4 - Thomas Kingman

35 9 76
                                    

Naquela noite fui dormir perto das duas da manhã

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Naquela noite fui dormir perto das duas da manhã. O soldado Emmet e eu conversávamos sobre uma porção de coisas, um assunto levou ao outro e não vimos a hora passar. No dia seguinte, ainda me pegava rindo com algumas das idiotices que falamos e questionava-me se esqueceria todas aquelas coisas e já não poderia sorrir com elas, pensando nessa possibilidade, peguei um papel na pilha de papéis de cartas e comecei a escrever.

Trabalhando, só consegui sair do escritório depois das nove, arrastava os pés para o meu quarto, foi quando ouvi papai vindo pelo corredor e adiantei. Ele desaprovava que eu ficasse até muito tarde presa ao escritório embora ele mesmo fizesse a mesma coisa, se me encontrasse, daria um belo de um sermão sobre não deixar as coisas para a última hora e sobre trabalhar demais.

Corri para o lugar mais próximo onde poderia esconder-me: a sala de jantar. Assim que entrei, contudo, repensei aquela ideia. A entrada arqueada da sala de jantar era grande o suficiente para meu pai me ver com facilidade, não era uma ideia lá tão boa esconder-me ali. Avancei pelo pequeno corredor que levava à cozinha e esperei lá. Parada ali, notei que a luz da cozinha estava acessa e imediatamente pensei no soldado Emmet. Seria divertido tomar um chocolate quente e falar um pouco com ele antes de dormir, além do mais, o tempo gasto ali garantiria que quando eu voltasse para o corredor, papai já estaria em seu quarto.

Caminhei até lá com cautela, mas assim que cruzei a porta, ele me viu.

— Halí, princesa! — Cumprimentou, com certa surpresa. — Não esperava vê-la aqui hoje.

— Não era exatamente minha intenção vir.

— Hum, ainda assim, aceita um chocolate quente?

— Sim, por favor. — Falei, caminhando até onde ele estava na ilha.

— Então, alteza, o que a trouxe aqui hoje?

— Meu pai. — Expliquei. — Ele não gosta que eu trabalhe até tarde e estava vindo pelo corredor na mesma hora em que eu estava saindo.

— Meu Deus, a senhorita estava no escritório até agora?! — Perguntou, espantado.

— A realeza não é tão fácil quanto parece, senhor. Tenho muita coisa a fazer.

— Eu que não queria estar na sua pele.

Às vezes, nem eu queria, para ser sincera, mas não era adequado que uma princesa fosse vista dizendo algo assim, então apenas dei de ombros.

— Com o tempo você se acostuma. Fui treinada para isso a vida inteira, é o meu dever.

— Parece frase de cartaz motivacional.

— Talvez seja. — Comentei, com um sorriso. — E você? Qual é o seu dever?

— Levar comida para casa no fim da semana já tá bom.

— Bom, então espero que o seu soldo seja suficiente.

— Ele é. — Garantiu. — Por isso me alistei. Sabe como é, empregos que te obrigam a assinar um termo de responsabilidade pela sua vida sempre pagam muito bem. — Ele deu uma piscadela.

Princesa ImperfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora