Please Stay. I Been Defenceless

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     O metal enferruja. O tecido se desfaz. Corações se partem. Amores vem e vão. Almas gêmeas estão destinadas a se conhecerem. Mas não a permanecerem juntas. Será?

 Freddie e Darcy observavam o mais velho fazer as malas.

– Tem certeza de que chega a tempo para nosso casamento? -- Perguntou o loiro.

– Claro que sim. -- Afirmou. -- Eu jamais me atrasaria para algo tão importante.

– Disse isso da última vez. -- Retrucou.

 Louis deu de ombros.

– Agora é diferente. É seu casamento. E por falar nisso, o que querem fazer em suas despedidas de solteiro?

 O casal sorriu e entreolharam-se.

– Decidimos passar juntos. -- Disse a garota.

 Louis fez uma careta.

– Hã. Ok.

– Você precisa mesmo ir? Primeiro meu pai. Agora você. -- Murmurou Darcy. -- E se os dois não conseguirem vir a tempo para a cerimônia?

– Ele ainda não lhe deu notícias?

 Darcy negou.

– Viram ele e baba entrando no jatinho. Parecem ter seguido com o plano de voltar a Nova Iorque. – Murmurou receosa.

 Ela esperava que Louis dissesse, ou fizesse algo. Mas ele apenas permaneceu em silêncio. Como se ainda estivesse processando a informação que recebera.

 Louis se aproximou, beijando a testa da garota.

– Virei o quanto antes. Eu prometo.

 Ela assentiu. Porém, ainda incerta.

 Freddie abraçou o pai.

– Você tem certeza disso? -- Disse rente a seu ouvido, receoso.

 Louis assentiu.

– Preciso terminar o ciclo. Assim, como sua garota.

 Darcy sorriu com uma piscadela de seu sogro em sua direção.

– Seu avô teria orgulho do homem que você vem se tornando. – Murmurou Louis de repente, pensativo. Dizer aquelas palavras foi como tirar um enorme peso de seus ombros. Reprimir sentimentos sempre pesavam seus ombros.

 Freddie sorriu e fitou o chão.

– Obrigado, pai.

– Bem, nos vemos em seu casamento. Comportem-se em minha ausência. Odiaria perder a bagunça.

 Os mais novos riram e assentiram.

– Sempre.

 Louis respirou fundo ao parar o carro. Os dedos presos ao volante.

 Não havia mudado nada. O que era decepcionante, na verdade.

 Pareceu ficar sem ar ao ler a placa "Bem-vindo a Doncaster".

 Era como entrar em uma máquina do tempo.

 Forçou-se a sair do veículo e passou pela grama verde do parque abandonado.

 Ficou surpreso ao saber que aquele lugar permaneceu exatamente o mesmo após tanto tempo. Ainda era abandonado pela prefeitura e pela população. Nem a galera que usava os chamados "ladrões da noite" ousavam ir aquele parque. Algo que Louis nunca entendeu.

 Sentou-se em um banco de ferro próximo a uma árvore. A sua árvore. Tocou levemente suas juras de amor gravados na ritidoma.

 Fechou os olhos respirando o ar úmido da pequena cidade.

Our Little Deja vu L.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora