
[...]
Hyunjin P.O.V.
(Hyunjin): Eles ficaram.
(Jisung): E?
(Hyunjin): E?! Nós somos casados! Ela não podia ter feito isso.
(Jisung): Você sai quase todas as noites, enche a cara do que bem entende, se me lembro bem, foram mais de dez doses só de wisky, sem mencionar o resto. Todas as madrugadas você chega em casa quase não se aguentando em pé, e ela sempre precisa arrumar a sua bagunça. Não achou que ela se cansaria de ser sua babá? Fora que da última você acabou dando o mole de deixar qualquer uma te levar pra casa, e nem pensou que vocês vivem cercados por paparazzis prontos pra levar a carreira de vocês pro ralo. O que pensou que ela faria? Esperaria você pro resto da vida? Você mesmo vive dizendo que não suporta ela. Por que agora se importa com o que ela faz ou deixa de fazer?
(Hyunjin): Não me importo.
(Jisung): Te conheço desde que tínhamos 13 anos, não vem com essa. Se gosta dela por que não disse logo de uma vez?
(Hyunjin): Acha mesmo que eu gosto dela?
(Jisung): Por qual outro motivo esperaria por ela acordado?
(Hyunjin): Pra saber se chegaria bem? Já que pra esse contrato funcionar ela precisa estar viva.
(Jisung): Hm. Você não é tão bom ator quando precisa, não é?
(Hyunjin): Por que é que somos amigos se você só me dá rala?
(Jisung): Bom, se quer um conselho, antes de qualquer coisa procure entender o que sente por ela. O que sentiu quando viu ele beijar ela?
(Hyunjin): Eu não sei.
(Jisung): Então é melhor procurar saber, antes que acabe perdendo ela. —Diz virando o copo de uma vez antes de sair do bar.
Droga. Por que é que eles tinham que nos meter nisso?! A minha vida estava indo bem, eu fazia o que bem entendia, e dava conta da empresa sem a ajuda dela. Isso não era nem um pouco necessário, eles podiam formar uma parceria sem isso de casamento, não precisávamos de nenhuma relação que fosse fora do profissional. Esvaziei o primeiro e último copo da noite, peguei a minha jaqueta e saí do bar indo pro meu carro. Estava bem pra dirigir, não demoraria pra chegar em casa. Já estava tarde o suficiente pra que eu tivesse certeza de que ela estava dormindo.
E dessa vez eu não ia acordar ela. Talvez se eu só fizesse o que os meus pais queriam isso pudesse acabar logo, talvez agir como se não houvesse nada além do profissional, fizesse com que isso se tornasse real uma hora ou outra. Eu não estava apaixonado por ela, não mesmo. Eu mal a conhecia, isso não era nem mesmo possível.
Dirigindo pelas ruas vazias da cidade, eu me sentia um pouco melhor, talvez o Ji estivesse certo, eu só precisava organizar a minha cabeça e entender o que eu sentia, e ter certeza de que não era nada mesmo. Claro que não era nada.
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Contrato
FanfictionRelaxa... Esse não é o clichê o qual você já sabe o que acontece e como acontece.