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Quinta-feira.

Já tinha se passado três dias após aquilo, e nada aconteceu.

Eu estava sem esperanças, apenas trancada dentro de casa, para minha família não desconfiar.

Porém, acho que estava impossível eles não desconfiarem.

Andava com a Lis para tudo que era lado, sempre voltava com ela e eles sempre viam.

Termino de lavar a louça e olho a mensagem da Lis falando exatamente sobre isso.

Lis💗

seus pais me pararam hoje mais cedo e perguntaram por você

eu não soube o que responder, apenas disse que você tinha se atrasado e que a gente tinha brigado, por isso não estávamos andando juntas

porém a Marcelly ouviu e desconfiou, me desmentindo na frente deles

pqp viu

acho que vão te ligar, me avisa qualquer coisa

Dígito um xingamento em resposta, sem nem saber o que falar. Abri meu notebook e fui pesquisar outros hospitais, vagas, etc.

Uma coisa bem sem futuro, porque certeza que não iria poder sair daqui tão fácil.

Ouço um barulho de moto parando bem frente de casa e logo dou um pulo junto do meu coração, olho de espreita pela janela e fuzilo o filho da mãe pelo olhar.

Ele desce da moto, e olha em direção a janela do meu quarto.

Mas não me ver.

O infeliz simplesmente entra como se a casa fosse dele.

Ouço a porta se abrindo e eu me preparo inteira para fingir que não sabia que era ele entrando.

Saio do meu quarto, chamando pela Lis.

Sonsa não, atriz.

Me deparo logo com o mesmo, meto logo uma cara de desgosto e convenhamos, não precisava de muito esforço.

Ignoro sua presença, dando as costas e entrando de volta no meu quarto.

Marino: Ih, qual foi? - me segue como um cretino que ele é. - ué, esse horário tu não deveria está no posto?

Virgínia: Não se atreva pagar de sonso comigo - ele dá risada e entra observando tudo com curiosidade. Cruzo os braços ficando de costa para ele, olho de relance me perguntando se valia a pena tacar meu abajur caro nele.

Marino: Achei que teu trabalho fosse tua vida - Me olha esperando uma resposta, mas como não tem, continua.- esperei um barraco na minha sala no mesmo dia.

Olho para minhas unhas, e nego com a cabeça.

Cínico, falso, cretino, infeliz, ordinário e vários outros adjetivos.

Marino: Que grande esforço para fazer greve de silêncio. Duvido muito ficar 5 minutos assim.

Virgínia: Ah, é? Então marca - paro de falar assim que percebo que já tinha falado. Ele dá risada, me sento na minha cama bufando. - sabia que você não tá sendo bem vindo aqui, querido? Por que não vai atrás de outra pessoa para perturbar?

Marino: O que te faz pensar que eu iria atrás de outra pessoa? - puxa meu notebook, dando uma olhada. - hum, procurando vaga? Nem entendi.

Fecho o notebook deixando bem distante dele.

Virgínia: Não te deram educação não? Mexer nas coisas dos outros sem permissão, não é legal.

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