28 - A escolha certa

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Depois que ouvi aquela conversa, não conseguia nem por um segundo tirar da cabeça o que tinha escutado e mesmo assim não conseguia tomar uma decisão

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Depois que ouvi aquela conversa, não conseguia nem por um segundo tirar da cabeça o que tinha escutado e mesmo assim não conseguia tomar uma decisão.

A escolha certa era difícil demais e escolha fácil era errada demais.

Suspirei, deixando de lado os papéis em que estivera trabalhando e olhando para fora da janela. O jardim estava muito bonito sob aquele sol fraco, as flores em todas as suas cores pareciam contrastantes com o céu claro e frio do inverno que chegava. O jardim tinha flores o ano todo, pois elas eram de diferentes espécies e floriam em diferentes épocas então, mesmo no inverno, ele ficava colorido e alegre.

Eu crescera ali, correndo por aquele jardim e pensando que pelo resto da minha vida olharia pelas janelas e veria apenas ele lá. E então eu tinha uma decisão a tomar que poderia levar-me para muito longe das flores conhecidas.

Consultei o relógio que marcava as três da tarde, era melhor eu deixar o escritório para arrumar as coisas que levaria quando fosse buscar minhas irmãs dali a dois dias e tinha que verificar se os vestidos delas tinham ficado prontos e como estavam os andamentos para a festa e isso eu teria de resolver isso com os marqueses. Então era melhor começar aquilo logo.

Guardei as coisas restantes na caixa azul e levantei com os papéis terminados em mãos. Havia muito mais movimento no castelo àquele dia do que costumava haver, todos preparando-se para o caos que sempre era o Festival das Rosas.

A meio caminho do gabinete dos marqueses, vi de canto de olho Alec numa das saletas daquele andar. Só de vê-lo, poderia dizer que meu humor melhora um pouquinho e minha dúvida ficava ainda maior. Bom, não parecia haver mais ninguém na sala além dele, eu poderia falar-lhe para sairmos depois da reunião. Quando cheguei mais perto, percebi que ele conversava com alguém. Parei na beirada da porta.

- Não vou poder, nesse dia eu trabalho. - Ele explicou.

- No Festival? Não acredito que ficou com essa escala. - Respondeu a outra pessoa. Imaginei ser Lídio, o amigo de quem ele sempre falava e que costumava visitar o castelo às vezes. - Como conseguiu isso?

- Não fui eu, cara. Meu nome simplesmente estava lá. - Falou e, pelo seu tom de voz, devia estar sorrindo.

- Ah, fala sério. Você fez foi algum arranjo para passar o feriado com a sua namorada.

O quê? Imediatamente prestei mais atenção, aproximando-me do canto da porta, tomando cuidado para não ser vista.

- Fale baixo! - Alec pediu, num sussurro alarmado.

- O quê? Ninguém vai saber de quem eu estou falando. Só tem nós dois aqui.

Alec havia mesmo contado sobre nós para o Lídio? Mesmo depois de ter prometido não contar para ninguém? E se Lídio acabasse dizendo algo para alguém? O quão arriscado poderia ser se alguém soubesse? Alec deveria entender que um escândalo como aquele poderia desestabilizar a Coroa e que aquilo poderia ser perigoso para nós, por isso havia aquela regra. E, se Lídio sabia, tia Liane sabia, quem mais poderia saber?

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