•Capítulo Vinte e Um•

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Janete

Estava com um pouco de medo, sim, mas sabia que Késsio nunca faria nada de mau comigo. Naquele momento eu podia ver que ele estava com muita raiva, que estava se controlando, e eu me sentia uma idiota por faze-lo passar por isso.

Ele me olhou bem no fundo dos olhos, e vendo ele daquele jeito, me deu uma sensação... Era tesão. Em um momento como esse, eu estava pensando em sexo. Mas era impossível não pensar em sexo com aquele homem. 

— Késsio... — minha voz saiu baixa, um fio, e eu separei o espaço que havia entre nossos corpos, ignorando sua mão segurando meu queixo.

Késsio respirou fundo, ainda sem desviar seu olhar do meu, e merda, aquilo era quente. Muito quente. Ele estava puto, como ele disse, e talvez não fosse a melhor ideia, mas... Talvez ele se acalmasse. E eu me satisfazia.

Coloquei a mão em seu pulso delicadamente, fitando-o de volta.

— Eu não vou fazer o que você quer. — Ele disse, seus olhos se estreitando. — Pode esquecer.

Não respondi, apenas continuei olhando para ele, para aqueles poços de raiva cinza.

Respirei fundo sentindo meu sexo apertar, sentindo o líquido da minha excitação molhar a minha calcinha, meu estômago dando aquele aperto, um friozinho na barriga. Queria ele, queria muito ele.

Senti esse pequeno desespero, esse aperto no peito, que me fazia querer gemer, mostrar a ele que eu o queria.

— Késsio... — falei baixinho. — Por favor?

Ele fechou os olhos por um segundo e respirou fundo, então soltou meu queixo, e eu entendi aquilo como a minha deixa.

Aproximei meu rosto dele, que continuou parado. Resolvi mudar de tática, e fui para seu pescoço, deixando beijos demorados ali, sentindo o cheiro de sua pele. Toquei sua cintura com as mãos, levemente, sentindo o tecido da camiseta que ele estava usando.

Voltei a olhar para ele, e sua expressão não havia mudado, ele continuava me olhando com aquele olhar.

— Certo... Eu... — Desisti de falar, estava tremendo, com vontade de chorar e de fazer sexo com Késsio, tudo de uma vez. Mas a frustração, a rejeição. Mesmo que ele estivesse com raiva, eu me sentia rejeitada.

Dei um passo para trás, ainda olhando para ele, e nada.
Esqueça, Janete.

Me afastei, dei-lhe as costas e fui para o quarto, já sentindo lágrimas descendo pelas minhas bochechas. Talvez ele não quisesse ficar aqui mais, também. Eu estraguei tudo.

Subi na cama e encostei contra a cabeceira, então passei a tentar controlar meu choro. Porra, em Janete.

Peguei meu celular que tinha deixado na cama e fui para a lista de contatos. Ligaria para Ian e conversaria, ele sempre me fazia esquecer os problemas. Seria difícil esquecer Késsio, já que ele estava na minha sala.

Ian atendeu no segundo toque.

— Alô?

— Ian.

— Você está com a voz estranha, o que aconteceu?

— Ian, tudo está uma merda...

Doce Perfeição | Série "Donos da Máfia" | Livro 6Onde histórias criam vida. Descubra agora