Angélica

Capítulo 8

Benjamin Taylor

Eu não poderia  ser idiota em mostrar minha fraqueza diante de Angélica eu não poderia confiar em nada em ninguém do que a mim mesmo eu fui enganado uma vez e não seria  traído por outra pessoa novamente .E por isso eu iria agir friamente com Angélica esquecer que nos aproximamos um pouco daquela noite  ,passei a evitar fingindo que não a via como antes. Dessa  vez aguardava os alunos na sala , tinha chegado mais cedo que o habitual ,vejo as crianças entrarem e entre os últimos estava Angélica que para minha surpresa usava uma joia valiosa em seu pescoço ,franzi a testa com a coragem audaciosa de minha aluna , vi alguns olhares das meninas da sala —Qual é Angélica assaltou um banco foi? Alana uma das alunas a indaga  perguntou. A vi segurar sob colar acariciando a borboleta.

—Não é da sua conta fofa. Ela me olhou como se soubesse de alguma coisa e se sentou na carteira da frente , diferente dos outros dias ela veio com uma mini saia xadrez  e uma camisa branca  , sobre meias brancas que cobriam até os joelhos  e tênis, ela cruzou as pernas  ,pegando o livro na mochila , a vi manusear o aparelho —Sem celulares em minha aula. Eu disse porém eu vi meu celular tocar.

—Acho que isso vale pra você professor. Algo me dizia que me falou em tom provocativo—Será que posso   ir beber água?

—Vai rápido! Disse abrindo a mensagem era Angélica ''Me encontra na sala de química''.  Poderia ignorar aquela mensagem , com certeza era  mais um de seus truques  — Façam o resumo das páginas 45 a 58 em papel almaço valerá como prova surpresa   que não houve naquele dia , já volto.

...

Adentrei  na sala e a vi distraída , olhando os  peixes no aquário  ,fechei a porta —Espero que tenha um bom motivo para ter me tirado da sala de aula. A  vi virar em minha direção .

—Achei que não viria. Ela disse.

—Acho que foi uma perca de tempo ter vindo até aqui. Olhei em meu relógio de pulso ,então a vi dar dois passos em direção ao centro da sala.

—Olha eu sei que não conseguimos nos despedir depois  do leilão , os pais da Camila apareceram, a sua amiga te chamou e não conseguimos mais conversar.

—Pare!disse  tentando a fazer impedir de continuar de falar daquela forma tão menina ,sem contar a sua maquiagem ,havia delineador cor de rosa , e glitter no canto de seus olhos. Eu não poderia colocar meu disfarce a perder —Olha Angélica acho que você se enganou , melhor voltar pra sala e esquecer que tivemos essa conversa , se realmente aconteceu. Disse  ,porém vi seu sorriso desaparecer.

—Como assim me enganei ? eu estive lá , tá eu sei que nos detestamos mas não me pede pra esquecer da chuva , e da sua boca colada na minha , dos seus olhos azuis mais confusos do que o meu , eu sei , sinto bem aqui. Ela tocou em seu coração.—Foi o beijo mais bonito de toda a minha vida.

—Angélica não vou permitir que coloque fantasias em sua cabeça , até entendo que meninas da sua idade tem fetiche por um professor no colegial ,mas justamente você ? Por favor eu tenho mais que fazer.A vi  mudar sua expressão —Quer saber esquece isso tá  bom , eu que sou uma idiota , melhor fingir que isso nunca aconteceu se você  quer dessa maneira assim será . A vi passar por mim me olhando desapontada antes que tocasse a maçaneta da porta , a impedi sua passagem  com meus braços bloqueando a porta , a qual ficamos próximos , ela virou-se —Me deixa passar.

—Por que tudo isso Angélica?

—Não foi o gênio que me disse que eu tinha inventado essa história por que quer saber agora? Ela disse nervosa encostada na porta — Melhor me deixar passar , já vi que não foi você o comprador misterioso desse colar.

 —Então você ganhou esse colar?

—Já falei demais , você com certeza sabe quem é o comprador , mas pode ser uma invenção da minha cabeça.

 —Melhor ir para sala de aula. Eu disse enlouquecendo por dentro louco para beija-la ,porém ela colocou suas duas mãos em volta do meu pescoço e sorriu —O que pensa que está fazendo?

—Irei te provar que o beijo foi de verdade, irei te fazer lembrar professor. Ela ergue a ponta dos pés e me beija mais vez , a prenso contra porta , enquanto sua língua disputava com a minha , nossas respirações ofegantes a loucura que aquele beijo estava me fazendo despertar o homem que não se via louco por alguém há muito tempo. Mais uma vez ela me desarmará com aquele beijo.