19 - Uma solução

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Naquela noite quando preparava o chocolate quente, não conseguia me concentrar no que estava fazendo e ainda peguei a caixa com suco de laranja no lugar da do leite, mas por sorte percebi antes de jogar na panela

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Naquela noite quando preparava o chocolate quente, não conseguia me concentrar no que estava fazendo e ainda peguei a caixa com suco de laranja no lugar da do leite, mas por sorte percebi antes de jogar na panela. Me atrasei tanto que quando ouvi Allyssa chegando, ainda estava tirando as canecas do armário.

Ela veio com a mesma alegria de todos os dias, tomou um impulso e sentou no balcão.

- Halí, Alec. - Ela falou, num tom leve. - Te vi correndo com os outros soldados hoje, meu Deus, você é muito rápido.

- Estava vigiando, princesa? - Perguntei, com um sorriso divertido só para vê-la ficar vermelha.

- Claro que não! Não tenho culpa se vocês correm bem embaixo da minha janela.

- Claro, claro. Vai, eu deixei os outros todos no chinelo.

- Convencido. - Zombou quando pegou a caneca que eu entregava. - Obrigada.

- E você, o que fez hoje?

- O de sempre, fiquei no escritório o dia inteiro, uma carta atrás da outra. Também teve a aula de música da Anna. - Ela sorriu como se lembrasse de algo muito bom. - Ela veio ne perguntar hoje porque a nota "Sol" tinha esse nome, já que não se parecia nem um pouco com o sol de verdade. E o pior é que eu nem sabia o que responder.

- Errada ela não está. - Concordei.

Ficamos em silêncio, o que quase nunca acontecia, na maioria dos dias, a conversa com Allyssa era muito fluída, só acabava realmente por causa do horário, nunca porque ficávamos sem assunto. A última vez que algo assim tinha acontecido, foi no acidente da irmã dela, mas dessa vez não era Allyssa que estava perdida nos seus problemas. Era eu. E ela percebeu.

- Está tudo bem, Alec? Aconteceu alguma coisa?

- Não, nada.

Ela me encarou, não parecia acreditar muito em mim. Allyssa tinha uma estranha habilidade de me fazer querer dizer tudo a ela, como se realmente fosse aquela garota que o país e todas as suas irmãs achavam que era: a pessoa que sempre podia resolver todos os problemas do mundo. Naquela semana, fazia quase dois meses que eu a conhecia, mas eu sabia que se ela me pedisse, eu era capaz de contar todos os meus segredos. Suspirei longamente, nunca conseguiria mentir para Allyssa.

- Lembra o meu pai? - Falei, num tom que soou mais calmo até do que eu pretendia.

- Sim, sei.

- Ele meio que voltou. - Ela avaliou minha reação, como se esperasse que eu soltasse fogos de artifício e saísse dançado samba em comemoração.

- Isso não é bom?

- Seria. - Coloquei a caneca na bancada ao meu lado e olhei para frente, sem encarar a garota. - Se ele não tivesse voltado só para dizer que vendeu nossa casa para pagar as dívidas dele. Agora temos uma semana para achar um lugar e não ficar sem teto. - Olhei para cima e sorri, puro escárnio, se fizesse qualquer outra expressão, choraria. - Não sei nem porque ainda fiquei surpreso.

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