Dantas
M
ais tarde naquele mesmo dia, estava sentado no sofá ouvindo os roncos de Janete no outro quarto enquanto tentava ver TV. Era impossível com ela roncando daquele jeito, e eu também estava inquieto, querendo sair, querendo ação.
Pensamentos que eu estava evitando nos últimos meses insistiam em vir com cada vez mais freqüência, e eu tinha que achar algo que me fizesse esquecer o passado.Me levantei e fui para o quarto de Késsio. Janete estava em uma posição estranha, a parte de cima do corpo para um lado e as pernas para o lado oposto.
— Janete. — Chamei. Ela continuou dormindo. — Janete...
Ela resmungou e abriu um pouco os olhos.
— Késsio?
— Não, Dantas. Endireite-se.
Janete se virou de lado e voltou a dormir, e parou de roncar também.
Saí do quarto e fechei a porta. Olhei meu relógio de pulso e vi que faltava pouco tempo para Késsio chegar.
Voltei para a sala e Arrumei algumas coisas que estavam bagunçadas. Lembrei de Késsio, que sempre me culpava pela bagunça, mas sempre era ele quem a fazia.
A porta se abriu e Késsio entrou, parecia ansioso.
— E Janete? — Perguntou, fechando a porta atrás dele e colocando o celular em cima da mesinha que tinha ao lado da porta.
— Está dormindo. — Respondi e ajeitei a almofada no sofá. — Vou sair um pouco.
Késsio estava indo na direção do corredor, então parou.
— Me avise qualquer coisa. E não se meta em problemas.
— Como se eu me metesse em problemas. — Saí do apartamento sem falar mais nada. Desci as escadas apressado, estava doido para sair daquele prédio um pouco. A verdade é eu sempre me senti sufocado ali.
Aquele apartamento me trazia muitas lembranças. Lembranças que traziam pensamentos que eu estava tentando evitar.
Tinha que esquecer, esquecer.
Saí do prédio e segui no passeio, só percebendo que tinha deixado minha blusa de frio no apartamento quando senti a brisa fria. Não voltaria para pegar.
Já era fim de tarde e o céu estava colorido em vários tons, as ruas mais movimentadas, tudo estava muito barulhento.
Parei um pouco antes de chegar a esquina da rua. A minha direita seguia uma rua, a minha esquerda, outra, e a minha frente tinha aquela lanchonete de nome estranho. E veja bem, aquele lugar me interessou assim que realmente olhei para ele.
Veja bem, tinha um homem rondando o lugar. Um homem que tinha olhos muito expressivos.
Olhei para os lados e resolvi me encostar na parede do prédio que ficava na esquina. Peguei um cigarro do maço que eu sempre levava no bolso e meu isqueiro. Ninguém desconfiaria daquilo, eu era só um homem que estava passando seu tempo fumando em uma esquina.
Acendi o cigarro e dei uma longa tragada, segurando-o entre os lábios enquanto guardava o maço e o isqueiro no bolso de trás da minha calça jeans.
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Doce Perfeição | Série "Donos da Máfia" | Livro 6
Romance+18 - Esse livro contém cenas de sexo explícita, agressão, palavras de baixo calão e pode conter gatilhos. "Era para ter sido apenas uma noite." Janete Galeman sempre teve uma vida difícil. Lidava com a instabilidade financeira e mal tinha o que co...