8 - Descobertas difíceis

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Papai chegou pouco depois da meia noite, como me disse na manhã seguinte, já que não o vi

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Papai chegou pouco depois da meia noite, como me disse na manhã seguinte, já que não o vi. Os médicos fizeram diversos exames em Annabelle e estávamos esperando que todos os resultados saíssem para poder leva-los ao médico específico para aquilo.

O pessoal do hospital ligou à tarde, pouco depois da hora do almoço, avisaram que todos os exames já tinham saído e que o médico esperava que levássemos Anna também para ele observar algumas coisas e comparar com os resultados. Papai pediu que eu fosse, o que era compreensível, ele deveria estar exausto depois da noite anterior.

Com isso, me arrumei e aprontei Anna, uma tarefa que exigiu certo esforço já que seu cabelo estava enorme e lava-lo era um desafio maior ainda, ela riu com isso na banheira, amava a espuma e toda a bagunça que fazia.

— Que tal cortar o cabelo quando sair do médico? — Sugeri, quando tirava o shampoo com o chuveirinho.

— Não, Ally! Gosto do meu cabelo grande!

— Claro, não é você que cuida dele.

Ela cruzou os braços e me olhou irritada do mesmo jeito que Angel costumava fazer, peguei a ducha e joguei água no seu rosto, o que a fez rir outra vez. Sua risada me fazia feliz. Fazia parecer que tudo aquilo não era preocupante e que logo tudo estaria bem outra vez, que tinha sido só um susto. Bem, não era isso.

Banho acabado, arrumei as suas coisas enquanto ela se vestia. E depois parei para arrumar seu cabelo, cantando uma música enquanto isso, estava tentando fazer aquilo parecer o mais trivial possível, como se fosse só uma consulta de rotina.

— Canta mais alto. — Ela pediu.

Obedeci, apesar de achar que já estava alto o suficiente. Ela me seguia na cantoria um pouco, escolhendo brincos e um colar para usar.

— Tá bom. — Disse, repentinamente, parando com a música.

— Tá bom o que?

— Eu deixo você cortar meu cabelo, mas só um pouquinho. E eu quero fazer franjinha.

— Muito bem, isso ajudará nós duas. — Falei, deixando a escova de lado. — Vamos, quer levar alguma boneca?

— Só o meu ursinho.

— Pegue.

Ela levantou num pulo, tirou o urso marrom e peludo do meio dos lençóis e me seguiu. Fomos para o meu quarto e ela sentou na mesinha comendo seu lanche enquanto eu terminava de me arrumar, para finalmente sairmos.

Demorou pouco tempo para sermos atendidas, assim que entramos, o médico observou atendente o ouvido de Anna, depois deixou que ela ficasse brincando com os diversos brinquedos que estavam dispostos numa estante. Entreguei-lhe os exames e ele observou todos os resultados com atenção, fechou as pastas e entregou-me com certo pesar.

— Alteza, sinto muito, mas as notícias não são boas. — Falou, cruzando as mãos sobre a mesa. — O impacto que a menina sofreu foi muito grave. Por um lado, podemos ficar felizes pois poderia ter sido muito pior, contudo, os resultados não foram bons. A queda ocasionou uma fratura no osso temporal que impactou a cóclea. — Assenti, absorvendo aquilo lentamente sem entender direito o que ele dizia. Apertei as mãos sobre o colo, como se aquele toque indelicado pudesse me despertar do estranho torpor. — A cóclea faz parte do ouvido interno que recebe a vibração dos sons. Os danos causados são permanentes.

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