Whatever You - Emisue

16.

Pov Sue. 🔞

Hoje é meu aniversário, ainda não entendi direito tudo o que aconteceu comigo. Em uma noite eu estava pronta para ter uma noite maravilhosa com a Emily, na outra, bom, a outra noite foi ontem. Descobri que sofri um acidente e fiquei meses em coma.

O doutor disse que eu tive muitas fraturas, ossos quebrados e até uma perfuração no pulmão. Disse que vou precisar de muita fisioterapia e que talvez eu não possa voltar a cantar por conta disso.

Apesar de tudo isso, eu não estou triste. Ontem "acordei" com Emily me pedindo em namoro, eu não conseguia falar ou abrir os olhos, mas estava dizendo que sim com todas as forças que meus pensamentos conseguiam emanar. Ouvir ela cantando aquela música para mim foi como algo que nem consigo por em palavras de tão intenso.

Nesse momento me lembrei de quando conheci Emily: era aula de inglês e o professor nos colocou para fazermos um trabalho juntas, Emily detestava trabalho em equipe, sempre foi muito autodidata, então ela olhou para mim e falou "Whatever" forçando um sotaque britânico. Eu achei aquilo muito engraçado e passei o restante da aula falando "Whatever You" e rindo. Eu sempre soube que existia algo de especial em Emily, minha Emily.

Exatamente agora, ela está na cozinha preparando um jantar e eu estou aqui na sala com um caderno que aparenta estar cheio de coisas escritas. Ela me disse que aqui tem tudo o que eu preciso saber sobre os últimos meses, então aqui vou eu.

— Sue? — Emily diz da cozinha.

— Oi, meu bem.

— Eu fiz umas declarações em algumas das cartas, não quero que você se sinta na obrigação de me responder nada agora, ok?! É apenas a forma como eu me sinto.

— EMILY — altero o tom de voz e ela rapidamente aparece na sala — não existe nada nesse mundo ou em todos os outros que irá fazer com que eu te ame menos ou que me faça renegar um por cento sequer do seu amor. Eu esperei dez anos por isso, não irei esperar nem mais um dia sequer.

— Não vou ficar aqui para te ouvir ler tudo isso, vou ficar na cozinha e quando você terminar a gente vai jantar, ok?! — se aproxima e beija a minha testa, eu sorrio em resposta e ela rapidamente volta para a cozinha.

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— Susie você já leu? — a voz feminina diz de longe.

Eu mal consigo entender o que Emily está dizendo. Tudo o que eu consigo fazer é pensar no que meus olhos acabaram de ler, ela me ama, me ama de verdade! Eu não poderia receber um presente melhor que o amor de Emily, eu a amo tanto que nem escrever todas as canções de amor seriam suficientes para expressar o que sinto. O meu amor não pode ser colocado em palavras, também não sei se conseguirei demonstrar em atos, mas espero poder mostrá-la que meu amor não é passageiro.

— Sue? — Emily me chama novamente, me despertando do transe.

— Ah, oi, eu já li tudo sim — sorrio — como assim a Mary e o Samuel estão presos? — ela sorri e começa a empurrar a cadeira até a mesa.

— eles são criminosos, amor — amor — o lugar deles é na cadeia — se senta de frente pra mim — você acha que consegue comer sozinha ou eu vou te dar comida na boca? — sorri brincando.

— O médico disse que preciso tentar fazer as coisas por conta própria mas eu não posso negar Emily Dickinson me alimentando.

— Whatever

— Whatever you — ironizo

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— Susie, você já dormiu?