•Capítulo Vinte e Quatro•

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Késsio

— Maravilha. — Falei com ironia.

Como  pude ir parar direto na boca do leão assim?

Onde estava a minha cabeça quando simplesmente entrei nesse lugar, sem nem saber a quem pertencia?

Tudo que sabia era que Charlie entrou aqui, e eu como se tivesse com a cabeça enfiada na bunda, simplesmente o segui. Ele sabia que eu o seguiria, e com certeza armara uma armadilha para mim, ele sabia que eu estava aqui.

Mil vezes porra!

Olhei para todos os lados, pegando a garrafa de água cegamente e abrindo-a, tomando um gole. Tinha que avisar Dantas, precisava de ajuda urgentemente. Olhei novamente para onde Charlie estava, e encontrei o olhar do fodido, que sorria para mim.

Tinha que admitir, o cara não era nenhum idiota. Com certeza ele me notou antes mesmo de entrar.

Peguei o celular de meu bolso e comecei a discar o número de Dantas.

— Eu acho melhor você desligar o celular. — Uma voz disse atrás de mim.

Apertei o botão de desligar três vezes, e guardei o celular no bolso. Naquele momento foi enviado um sms de emergência para Dantas, e eu acreditava que meu irmão viria assim que visse. O que seria esse exato momento, já que ele dificilmente recebia mensagens e ligações.

Olhei sobre o ombro e vi um homem, devia ter a minha idade, cabelos e olhos escuros, de estatura mediana.

— Venha comigo. — Ordenou.

Não era muito de seguir ordens, ainda mais do inimigo, mas eu me levantei e o segui através da multidão, tentando me manter o mais calmo possível. Estava com medo, sim, mas não por mim. Teria um filho, e com a mulher que eu estava... Apaixonado.

Não, tinha que sair dali vivo, eles não me matariam tão facilmente.

Determinado a acabar com aquilo ali, ou pelo menos escapar sem muitos danos, segui o homem para a parte de trás da boate. Não olhei para os lados, mas sim para frente, a todo momento pensando em uma maneira de sair dali.

Sentir a minha arma no cós era reconfortante, mas eu tinha certeza que assim que ele me tirasse dali ele a  pegaria. Seria melhor arriscar e atacar, ou esperar o momento certo? E perder a minha arma?

Ele me guiou para uma porta no fundo da boate, e eu dei uma última olhada para trás antes de entrar, o barman que eu vi antes estava nos olhando. Ele sabia o que ia acontecer.

Entrei, e quando a porta se fechou atrás de mim, tudo a minha frente ficou completamente escuro. No próximo segundo, fui atingido por um chute na parte de trás da minha perna, o que me fez cair, e logo minha arma estava sendo tirada de mim, como previ. Mas eu não deixei ela simplesmente ir, agarrei o pulso do cara e o puxei para baixo, torcendo seu pulso no processo. Peguei a minha arma as cegas e me levantei com certa dificuldade, mas ignorei a dor que senti quando me forcei a ficar de pé. O lugar foi inundado por uma luz fraca e eu finalmente pude ver onde estava.

O som agora estava abafado, mas ainda alto, ninguém ouviria nada do que seria feito ali. Espertos.

Estava em uma sala ampla, não havia cadeira nem nenhum tipo de móvel ali, apenas concreto liso no chão e nas paredes, o que iluminava o lugar era uma arandela presa ao teto.

Doce Perfeição | Série "Donos da Máfia" | Livro 6Onde histórias criam vida. Descubra agora