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Jorge: Tô atrapalhando? - ele ainda olhava para o Marino.

Marino: Tá, pô - olho para ele indignada, como assim, tá? Os dois se olham como se conhecessem a anos.

Espera aí, talvez se conhecessem mesmo e estão em um complô para me enlouquecer.

Virgínia: Lógico que não, tá maluco? - repreendo o maluco pelo olhar. - ele tá brincando pai, ele é bem palhaço porque trabalhou em um circo por anos.

Falo, fazendo o Marino me olhar com uma feição duvidosa.

Jorge: Eu sei, também tô gastando com vocês dois. Ele até vai no churrasco que vou fazer sábado, inclusive você não confirmou.

Arregalo os olhos negando para os dois, e o infeliz sorrir, me olhando de relance.

Mas

Como assim?

Certeza que se conhecem, não era possível.

Marino: Confirmando então, Jorge. - faz toque com ele de novo e me olha ficando de costa para meu pai.- nos vemos lá também, Virgínia.

Virgínia: Nem fudendo - solto sem querer, e ele ri saindo da minha casa. - pai, você enlouqueceu? Você sabe quem ele é?

Jorge: Você sabe quem ele é? - repete minha fala e cruza os braços.

Abro a boca vendo a audácia dele.

Virgínia: Sei, mas talvez você saiba bem mais que eu.

Jorge: Talvez eu saiba mesmo, ou talvez eu só saiba o que você sabe - ele rir da minha confusão e vem me abraçar, beijando minha cabeça. - tô brincando com você, fica tranquila. Você tá doente por acaso? Não tá indo mais para o posto.

Confere minha temperatura.

Virgínia: Me afastaram do posto e eu tive que resolver com ele. Já que ele quem manda em tudo por aqui agora né - inventei uma desculpa rápida.

Jorge: Te afastaram? Por quê? - ele fica indignado. - já resolveu então com o marino ou não?

Virgínia: É só oferecer uma carne, e falar que torce para o mesmo time que te compra pai? - cruzo os braços e ele dá risada, ele não diz nada, mas eu sei que ele escondia alguma coisa. - o motivo não sei, mas logo estarei de volta.

Jorge: Tá bom, espero que você consiga resolver logo, espero não, você vai conseguir.

Fica um tempo por aqui fofocando de tudo e de todos e vai embora.

Sábado...

Mais uns dias á toa e sem fazer nada, eu estava praticamente de castigo.

E o incrível era que o gato sumiu da face desse morro, então eu nem pudia ir atrás dele e obrigar que ele me colocasse de volta.

Thalita: Olha lá a corna da Gabriella - aponta para a rua de baixo, onde estava a Gabriella e seu filho. - desgraçada quase me arrebentou, que culpa eu tenho se o marido da gata não é flor que se cheire?

Lis: Para com isso, Thalita. Tá falando isso por quê? Se eu sonhar que você tá rendendo para homem casado, nunca mais te defendo de nada.

Thalita: Ah pronto, quem é casado sou eu ou ele?

Olho para ela pensando na frase escrota.

Virgínia: Os dois seriam bem filhos da puta, isso não se faz com ninguém. Essa Gabriella de souber de alguma traição, que largue esse fudido logo porque vai ser só atraso na vida dela.

Eu não conhecia a Gabe muito bem, mas ela é muito conhecida por ser filha do Roberto, o Beto que eu atendia no hospital, que era o antigo dono, comandava junto com meu pai. Porém os dois não se falam, e eu não procuro entender o porquê. Mas foi bem antes do defunto do Renato que o marino matou naquele dia.

Ela também trabalha na boca.

Thalita: Mas eu não saí com ele. Ponto final gente, eu hein... Vou encontrar umas conhecidas, vejo vocês depois.

Vai saindo em uma rua contrária a nossa.

Continuamos nossa caminhada até o mercado.

Que saudade do meu emprego, suspiro.

Virgínia: Caralho, eu preciso me ocupar com alguma coisa. Não aguento ficar sem fazer nada.

Lis: Esse churras vai rolar mesmo? Se for, pergunta.

Virgínia: Meu pai disse que vai, mas se ele vai estar, eu não sei porque ele sumiu. Se eu tivesse com meu emprego, estaria agradecendo, mas como não estou, dependo da presença dele - falo a Lis enquanto passava ao lado da Gabe que se vira só por escutar nossas vozes.

Gabe: Virgínia - fala comigo rapidamente e sorri. - pensei que tinha voltado para o posto já, mas vi meu pai hoje e ele estava perguntando e reclamando sobre sua ausência.

Lis: Verdade, quase fui chutada ontem por ele.

Virgínia: Não faço idéia de quando voltarei, mas espero que logo.

Gabe: Não recebi nenhuma ordem também - me olha desconfiada. Provavelmente querendo saber o porquê dessa demora toda. -  bom, preciso ir, mas se souber de alguma coisa, te aviso.

Pega na mão do filho e vai embora.

Dou um meio sorriso me despedindo.

Começamos a pegar os desejados, enquanto eu reclamava dos preços de tudo. Passamos no caixa e fomos embora pra casa. Termino de guardar as compras com a Lis e pego meu celular olhando uma mensagem inesperada.

Do meu ex, que não era só ex, era meu noivo e namoramos por longos cincos anos.

Até eu descobrir uma traição de anos que ele tinha com uma mulher desconhecida por mim.

Ela quem mandava fotos dos dois, nunca mostrando algo relevante dos dois para eu ter certeza, mas eu nunca soube quem era.

Sempre me xingava também, me xingava muito, na época achei que era alguma mandada querendo separar nós dois.

Burrinha demais.

Terminei o noivado todo no mesmo instante que tive provas concretas.

Diego

Oi Virgínia, queria muito trocar uma idéia com você, é importante.
Teria como?

Aos poucos fui franzindo o cenho, achando aquilo estranho para caralho.

O Diego reaparecer logo agora?

Parei para raciocinar em tudo que o Marino me disse, e pensei, seria o Diego a quem ele se referia?

Ele não era envolvido, até onde eu sabia.

Mas, Diego e Marcelly... Respirei fundo incomodada, não tinha como fazer sentindo, os dois não tinham muito intimidade ( mas e se tivessem e eu que não sei? ). Parecia maluquice, mas minha intuição gritava por isso.

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