29 - Um dia difícil

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Chegamos a Arabelle no meio da manhã e, mesmo com o carro cheio, o silêncio era completo

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Chegamos a Arabelle no meio da manhã e, mesmo com o carro cheio, o silêncio era completo. Era dia 11 de dezembro. Eu tinha ido buscar as meninas em Floreta muito cedo e todas nós seguíamos em silêncio, uma ocasião rara e extremamente desagradável.

Anna estava dormindo no meu colo, um cochilo inquieto e cansado. Agnes estava adormecida nos braços de Angel que alisava com delicadeza os cabelos claros da mais nova, olhando-a com carinho e tristeza. Alinna estava ouvindo música, como sempre, mas sem aquela expressão satisfeita que geralmente tinha quando fazia isso, ela fitava a janela e a paisagem passando lá fora como se não a enxergasse.

Finalmente adentramos os muros do castelo. Angel olhou-me como se perguntasse se deveria acordar Agnes. Apenas balancei a cabeça. Elas tinham acordado muito cedo, seria um dia longo e difícil e ficariam acordadas até tarde. Quando paramos, Alinna praticamente pulou do carro correndo e atirou-se nos braços de papai que esperava na porta. Angel e eu descemos com as menores no colo, elas mal acordaram, Anna ainda teve a percepção de estar em casa e apertou os braços em torno do meu pescoço quando a levantei, mas Agnes nem percebeu que saia do carro, mesmo que Angel não tivesse a menor habilidade ou delicadeza em leva-la de lá.

Papai beijou o rosto de Anna e acariciou seus cabelos antes de voltar-se para Angel e Agnes e levar a menor. Seguimos os seis para dentro, sem trocar nenhuma palavra.

Era um dia silencioso e triste. Todas as flores e arranjos que costumavam adornar o castelo haviam sido retiradas, as cortinas que costumavam ser de tons claros e leves, tinham sido substituídas por vinho e azul marinho. Tudo parecia opaco e sem cor.

As mais novas tiraram a manhã inteira de sono e só nos reunimos depois do almoço, quando saí de quarto em quarto entregando as roupas da missa e do festival.

Quando estávamos no carro, recebi uma mensagem e parei para ver do que se tratava.

Tudo bem, Allys?

Era Thom. Ele tinha me mandado algumas mensagens nos meses passados, algumas besteiras só para confirmar que estava tudo bem entre nós dois, trocamos memes e vídeos de gatos, coisas que sempre fizemos. Mas ele era Thom e sabia que aquela data era especialmente difícil. Ele sempre vinha a Arabelle naquela época do ano para ficar comigo.

Sim. Estamos indo à missa agora

Como está se sentindo?

Do mesmo jeito de sempre

Pensei em passar o Festival aí

Podemos ir ao parque

Vai te distrair

Thom, é muito gentil da sua
parte, mas não precisa

Além do mais, seria terrível
conseguir um voo

Princesa ImperfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora