CAPÍTULO 12

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Hush passou uma toalha morna sobre seu corpo, Cassie fechou os olhos sua pele já se aquecendo em expectativa, mas seu estômago roncou. Hush sorriu e a beijou. Ela se sentou na cama. Estava até meio tonta, de fome.
"Eu estou já de saco cheio de ficar cobrando que você coma, Cassie. O almoço está servido. Venham!" Leo bradou do lado de fora da porta. Ele estava certo, então, Cassie respondeu:
"Já estamos indo, obrigada." Ela se levantou, pegou a roupa enorme que tinha vestido antes e mostrou para Hush fazendo um sinal que para ela indicava uma tesoura. Hush saiu e voltou com uma e Cassie cortou a calça, fazendo um short e as mangas da blusa. Ficou esquisito mas confortável.
Lá fora, a mesa estava cheia com Adam, Jocelyn, Jonathan, a menininha loira e Leo. Hush se dirigiu à cadeira alta em que a menina estava e a beijou na bochecha. Ela não fez caso de Cassie.
"Venha, Cassie, se sente aqui, perto de mim!" Jocelyn sorriu. Cassie se sentou perto dela, Leo que estava do outro lado se afastou um pouco.
Adam franziu o nariz e resmungou:
"Antes perto de você do que de mim."
Cassie baixou os olhos sem jeito.
Jonathan sinalizou alguma coisa sorrindo travesso e Hush riu. Ele parecia muito satisfeito consigo mesmo, Cassie percebeu que eles sentiam o cheiro do sêmen dele na pele dela, seu rosto esquentou, ela devia estar parecendo uma beterraba.
O almoço transcorreu bem, a comida estava deliciosa, eles conversavam e riam. Cassie se admirou de como Hush se envolvia nas conversas, mesmo sem ouvir algumas partes, ele até zombava deles. O preferido de todos era Adam. Leo contou que ele chegou a confundir um gato selvagem macho com uma gata selvagem prenha e tinha ficado vigiando o gato durante um dia inteiro. Adam ficava com a cara fechada, eles riam ainda mais.
Hush cutucou Jonathan e sinalizou alguma coisa, Jonathan acenou.
"Hush quer te levar para conhecer alguns lugares bonitos, Cassie. Se você quiser, é claro. Você sabe dirigir?" Dirigir? Não, ela não sabia. Não tinha a necessidade de ter carro, seu pai tinha motorista e morava muito perto da faculdade, ia a pé. Ela balançou a cabeça, triste.
Jonathan sinalizou para Hush, ele sorriu e sinalizou de volta.
"Hush vai carregar você. Só não deixe ele te colocar nos ombros como um saco de batatas." Jonathan riu.
"Na verdade, eu estou com um pressentimento, eu queria passar um tempo com você, Cassie. Os trigêmeos precisam de informações e eu talvez possa ajudá-los. Hush, não olhe assim pra mim, sabe que é importante, não é?" Adam disse olhando muito sério para Hush, ele suspirou.
Cassie olhou de um para outro. Informações para os trigêmeos? Para Simple, no caso? Ela não queria pensar em Simple, o que ele fez ainda doía. Mas Adam a olhava como se fosse importante. Ela balançou a cabeça concordando.
Depois do almoço, Cassie, Hush, Adam e Jonathan, para servir de intérprete, já que Adam tinha dificuldade com linguagem de sinais, se sentaram num canto debaixo de uma grande árvore. Havia uma mesinha e bancos um de cada lado, era um cantinho muito bonito.
Cassie e Hush se sentaram de um lado, Adam e Jonathan do outro.
"E agora?" Ela perguntou a Adam.
Ele deu de ombros.
"Conversamos. Não é uma coisa que eu tenha controle, mas quanto mais informações eu tenho, mais vislumbres. Precisamos conversar sobre Jewel." Cassie sorriu. No dia anterior, Jewel tinha lhe dado um beijo, foi tão bom! Ela era linda, inteligente e carinhosa.
"Adam, eu não gosto muito de me lembrar daqueles tempos. Foi um momento angustiante da minha vida. Eu vivia como se cada dia fosse ser o último. Você não pode imaginar como é isso." Ele engoliu em seco. Cassie não gostava também da piedade que falar daquela época despertava. Jonathan, que sinalizava para Hush, baixou os olhos. Hush segurou na mão de Adam. Ele sorriu para Hush, o sorriso mais triste que Cassie jamais viu. O que estava acontecendo?
"Eu entendo. Mas é importante. Vamos fazer assim: sei que foi um período difícil, mas há algum episódio bom que você possa me contar?"
"Ros. Rosalie. Ela é uma enfermeira, meu pai a contratou, ela é minha melhor amiga. E Darlene. Darlene foi a mulher que serviu de barriga de aluguel para Jewel. Eles diziam que ela era minha filha, que poderia doar sua medula para mim." Adam acenou.
"Fale mais. Como Jewel veio parar na Reserva?" Ele pediu, seus olhos estavam frios, ele não era muito afável, mas estava diferente.
"Você não sabe?" Ela perguntou. Hush acariciou a mão dela que ele segurava, a encorajando.
"Sim, mas da perspectiva de Bells e dos trigêmeos. Eu quero saber da sua." Ela acenou.
"Não sei muito. Darlene ficou na minha casa, mas ela saía de vez em quando, um dos seguranças ia com ela, ela tinha um namorado. Um dia, ela saiu sozinha, acho que subornou um dos seguranças, ela era muito..."
Darlene. Cassie gostava dela. Ela era divertida, falava palavrão, adorava comer e assistir filmes de romance repetidos. 'Ghost, do outro lado da vida', era um dos seus preferidos.
Cassie franziu a testa. Darlene dizia que não tinha se ligado à bebê, mas fugiu. Ela não entendia.
"Foi depois da fuga dela que eu me lembrei de Mariah. Eu a conheci num hospital, era estranho, ela chegava mal,mas saía brincando, como se estivesse curada. Uma ou outra vez, eu a via, de novo. Ela estava sempre sozinha.
Um dia, eu a vi, ela estava grávida! Mas sua aparência estava horrível, como se estivesse as portas da morte. Eu a abracei, ela me perguntou como eu estava, eu disse que ia mal, que só um transplante me salvaria. Ela me deu um endereço, disse que havia uma câmera na entrada. Eu devia olhar para a câmera e dizer meu nome e telefone. Disse que se eu tivesse sorte, talvez o médico que morava lá me ajudasse. Eu fiz como ela disse, quando Darlene fugiu. Eu quase morri. E Simple me ligou. Eles conseguiram me levar para a casa do doutor Bishop, ele me tratou, mas não foi ele que desenvolveu os medicamentos. E aqui estou."
"Você nunca esteve com a pessoa que inseminou Darlene?" Adam perguntou. Ele parecia distante.
"Não. Eles colheram óvulos, mas foi no hospital. Eu não conhecia ninguém, Ros não trabalhava para meu pai ainda."
"Sabe o nome do hospital?" Cassie sabia e disse.
Adam fechou os olhos. Quando os abriu, ela se sentiu congelar. Seus olhos brilhavam, um brilho frio, pareciam diamantes azuis, duros, impessoais.
Eles ficaram em silêncio, Hush beijou a palma de sua mão.
Adam pegou seu celular do bolso, ele continuava estranho, mas seus olhos perderam a frieza.
"Eu preciso que você venha aqui. O mais rápido que puder." Ele falou para o aparelho e desligou.
"Rom está vindo. Se ele conseguir um jipe, não demorará muito, se não, talvez amanhã ele apareça." Ele disse com um suspiro. Cassie olhou para Hush, ele sorriu e sinalizou alguma coisa.
"Ele é um fracote, não gosta de se exercitar ou correr." Jonathan riu.
Cassie conhecia Romulus. Ele era simpático, ela o viu na casa de Bishop. Muito parecido com Adam, mas ele não usava os cabelos compridos, sorria escondendo as presas e, na opinião dela, era alto e forte. Não tanto quanto Adam, se ela fosse ser sincera. Ou como Hush. Hush era até mais forte que Adam, ela percebeu. Hush tinha a altura e força de Valiant, ainda que não tivesse o ar selvagem.
Ele era bonito, seus olhos eram bondosos. Ela o abraçou, ele a apertou nos braços. Será que poderiam ir para o quarto?
"Não. Fiquem aqui. Vou ficar ligando para Rom, se ele demorar. Ele odeia que peguem no pé dele." Adam disse interpretando o olhar que ela deu a Hush.
"Vocês são irmãos, mas não se conheciam? Eu nunca entendi como Vengeance tem tantos filhos. Pelo que ouvi, durante um tempo, vocês foram aparecendo. Mas são Novas Espécies, como não vieram pra cá?" Ela perguntou. Hush encarou Adam, parecia que ele também gostaria de saber.
"Nós não somos filhos de Vengeance." Ele suspirou. Aquilo era doloroso para ele.
"Somos clones, como Jewel. Eu e Noah somos gêmeos, Romulus é mais velho que nós." Ele disse. Cassie abriu a boca. Ela nunca pensou numa coisa dessas.
"Quando éramos crianças, nós pensamos em vir pra cá, nossa vida era uma merda. Mas aí, nosso criador morreu, bom, Noah o matou, e conhecemos Andrew, o marido de Jocelyn. Ele foi bom pra nós, o chamávamos de pai. E depois veio Jonathan. Ficamos. Ele tinha um plano de fazer vários clones e vendê-los. Víamos mérito nisso, mas ele não sabia como Bishop e Anderson , o nosso criador, fizeram os clones. Então, sequestramos Gabriel. Ele quase conseguiu, embora tenha aprendido o processo." Adam olhou como se se desculpasse com Jonathan, ele segurou sua mão. Eles se amavam.
"Vocês não se importavam com a vida que os clones teriam?"
Ele sorriu, triste.
"Não. Eu e Noah estávamos machucados demais, nós não sabíamos que éramos clones, achávamos que éramos filhos de Vengeance, que ele estuprou uma técnica da instalação onde ele estava. Mas essa técnica foi apenas uma barriga de aluguel. E no nosso nascimento, a matamos." Ele fechou os olhos. Toda a culpa que ele sentia lhe aflorou no rosto. Cassie entendeu, eles não ligavam para os outros, estavam perdidos em culpa e só conheciam maldade.
Ficaram em silêncio, cada um imerso em seus próprios pensamentos. Cassie achava a história deles muito triste.
O telefone de Jonathan tocou, ele falou alguma coisa com Leo, sobre umas ferramentas. Jonathan desligou e se dirigiu a Hush, falando e sinalizando ao mesmo tempo:
"Papai precisa da maleta que você usou de manhã. Onde está?" Hush olhou para ela meio indeciso.
"Você não confia em deixá-la aqui, pelos poucos minutos em que vai levar a maleta para Leo? É sério?" Adam perguntou a Hush, seu rosto sério tinha um ar zombeteiro.
Hush beijou suas mãos e se levantou.
Ela sorriu. Mas não tirou os olhos dele até que ele sumiu dentro da administração. Ela suspirou, Hush era tão bonito, seu andar era poderoso.
"Podemos presumir que Slade estará arrancando os cabelos em breve?" Adam perguntou, Jonathan riu.
"Isso eu quero ver. Ainda mais se o tio V. se oferecer para pagar a construção como fez com a nossa casa." Ele completou. Adam sorriu, seu rosto ficando lindo, seus olhos mostravam muito carinho pela simples menção do nome de Vengeance.
"Como assim?" Ela perguntou. Não queria falar sobre permanecer ou não ali. Isso era algo que ela iria deixar para quando não tivesse como empurrar com a barriga.
"Papai adora enlouquecer Slade. E nada deixa Slade mais puto do que uma construção ou reforma aqui na Reserva. Então, ele inventou de presentear os novos casais com casas, ele paga tudo, desde que possa encher a Reserva de trabalhadores humanos." Adam disse, o peito estufado de orgulho de seu 'pai'.
E foi só ele terminar, Vengeance e Romulus apareceram, Vengeance com um sorriso no rosto, Romulus muito vermelho e parecendo que ia desfalecer.
Adam se levantou e colou sua testa na de Vengeance, eles ficaram assim por um tempo, era como se um deles estivesse diante de um espelho. Romulus se sentou no banco, respirando pesadamente. Adam veio e bateu nas costas dele, ele fechou os olhos com o tapa.
"Cara! Esse lugar é muito longe!" Ele falou, sem fôlego e enxugando o suor do rosto.
"Se se exercitasse pareceria um passeio. Mas eu já perdi as esperanças com você." Vengeance disse.
Ele se sentou ao lado de Cassie e lhe pegou uma mão.
"Estou muito feliz, querida, por você estar aqui. Eu não deveria dizer isso, mas Harrison previu você e Hush felizes aqui, cheios de filhotes. Ele disse que exige ser padrinho do primeiro. Pelo seu cheiro, não deve demorar." Cassie sorriu, sem jeito. Filhotes? Não, obrigada. Ela pensou, embora devesse passar no hospital, conversar sobre um método anticoncepcional.
Romulus sorriu para ela e acenou. Ele era muito parecido com Adam, tirando ser menos musculoso. Ele deu de ombros.
"O que precisa? Papai me arrastou aqui sem importar por eu quase ter colocado os bofes para fora." Romulus perguntou a Adam.
Ele coçou a cabeça.
"Harrison não desenhou nada?" Vengeance balançou a cabeça dizendo que não, parecia triste.
"Ele não quer. Jogou fora todos os materiais de desenho. Marianne está aflita, até Peace está mais quieto. Beauty não sabe de nada, então, fica atrás de Harrison, que se refugiou no quarto. Só sai pra comer." Vengeance suspirou.
"Precisamos fazer alguma coisa." Adam acenou.
"Eu sinto que Cassie sabe alguma coisa, mas não sabe que sabe. E vejo ela, Darlene e uma outra mulher, morena, rindo. Sinto que isso é importante, mas é só num flash. Quero que Rom sonde sua mente, enquanto ela tenta se lembrar desse episódio." Romulus balançou a cabeça.
Cassie tentou se lembrar do que ele disse, mas não era tão fácil.
"Eu, Darlene e Ros víamos filmes juntas. Como saber o episódio exato?"
Jonathan franziu a testa.
"O que ela estava vestindo, Adam? Pode ajudar." Cassie balançou a cabeça, triste.
"Usávamos pijamas. Todos muito parecidos. Mas talvez você tenha ouvido se conversávamos." Ela sugeriu a Adam.
"Vocês estavam rindo e ao mesmo tempo, tristes. Darlene está preocupada, a outra olha desconfiada para Darlene."
Cassie tentou, mas elas assistiam filmes e conversavam, havia sempre uma aura de tristeza, pois Cassie muitas vezes, tinha ataques e sofria. Rosalie nunca confiou em Darlene. Embora...
"Darlene estava sempre sorrindo, dizendo que ia morar com sua irmã, Michelle. Mas uma vez, ela falou no Brasil..." Romulus assentiu.
"Sim, eu posso ver. Você sentiu o medo dela, a preocupação. Darlene passou a mão pela barriga várias vezes, o bebê estava se mexendo."
Vengeance fechou os olhos.
"Eles iam matar a filhote, foi por isso que ela fugiu." Ele disse e abriu os olhos.
Cassie não acreditava nisso.
"Não. Meu pai me garantiu que a bebê seria doada para um casal bom, que a amaria. Eu queria ficar com ela, mas estava muito mal, seria muito tempo de tratamento, e estão esquecendo que não bastaria a doação da medula, haveria um longo tempo, talvez até outra doação de..."
"De algum outro órgão? Um rim, talvez?" Vengeance perguntou. Suas feições agradáveis se tornando frias, secas. Ela acenou, era horrível pensar em Jewel vivendo para ser doadora de Cassie.
"Os clones que Anderson fez não passavam de um ano. Eu e Noah enterramos muitos deles."
Cassie o encarou assustada. Jewel seria como eles?
"Você alguma vez tentou investigar alguma coisa no escritório de seu pai, Cassie?" Adam perguntou.
Ela assentiu. Seu pai tinha dito uma vez que ninguém sentiria falta de Darlene, ela ficou com medo dele estar pensando em matar Darlene depois do parto.
"Eu a vejo, mexendo nas gavetas. Mas você estava muito doente, esse dia, você desmaiou e..." Ele se calou. Romulus fechou os olhos, mas os abriu.
"Se ela desmaiou, não viu, eu não posso ver." Romulus disse.
"Sua enfermeira, Ros. Ela socorreu você, não foi?" Vengeance perguntou, olhando para Adam.
"Ela desmaiou. Só vejo até aí."
"É suficiente. Você tem de ir atrás da enfermeira, filhote." Vengeance disse para Romulus.
"Eu? Por que não Adam? Ele é que vê as coisas." Vengeance suspirou.
"Adam está doente, sem fator de cura, com uma bolsa de colostomia. Que parte de você tem de ir, você não entendeu?" Ele se levantou, pareceu ficar maior.
Cassie se fixou no que ele disse sobre a bolsa de colostomia. Então era aquilo que ele ficava arrumando, quando andava, pobre Adam.
"Você pode ir, papai." Ele disse, cruzando os braços.
"E eu sou a porra de um leitor de mentes? Embora não precise ler mentes para saber que você não quer ir para não se encontrar com Mônica."
Adam bufou.
"Você ainda não superou Honest ter beijado ela?" Adam perguntou.
"Eu... Que porra, Adam! Eu te falei pra não contar!" Romulus rosnou. Um rosnado estranho, fraco. Até Hush que era surdo rosnava mais ferozmente. Romulus a olhou com raiva.
"Eu não sou de rosnar, não sou selvagem!" Ela baixou os olhos.
"Se fosse, desafiaria Honest por tocar no que é seu." Vengeance disse.
"Meu Deus! Se Valiant sabe de uma coisa dessas!" Ele levantou os braços pro alto e os soltou.
"Se ele desafiasse Honest, aí sim, Valiant ia tripudiar o resto de sua vida, papai. Honest não deixaria um dente inteiro na boca dele. Ou algum osso inteiro na verdade." Adam disse divertido.
"Bom, ninguém precisa ir a Homeland. Posso ligar, contar do meu casamento e Rosalie vem pra cá, me visitar. Só precisam arrumar uma folga no hospital pra ela."
"Vou falar com a doutora Alli. Hoje mesmo, Rosalie estará aqui." Vengeance informou. Ele beijou a bochecha de Cassie, cheirou os cabelos e o rosto de Jonathan e beijou Adam na testa.
"Será que podemos voltar de jipe, papai?" Romulus perguntou.
Vengeance fechou a cara.
"Corra, corra como se seu traseiro dependesse disso, por que vou chutá-lo até em casa." Romulus saiu em disparada, Adam e Jonathan caíram na gargalhada.

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