13| Boston

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- Isso tem que ser segredo nosso, promete? - Ele concordou. - Eu acredito em você!

É imaginável o quanto Henry ficou feliz com a ideia de quem alguém acreditava nele.

O menino deu um sorriso de felicidade que encheu meu coração. Henry estava basicamente realizado ao saber que tinha alguém junto dele nessa jornada.

- Obrigado, S/N! - Novamente ele veio para um abraço. Abraçou a minha cintura, porém dessa vez eu não abaixei para retribuir o abraço, estava estática em ter aquele menino tão carinhoso tão próximo, apenas passei a mão em seu cabelo e sorri.

- Henry, quem é? Você está demorando tanto. - Ouvi a voz de Regina.

Fiz o sinal colocando o dedo indicador na boca para dizer que não era para ele falar sobre mim.

- É... - Ele não sabia direito o que responder. - É meu amigo, mãe.

- Eu já vou indo, até logo, Henry! - Disse baixinho para ele e me virei para ir embora.

- Tchau, S/N! - Ele disse e fechou a porta, entrando para sua casa.

Dei alguns passos após termos nos despedido, quando ouço alguém me chamando.

- Como você pode vir até a minha casa e não falar comigo? - Era Regina que tinha saído, desconfiada e atenta como sempre.

- Imaginei que não queria falar comigo. - Falei sem me virar em sua direção. - Eu já vou indo. - Continuei andando.

- Calma aí... - Parei de andar por um momento e ela veio caminhando em minha direção. - Sobre mais cedo, eu queria pedir... - Ela sempre hesitava quando se tratava de sair de sua zona de conforto, como um simples pedido de desculpa.

- Pedir o que? - Perguntei séria me virando em sua direção.

- Pedir desculpa, S/N. Pedir desculpa... - Ela falou de cabeça baixa.

- Não consegue falar isso olhando nos meus olhos?

- Eu ainda estou aprendendo a fazer isso. - Retrucou.

- Regina, você não pode fazer o que quer toda vez e depois agir de tal maneira... - Tentei falar, mas fui barrada.

- Eu já pedi desculpas, ok? - Ela respondeu um tom mais alto.

- Então fala isso olhando para mim! - Aumentei o tom de voz também, eu precisava que ela me ouvisse e soubesse que eu estava falando sério. - Fala isso olhando nos meus olhos, Regina! - Me segurei para não deixar que meus olhos enchessem de água.

Ela rapidamente me olhou no fundo dos meus olhos e soube que era o momento de fazer a coisa certa.

- Me perdoa. - Disse ela com a voz de quem segurava o choro também. - Eu realmente quero que me desculpe. Eu estou tentando mudar quanto a isso.

- Eu imagino que você nem sempre foi assim e quero que lembre uma coisa. - Falei. - As pessoa não mudam, elas fingem que mudam. Você não deixou de ser a pessoa que já foi, apenas aprendeu a se tornar a pessoa que você é hoje.

- Quer dizer que me acha uma pessoa má? - Ela perguntou.

- Eu quero dizer que você ainda pode ser uma pessoa boa, Regina. - Ela me olhou e logo encarou o chão, arrumando seu cabelo atrás da orelha.

O que restou da maçãOnde histórias criam vida. Descubra agora