Darcy estava sentada no chão de azulejos amarelos, recostada na amurada do coreto. Fitava distraída a paisagem a sua volta.
A chuva lhe trazia paz ao tocar na natureza. Mas naquele momento, parecia ensurdecedor. E o céu nebuloso lhe trazia melancolia.
– Seu pai costumava vir muito aqui na sua idade. -- Disse Anne aproximando-se. -- Descobri alguns anos depois que aqui era o único lugar em que ele e Louis podiam ficar a sós quando vínhamos para Manhattan.
Darcy a fitou.
– Está aqui por Johanna? -- Perguntou a mais velha sentando ao seu lado.
Darcy bufou.
– Por que ela precisa ser tão... -- Sua voz sumiu ao notar que bravejava. -- Ela sempre estraga tudo. Primeiro, tia Gemma e Charlotte. Depois papai e Louis. E agora a pobre Emery. E nem mencionarem Lucky e a tia Fizzy. Nossa família seria muito melhor sem ela para destruir tudo. Johanna sabe que tem esse poder. E usa e abusa dele. Não sei como Louis e minhas tias e tio aturam essa mulher.
Anne ajeitou a gola do sobretudo da mais nova de forma serena.
– Por favor, não a julgue desse modo sem conhecer sua história. Ela passou por muitas coisas quando ainda era muito jovem. Coisas que ninguém merece passar.
Darcy franziu o cenho.
– Você sabe de algo que não sabemos, vovó Anne?
Anne hesitou afastando seu toque.
– Eu sei de coisas que você não sabe.
– E o que seria? Por que ninguém me conta nada? Por que eu não sabia que tia Charlotte era a Lottie de Louis?
– Estou surpresa que não saiba. Nunca pensou que as histórias de você e Freddie estivessem interligadas? Seus pingentes combinando nunca lhe deram uma dica?
– N-Não. -- Darcy piscou. -- Tia Charlotte adotou o nome Styles quando casou com tia Gemma. E o pingente papai disse ser de Lucky.
– Bom, seu pai não conta tudo a você como diz, afinal. Ele nunca lhe contou por que há tantas desavenças entre os Tomlinson e os Styles?
Darcy negou.
Anne assentiu. Como se já esperasse por isso.
– Johanna e eu, assim seu pai e Louis, nos conhecemos desde jovens. Quando eu ainda era estagiária da empresa onde ela e seu marido Mark, trabalhavam. Nos tornamos amigas de tempos em tempos. -- Anne suspirou. -- Mas eu estraguei tudo ao me envolver com Mark. Em uma noite de jantar. Johanna, estava cansada e foi para casa. Mark e eu ficamos por sugestão dela. Acabamos bebendo muito e aconteceu.
Darcy arregalou os olhos.
– Vovó!
Anne fitou o chão.
– É. Eu sei. Foi só uma vez. Mas... ainda assim foi uma traição. Johanna amava muito Mark. Eu sabia disso. E ainda assim me deixei levar. Fora traída duas vezes naquela noite. Pelo homem que amava e pela melhor amiga. Por isso, Jay nos odeia. O pai de Mark a demitiu por conta da separação dos dois. Disse que Mark ficava triste por vê-la o tratar com uma certa frieza. E em uma empresa, apenas eficiência no trabalho não é o bastante. Tratar todos com gentileza é fundamental. Algo que Johanna não seria capaz de ser na época. Por isso, ela diz que o amor é para jovens tolos. Que não lhe trazem nenhuma garantia de futuro. Ela perdeu tudo. Na mesma época descobriu que estava grávida de Louis. E voltou para Mark. A fim de dar um futuro garantido ao filho. E por amar Mark mais do que a si mesma. Ficando presa a família Tomlinson para sempre.
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Our Little Deja vu L.S.
FanfictionEles se amaram quando jovens. Suas famílias eram contra sua união. Um era corajoso para enfrentar sua realidade. Mas o outro não. Agora, precisam se reunir com a nova união de seus herdeiros. (baseada na música Por nossos filhos de Zé Neto e Cristia...