15| Beijinhos barulhentos

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- Com quem estava falando? - Me referi ao "olhem, ela acordou!" do início. Não consegui me manter acordada para ouvir a sua resposta.

XXX

Depois de umas horinhas, eu acordei novamente.

- Ainda bem que acordou, assim você já pode comer o lanche que a infermeira trouxe. - Disse Jenna se aproximando da cama. - Vamos, eu vou levantar a cama.

Não estava assimilando uma palavra depois de ter dormindo tanto, era quase como se eu estivesse acordando de um coma de 10 anos.

O excesso de tempo dormido e remédios não tinham me feito muito bem.

Jenna apertou o botão do controle que fez a cama levantar.

- Olha, come isso aqui! - Ela pôs uma bandeja sob as minhas pernas que continha um sanduíche natural e um copo de suco que por sua vez também era natural.

- Eu não tô com fome. - E dei uma leve empurrada na bandeja como uma criança mimada.

- Não começa, come isso logo! - Ela me forçou.

- Mas eu não quero, Jenna... - Virei o rosto para não olhar para ela.

- S/N... não faz eu perder a paciência com você. - Disse ela.

Mantive meu rosto virado.

- Você vai me obrigar a fazer algo que você não gosta... tô falando sério. - Me ameaçou.

As palavras da garota não surtiu efeito em minhas atitudes.

- Ok, você que pediu. - Ela veio se aproximando lentamente e se inclinou para frente, ficando pertinho de mim.

- Nem vem...

Jenna começou a me encher de beijos e abraços em excesso sabendo que é a coisa que mais me irrita no mundo.
A menina distribuía beijos por toda a minha face e eu me segurei para não me render, mas foi mais difícil do que eu esperei. Beijos barulhentos e abraços que duram mais de cinco segundos me fizeram desistir.

- Tá bom! Eu como isso! - Exclamei.

No exato momento, ela parou e se afastou com um sorriso vitorioso, se deu até o direito de até fazer um gesto com o braço e com a mão fechada que dava meio que uma cotovelada no ar e se sentou.

- Falando sério, como está se sentindo? - Perguntou.

- Eu estou bem, minha perna parece estar cicatrizando bem. - Por um momento dei uma leve levantada no tecido que me cobria para dar uma analisada, a perna estava enfaixada e um pouco roxa. A cobri novamente e dei uma mordida no lanche.

- Os médicos disseram que se você já estiver se sentido melhor e não ter nenhuma recaída, daqui a dois dias você pode ser liberada. - Disse Jenna.

- Dois dias? Nem morta eu fico mais encostada nessa cama! Minha perna está ótima! - Exclamei. - Chama o médico aí.

- Calma. - Tentou, mas eu estava inquieta. - Não é por causa da perna, é porque você ficou desacordada por um tempão e agora quer ir embora do nada? E se do nada cair aí na rua?

O que restou da maçãOnde histórias criam vida. Descubra agora