•Capítulo Seis•

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                                         Janete

Uma semana depois...

Estava deitada na minha cama olhando para o teto, submersa no silêncio do meu apartamento, ouvindo os vizinhos brigarem. O vizinho do lado, que é um cretino, havia acabado de chegar e eu estava me preparando para a onda ensurdecedora que viria daqui alguns minutos. Sofria com o som alto quando ele estava em casa.

Olhei para o outro lado do quarto, para a minha cômoda que ocupava grande parte do quarto e para os presentes que Ian havia me dado na última semana. Nem sabíamos se o bebê seria menino ou menina ainda e ele já estava comprando roupinhas. Sorri, pelo menos tinha ele comigo.

Me lembrei de alguns dias atrás, quando liguei para Julia para contar a novidade.

Ela havia ficado surpresa...

“Grávida?”, a minha amiga praticamente gritou na linha, quase me deixando surda.

Sim, foi o que eu acabei de falar. — ela gritou empolgada.

“Vamos ter nossos bebês quase juntas!”

— Sim. — Sorri, tinha algo bom em tudo isso, afinal.

“Mas... E o pai?”

Eu suspirei quando ela perguntou aquilo.

Sabe aquele capanga do seu namorado? O Késsio?

“Oh meu deus...”

— Sim, é ele. Não ficava com ninguém a meses e então passamos aquela noite juntos, o resto você já sabe.

“Você vai contar pra ele, não vai?”

Por que todo mundo me perguntava aquilo com desconfiança, como se eu não fosse contar? Parecia ser tão irresponsável assim?

— Vou, mas não agora. Só... — Respirei fundo. — Só preciso de alguns dias para pensar.

Certo, eu entendo. Estou muito feliz por você. E, amiga, se estiver precisando de qualquer coisa, por pequena que seja, não hesite em me pedir ajuda, okay?”

— Tudo bem.

Depois daquela conversa desligamos e não nos falamos desde então. Tinha conseguido alguns dias de folga da boate, depois que a médica me falou para fazer repouso, e tenho duas semanas de folga. Uma já foi, e tinha certeza que a outra ia passar tão rápido quanto a última.

O som alto ligou no apartamento do lado, me fazendo tapar os ouvidos. Merda, já não estava bem, e ainda tinha esse fodido com o som alto.

Me sentei devagar, pois nos últimos dias eu dava um passo e tudo girava. Resolveria isso agora, não aguentaria aquele som alto enquanto passava mal.

Me levantei e não me importei em calçar um chinelo, queria sentir o chão frio nas solas dos pés. Saí do quarto e passei pela sala e para fora do apartamento.  Bati na porta do lado e ninguém atendeu. Bati mais forte. A música lá dentro abaixou e eu pude ouvir os passos vindo em direção a porta.

Fechei as mãos em punhos ao lado do corpo, pronta para enfrentar aquele homem. Sim, não deixaria mais ninguém pisar em mim. Principalmente homens.

A porta se abriu e o homem de meia idade, com barriga de cerveja e muito maior que eu apareceu, aquele bigode ridículo tomando conta do lábio superior. Assim que ele focou seu olhar castanho em mim, eu pensei em voltar para o meu apartamento. Sim, ele parecia bem drogado.

Doce Perfeição | Série "Donos da Máfia" | Livro 6Onde histórias criam vida. Descubra agora