14

2.5K 183 2
                                    

VIRGÍNIA

Ok, era segunda-feira.

Estava tudo um caos em plena 6 horas da manhã.

Dessa vez não era só da minha vida, era de toda minha família. Antes mesmo de eu tentar assimilar toda notícia dada, tinha que acordar hoje e me ver no meio de toda essa confusão, quando finalmente a Marcelly resolveu aparecer.

Isso porque minha mãe me fez o favor de praticamente me arrastar para acompanhar a bagunça que estavam fazendo.

Mas eu nem a culpo, ela não sabe de nada.

O pior de tudo, era encarar a Marcelly.

Eu estava me segurando, apenas caladinha no meu canto, esperando o momento certo para sair daqui o mais rápido possível.

Meu pai tentou conversar comigo, mas eu nem queria assunto. Sei lá, ele sabia de tudo e nunca me disse nada.

O Diego vinha aqui na minha casa, se fingindo de bom moço e os caralho a quatro. Conheci na faculdade, conheci a família dele e todos assim como ele, não tinha pinta de bandido.

Vai ver, nem era a família de verdade.

Isso explica o porquê do último ano do nosso relacionamento, meu pai ter pegado um ódio dele praticamente do nada.

Isso porque ele sabia, tinha descobrido.

E me deixou feito uma otária sem saber.

Desvio o olhar para a Heloísa que não tinha culpa de nada. Até uma filha juntos, caramba.

Marcelly: Não, não! Isso não vai ficar assim, não vai - grita no meio da sala toda neurótica, fazendo meu pai fechar os olhos sem paciência. - eu vou na boca, eu vou matar aquele infeliz! Ele não tinha o direito, deixou todas as minhas coisas do lado de fora e passou noite inteira chovendo, estragou tudo! E ainda tem gente morando dentro, que ódio, que ódio daquele cara!

Mãe: Se você tivesse saído e seguido como o combinado desde o início, tinha evitado isso tudo.

Marcelly: A casa era minha mãe, quantas vezes você acha que eu vou repetir? Eu não vou deixar isso dessa forma, papo reto. Agora mesmo eu vou na boca, ou aonde aquele infeliz estiver.

Jorge: Não vai! Leva sua filha no posto, não notou ainda que ela está doente? Fica com a menina na friagem e nem se importa dela adoecer.

Marcelly: Vou sim, é lógico que vou. Vou garantir um lar exatamente por ela - ela saí pela porta, e eu me levanto de onde estava sentada.

Hipócrita.

Minha mãe balança a cabeça totalmente incrédula e desapontada.

Mãe: E agora? Eu quem vou arrumar toda essa bagunça sozinha? - dá uma olhada para as caixas e entulho que tomava todo o espaço da sala, enquanto entrava um cara trazendo mais coisas.- se ela se importasse de verdade com a filha, não armaria esse circo todo e teria resolvido essa situação da melhor forma possível para ambos.

Meu pai me olha e eu direciono o olhar para minha mãe.

Jorge: Isso vai ser pouco comparado com as consequências que ainda virão.

Mãe: Leandro quem deu a ordem? - ela pergunta olhando para ele, em busca de sua resposta. Olho para ele também depois de um breve silêncio que ele faz, até de fato não responder a pergunta.

Virgínia: Pega os documentos da Helô mãe, vamos no posto comigo - chamo a mesma que assente no mesmo momento.

Estava bem na hora do meu trabalho mesmo, pelo jeito, começamos bem o dia.

Sede de nós dois. Onde histórias criam vida. Descubra agora