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MARINO

Eu conhecia o Jorge desde que nasci, devia muito a ele. Tinha muitas histórias que sabíamos um do outro, ele me ajudou para caralho.

Virgínia sendo filha dele e vendo o que ela viu, eu nunca teria tirado a vida dela naquela noite e nem pretendo.

Diferente da Marcelly, que apesar de filha dele também, essa eu não poderia passar.

As duas tem um envolvimento com um cusão que agora é inimigo nosso e uma das duas é a x9 a um bom tempo.

Mesmo acreditando muito que seria a marcelly porque tudo condiz com ela, eu tinha que ter certeza antes.

Até porque só a Virgínia sabe o que não deveria saber, e se ela abrir a boca, vou perder o comando do morro fácil, fácil.

Então eu tinha que garantir que isso não iria acontecer.

Mesmo que minha consciência tivesse pesado para caralho em usar algo tão íntimo do Jorge que certamente eram gatilho para eles.

Mas eu precisava que ela tivesse essa visão de mim.

Fingi não o conhecer naquele instante e ele seguiu o que eu fiz.

O Jorge que me perdoasse, mas a Virgínia seria essencial de agora em diante. Até porque tem história demais para se encaixar, e ela é a chave.

Mesmo prevendo que a mesma não sabe de nada ainda.

Talvez se encaixaria mais rápido, se aquela mandada colaborasse comigo, por isso pilho fácil com ela.

VIRGÍNIA

Virgínia: O que você quer, hein Lis? - resmungo do quarto, vendo ela resmungar pela casa. Dois segundos depois, ela aparece no quarto.

Lis: Que você reaja, já se passou uma semana. Hoje é sábado! - levo uma colher de brigadeiro a boca, mandando ela de afastar da frente da tv. - todo sábado, saímos por aí. Ao menos que pegamos um trabalho fudido ou que você esteja de TPM. Você tá menstruada?

Virgínia: Não estou, mas não estou afim de sair hoje. Você tá arrumada já, desculpa não ter te avisado antes. Chama a Thalita.

Lis: Eu convivo com ela todo dia, é tradição a gente ao menos bater perna e esquecer da vida por míseros segundos - tenta novamente, bufo quase cedendo.- você tá se escondendo!

Virgínia: Não estou! Na verdade, estou sim!  Mas tecnicamente não estou, porque isso é praticamente impossível. E hoje, exatamente hoje, está rolando um baile em comemoração a posse dele, e você deve tá querendo exatamente ir nesse baile, não é? - aponto o dedo pra ela que cruza os braços. - tô bem maluca.

Lis: Mas aí você precisa mostrar que não tem medo dele, isso que ele quer, que você tenha receio dele - ela desliga a tv e eu olho a audácia dessa garota. - Você tem que conhece-lô, ele sabe seus medos, você tem que saber o que o afeta.

Virgínia: Você tá maluca né? - tiro o edredom saindo da minha cama quentinha. - mas eu vou com você, depois desse drama não tem como.

Lis: Se arruma aí, você sabe que não sei ir aos lugares sem você.

𓆙

Gargalhei de um tropeço que eu dei com a Lis, que a fez a mesma dá de cara com o poste. Ela mete um tapa nas minhas costas dando risada também.

Paramos na esquina, tentando colocar o juízo no lugar e seguir sem morrer no caminho.

Resolvemos bater perna pelo morro, só para não ir no baile daquele encosto. Só em bar, fomos em três e terminamos comendo bolo na casa da tia da Lis.

Sede de nós dois. Onde histórias criam vida. Descubra agora