12 - Sozinha

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Se havia algo impressionante, era o modo como as coisas grudavam na minha mente e não saiam mais dali, mesmo que eu tentasse e tentasse, elas simplesmente continuavam agarradas à minha memória, dando voltas e voltas na minha imaginação

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Se havia algo impressionante, era o modo como as coisas grudavam na minha mente e não saiam mais dali, mesmo que eu tentasse e tentasse, elas simplesmente continuavam agarradas à minha memória, dando voltas e voltas na minha imaginação. E com coisas eu quero dizer Alec.

Eu o estava evitando de todas formas. Sabia quais eram os lugares e horários onde ele passava o dia e tinha feito toda uma rota de fuga para evitar esses locais. Mas não conseguia fugir dele na minha cabeça, muito menos nos meus sonhos, onde ele sempre aparecia para visitar-me. Eu sabia que tinha feito a coisa certa ao me afastar, a escolher Thomas e o reino e todas as coisas certas, mas nem por isso deixar Alec para trás ficou mais fácil, porque uma parte minha preferia ter escolhido ele.

Ele até tentou falar comigo uma ou duas vezes, mas quando percebeu que eu não iria ceder, desistiu, agora, apenas trocava olhares comigo se nos encontrássemos nos corredores. Olhares que escondiam segredos e faziam meu coração bater mais rápido.


Na noite da quinta-feira ao deitar-me, coloquei mais um alarme para oito horas, para lembrar de ir me aprontar e esperar Thomas no aeroporto, fui dormir repetindo para mim mesma que eu não tinha feito nada de errado, que Alec fora só uma parte a se esquecer naquela história toda e que eu tinha que agir normalmente com Thomas no dia seguinte. Eu conseguiria, sempre conseguia fingir muito bem. Com tudo isso em mente, adormeci.

***

— Allys? — A voz melodiosa parecia distante, nem imaginava quem poderia ser, por um tempinho cheguei mesmo a pensar que estava sonhando com Alec outra vez.

— Hum? — Respondi, sem abrir os olhos.

Senti os dedos frios delicadamente tirarem meu cabelo do rosto, era uma sensação boa. Apertei os olhos antes de abri-los e deparar-me com uma visão inesperada. Olhos castanho claros encimados por cachos escuros me encaravam com carinho e certa tristeza.

— Thom? — Ele sorriu. Sentei na cama e o encarei. — Aí, Deus, eu perdi a hora?! Deveria tê-lo buscado no aeroporto! — Perguntei, agitada. Eu nunca perdia a hora.

— Não, você não perdeu a hora, Allys. Eu que vim mais cedo. Queria fazer uma surpresa. — Explicou, leve.

— Ah, surpreendeu mesmo.

Levei uma das mãos à boca cobrindo um sorriso culpado. Eu devia estar um desastre com o cabelo assanhado e a cara amassada e Thomas, bem, estava perfeito como Thomas sempre era. O cabelo bem penteado com os cachinhos certos caindo no rosto, a roupa bem passada e o sorriso doce que tantas vezes fizera meu coração saltar, mas que há algum tempo perdera esse poder.

Ele pegou minha mão e a beijou com delicadeza.

— Bom dia, minha moça. — Disse, me encarando com uma expressão sonhadora.

— Fico feliz que tenha chegado, Thom. Eu te daria um beijo, mas meu bafo deve estar horrível.

— Não me importo com isso. — Ele falou e me beijou. Culpada, pensei em Alec. Espantei aquilo para longe. — Senti saudades.

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