24 - Visita imprevista

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O que se iniciou naquela madrugada de abril, pareceu ser um sonho belo durante todo o mês, como se em uma manhã de domingo tivesse dormido até mais tarde e estivesse aproveitando cada segundo doce daquela ilusão

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O que se iniciou naquela madrugada de abril, pareceu ser um sonho belo durante todo o mês, como se em uma manhã de domingo tivesse dormido até mais tarde e estivesse aproveitando cada segundo doce daquela ilusão.

Uma coisa que Alec e eu aprendemos foi a nos esconder. Conhecíamos todas as partes do castelo por onde podíamos e não podíamos seguir e os horários em que essas escapadas eram seguras. E tudo estava bem por algum tempo. Tão bem que eu realmente estava cogitando a ideia de conversar com meu pai e dizer-lhe a verdade.

Eu nunca tinha escondido nada realmente sério do meu pai, no máximo um ou outro deslize meu ou das meninas, e Alec... não era algo que eu queria esconder. Na verdade, o que gostaria era de mostra-lo a todo mundo, apresenta-lo como o rapaz incrível que era e gostaria de simplesmente tê-lo comigo ao bem da liberdade, não como se fôssemos fugitivos, escondendo-nos do mundo. Queria que todos vissem o quanto ele era especial para mim. Principalmente o meu pai.

Então disse isso a Alec.

— Se quer fazer isso, tudo bem. Vou com você. — Ele disse, tentando esconder o nervosismo. — Quando?

— Bom, o Dia do Legado está chegando, a família vem para cá esse ano, então ele está estressado com a festa. Vamos deixar a data passar, quando as meninas voltarem para o internato e as visitas tiverem ido embora, falamos com ele. O que acha?

— Certo. — Ele olhou para a parede da cozinha, distraído.

— Nervoso, Alec? Você? — Perguntei, com um pequeno sorriso.

— Algumas coisas me deixam nervoso. Seu pai é uma delas. — Sorri um pouco mais com o modo cômico como ele falava. — O quê? Ele é meu patrão, é o governante do meu reino. Um dos 7 homens mais poderosos do país. E eu vou falar com ele para pedir para namorar uma das suas filhas... cara, só de pensar, me dá logo um calafrio.

— Esqueça os títulos. Ele é apenas o meu pai. É muito gentil e tranquilo com essas coisas. Foi perfeitamente calmo com Thomas e eu era bem mais nova. — Segurei sua mão, fazendo-o encarar-me de verdade. — Mas se não quiser fazer isso, tudo bem, deixamos assim como está.

— Eu quero fazer isso. De verdade. Sabe, poder estar com você sem ter que estar olhando os horários e lugares em que ninguém vai estar. Te apresentar à minha família, podermos sair por aí juntos... eu quero isso.

— Mas querer isso não torna a situação menos assustadora. — Concluí. — Bom, ainda temos uma semana, a festa é no dia 2, acho que no dia 3 todos já vão estar partindo, porque é uma terça-feira.

— Ok. — Ele se ajeitou, mudando o peso do corpo de um pé para o outro. — Vamos fazer isso. Vai ser um dia interessante.

E mudamos de assunto antes que mudássemos de ideia.

Como previsto, a família chegou no domingo. Naquele ano seria o pacote completo: tio Alberto, tia Clarissa, as meninas e a vovó Regina. Minhas irmãs viriam com eles e isso quer dizer que o castelo se tornou um caos antes do feriado. Crianças correndo e gritando para todos os lados, adolescentes falando alto como sempre, os adultos conversando como se tudo aquilo não estivesse acontecendo e a vovó Regina falando mal de tudo e de todos. Uma reunião de família como qualquer outra.

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