CAPÍTULO 22

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A noite veio chegando e, depois daquele dia cheio de emoções, Hush só queria jantar sossegado com sua fêmea. Mas os ânimos ainda estavam agitados, Rosalie acabou por não ir embora, pelo que Hush entendeu, ela trocou com Destiny e ele foi para Homeland. Candid disse que daria tudo para ver a cara de Salvation quando fosse Destiny que subisse no helicóptero e não Rosalie. Todo mundo riu, até Rosalie. Hush notou que ela não era muito de piadas.
Adam não falou muito no jantar, ele estava pensativo e isso incomodou Hush, pois ele poderia estar perdendo a fé de que fosse sobreviver. Hush agora, depois de pedir desculpas a Deus por ter o mandado para o inferno, sempre que sentia o coração apertar, implorava a Deus que salvasse Noah, Adam e Rom.
O jantar acabou, Cassie e ele foram para o quarto, mas estava quente demais e Hush teve uma idéia. Enquanto ela tomava banho, ele saiu e procurou Noah. Os leãozinhos iriam sair, provavelmente atrás de prostitutas, Joe novamente iria com eles, coitado. Hush amou Joe primeiro que aos leãozinhos, Joe sempre esteve atrás de Leo, então ficava muito tempo com Hush. De todos os irmãos, Joe era o mais bonzinho. Muito responsável e trabalhador. Ele e James controlavam toda a Reserva do computador deles, Hush nem imaginava como faziam isso, mas dava trabalho, isso ele sabia. Ele viu Mary poucas vezes, mas a sentiu distante. Ele se lembrava de torcer para que Joe e ela tivessem um filhote, isso a deixaria mais feliz e ela aceitaria acasalar com Joe.
Hush bufou. Agora era ele na mesma posição de Joe. Ele entendia que um filhote agora não era indicado. Um filhotinho não podia nascer já com a responsabilidade de trazer união a seus pais. Ainda bem que os remédios de Cassandra deram certo para eles, e podiam compartilhar sexo a vontade sem medo.
Noah e seu irmão estavam sentados num banco, olhando para o céu, calados. Eles faziam muito isso, Hush sabia que era porque os dois eram Vengeance. Vengeance era assim, ele gostava de ficar sozinho, ele gostava de silêncio e de dormir. Noah era capaz de ter prever quando iam o acordar mais cedo do que ele queria e então, ele brigava.
Parecia que estavam apenas desfrutando a companhia um do outro, sem palavras, em silêncio. Às vezes, Adam lia ou Noah, ou os dois liam, cada um imerso em seu livro, mas juntos. Hush nunca sentiu vontade de aprender a ler, sua infância foi muito ruim, com os técnicos batendo nele cada vez que fazia um sinal errado. Eles mostravam imagens, moviam os lábios e mostravam o sinal. Hush tinha de fazer certo, se não, era machucado. Houve um técnico que trazia um bastão elétrico. Esse era mal. Hush estremeceu. Não era hora de se lembrar disso, era hora de falar com Noah.
"Hush. O que precisa?" Noah foi logo perguntando. Era engraçado que, pela linguagem que o corpo deles falava, Hush percebia que Noah era mais cruel, porém, ele era mais comunicativo, prestativo e extrovertido. Adam, era muito bom, Hush gostava de seu coração bondoso, ainda que ele o escondesse atrás de uma cara feia. Jonathan e Jocelyn diziam que antes de Adam morar ali, ele era malvado. Hush nunca sentiu isso nele.
"Eu quero levar Cassandra para passear no lago, a noite está quente, talvez ela queira nadar." Ele sinalizou.
Noah traduziu o que ele disse para Adam. Ele se levantou.
"Vou buscar o jipe, estejam prontos." Noah sorriu e sinalizou:
"Ótima, idéia, amigão. Lembre-se sempre de fazer isso. Aqui não tem muita coisa para se fazer, você vai ter trabalho para que Cassie não fique entediada." Era um bom conselho, mas Hush não gostou do tom dele, como se fosse um conselho para um tempo em que ele não estivesse mais ali.
"Eu quero acreditar que você vai estar aqui até estarmos velhinhos. Que vamos fazer luta de bengala, ou rir de quem perder os dentes primeiro. Eu aposto em Adam, ele trinca muito o maxilar sempre que algo o chateia." Noah riu. Hush se sentou onde Adam estava sentado e segurou a mão dele.
"Eu queria tanto segurar a sua filhotinha, Hush. Mas não vejo a mim ou Adam no quarto quando Cassie der a luz. Eu vejo todo mundo, uma confusão dos diabos, como só a nossa família pode aprontar." Ele, para contrariar Hush travou o maxilar.
Hush ficou feliz de saber da sua filhotinha, mas a cada dia que passava, ele sentia um pouco mais de medo.
Adam apareceu na varanda.
"Ainda está aqui?" Hush correu para dentro.
Cassandra tinha saído do banho e penteava os cabelos. Hush se achegou e cheirou a nuca dela, ela se encolheu e riu. Hush queria, só por uma vez na vida, ouví-la rir.
Ela vestia um vestido vermelho rendado muito curto, colado, os seios cremosos dela pareciam que iam pular do decote. Hush sentiu o pau endurecer na hora.
Mas Adam estava lá fora, esperando.
Hush pegou um cobertor e a cobriu, arrumando para que o máximo do corpo dela ficasse coberto.
"Hush! Está muito quente! Por que está me cobrindo?" Ele a beijou, ela o segurou pelo pescoço com força.
Ele a pegou no colo, enrolada no cobertor, ela ainda se debatendo.
Lá fora, Noah tinha uma cesta na mão, Adam estava no jipe esperando.
"Um lanchinho para o caso de ficarem lá até mais tarde." Ele sinalizou com um sorriso.
Hush sentou Cassandra no jipe, pegou a cesta das mãos de Noah e voltou. Adam foi dirigindo devagar, Hush a beijou durante todo o percurso.
A beira do lago estava escura, mas um ponto era iluminado por umas lâmpadas, Hush não sabia quem tinha colocado as lâmpadas ali, mas agradeceu, afinal, Cassandra não enxergava direito no escuro.
Adam parou bem onde as luzes iluminavam , eles desceram e ele voltou.
Cassandra tirou o cobertor e o colocou ao lado da cesta sobre uma faixa de grama.
Hush pegou na mão dela e eles se sentaram na areia da prainha com os pés na água. Ela suspirou.
"Eu queria ir embora, Hush. Eu fiquei muito magoada, sabe?" Ela disse, Hush prestou atenção nos lábios dela.
Hush entendia. Simple jogou com eles, o fez acreditar que ela precisava de alguém que a amasse, e quando Hush se apaixonou por ela ao vê-la pela primeira vez, toda sorridente na porta daquela capela, Hush aceitou na hora. Já Cassandra, não tirava os olhos de Simple, mas aceitou o anel das mãos de Hush. Aquilo pareceu um sinal de que ela o queria.
E depois a noite de núpcias. A melhor noite da vida dele. Hush queria tanto que ela o entendesse!
"Mas foi só conhecer você, fazer amor com você, que eu fiquei tão confusa!"
Hush tirou a camisa, a calça, a cueca e entrou na água. Cassandra tirou a camisola e ficou nua, Hush se tocou, era muito excitante olhar o corpo pálido dela na luz daquelas lâmpadas.
Ela entrou na água, devagar, Hush ficou no mesmo lugar esperando. Cassandra estremeceu, mas continuou, para ele a água estava boa.
Ela se aproximou de Hush, já nadando, pois era bem pequena e se dava pé para ele, não dava para ela. Hush a segurou pela cintura a suspendeu e beijou. Ela gemeu contra sua boca, Hush a apertou contra ele. Ele a suspendeu mais até que os seios pequenos dela ficaram ao alcance da boca dele. Hush sugou, ela apertou a cara dele contra seu peito. Hush nunca se cansaria daquilo, de sentir o gosto dos seios dela em sua língua, de sentir seu pescoço vibrando enquanto ela gemia. Ele subiu a cabeça e a beijou, dessa vez com muito desejo, muita fome. A ajeitou e entrou nela, a temperatura da água os envolvendo deixando tudo ainda mais prazeroso. Hush rosnou. Os músculos dela o apertaram, Hush sentia a pressão em seu membro, ela estava a sua mercê, ele a subia e descia contra seu pau, ele estava quase gozando, mas se forçou a esperar pelo gozo dela. A beijou, na boca, no pescoço, Cassandra apertou sua pélvis contra a dele e ele parou de se mover para que ela esfregasse seu clitóris no pau dele. E daí, Cassandra estava gozando, mordendo seu ombro, apertando seus braços. Hush voltou a se mover rápido e forte, o prazer o tomou tão forte que ele se inclinou para trás. Suas últimas forças foram usadas para ele caminhar até uma profundidade que permitisse que ele se sentasse com ela sobre ele. Cassandra descansou a cabeça no ombro dele.
Hush queria gritar, queria dizer que a amava, que estava vinculado até a raiz dos cabelos a ela, nessa noite e para sempre.
Cassandra, segurou o rosto dele para que ele visse seus lábios e disse:
"Eu te amo, Hush." Ele fechou os olhos, não sabia o que fazer. Era tudo o que ele queria, tudo pelo que sempre sonhou, mas ainda não a sentia totalmente ligada a ele. Hush não sabia explicar, era o mesmo que aconteceu quando conheceu Jocelyn. Ela sentiu carinho por ele e ele sentiu isso, mas algo nela indicava que ela procurava alguém, alguém que ela perdeu, alguém que ela amava demais.
Com Cassandra, ele sentia que haviam algumas lacunas, que o amor dela ainda não estava completo, faltava alguma coisa.
Ele, porém, segurou a face dela, o delicado rosto de sua amada Cassandra e tentou vocalizar as palavras.
"E e a o" Era o que dava pra fazer no momento. Seu peito aqueceu de vergonha com a cara que ela fez. Surpresa? Parecia. Ele esperou, ela abriu a boca, depois fechou.
"Eu te amo mais." Ela sorriu, ele a beijou, colocando fim ao tempo de falar, iniciando o tempo de sentir.

HUSHOnde histórias criam vida. Descubra agora