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Virgínia: O que você quer com a minha irmã então? - olhei para ele de cima para baixo, entendendo nada.

Marino: Quero que tu dê a notícia para ela deixar a casa que tá morando, de início, só isso.

Virgínia: Mas por que eu? Tipo? - ele podia facilmente mandar outra pessoa e quer porque quer me envolver em um assunto que nem é meu. - A casa não é dela?

Marino: Quero que você fale, caralho, aquela mulher não tem nada aqui, nem o aluguel paga e tá se achando com muito direito. Posso mandar qualquer um avisar, mas eu quero que você avise! Daqui um mês, dois, tu sabe o porquê.

Fiquei calada porque se eu expressasse minha opinião, certeza que morreria no mesmo instante, mas acho que minha expressão dizia tudo.

Encaro ele que me encarava, e eu franzo a testa achando seu rosto bem familiar.

Seu olhar, não sabia dizer.

E claro, o cara era daqui, certeza que devo ter visto ele alguma vez, mas nem era isso.

Era outra coisa. Mas com certeza eu estava enganada porque o sentimento que me trazia ao tentar recordar era bom, e o sentimento de olhar pra ele, não era. Não tinha como eu conhecer ele e isso estar interligado a uma coisa boa.

Desvio o olhar para não parecer uma louca.

Virgínia: Que a Marcelly pode ter feito algo que não agrade, não é novidade. Mas você me usar para isso?

Marino: Se ela vive fazendo coisa que não agrada, o que te faz pensar que não fez com você também? - hum, que estranho. - que não traiu o morro, ou que não vai trair? Acho que eu sei mais dá tua vida do que tu mesmo.

Virgínia: Isso aí é certeza, de fato. Investigou minha vida toda e deve saber até do meu futuro com toda essa confiança que tá.

Ele solta uma risadinha saindo de onde estava e passando por mim. Me contar o que sabe não quer, fica de joguinho.

Esse ser humano, desumilde.

Já me trombei com tanta gente estranha, mas esse cara certeza que lidera.

Marino: Tchau, Virgínia. A gente vai se ver o mais rápido que você possa imaginar.

Virgínia: Vai pela sol, e esqueça o caminho - eu tiro intimidade do cu mesmo.

Marino: Tranca bem a porta, não tá fechado o suficiente - passa pela porta, e eu sigo até para ir certificar que ele ia embora mesmo.

Virgínia: Obrigada pela dica, meu amigo. Vou comprar 5 cadeados ainda hoje - seguro a porta, esperando ele sair da frente.

Marino: De nada, meu anjo - ele pega no meu queixo, me fazendo mirar no tapa. Mas ele sai em questão de segundos.

Fecho a porta, negando com a cabeça e fiquei segundos vidrada no que tinha acabado de acontecer ali.

Que negócio é esse entre eu, ele e a Marcelly?

Alguém abre a porta da sala, me fazendo ter um segundo colapso do dia.

Mas era só a Lis.

Virgínia: Não chega mais assim cara, traumatizei - ponho a mão no coração.

Lis: Mulher, por que o Marino saiu daqui? - me olha curiosa. - coisa boa não é.

Virgínia: Marino? Poxa veio um cara aqui sim, mas foi pra me pedir açúcar - minto fazendo ela gargalhar da minha cara.

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