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No final das contas, viemos até a casa do meu pai e os dois estavam resolvendo juntos agora.

Alessandra: A Lis estava aqui, perguntou por você - minha mãe me conta, quando passa por mim. - ela chegou junto da Odete, saiu faz pouco tempo.

Virgínia: O que você disse sobre mim? - perguntei.

Alessandra: Seu pai disse que você estava no posto esperando o marino, não foi? - balancei a cabeça.- eu disse que você estava lá, apenas, mas que nem tinha certeza.

Virgínia: Então ela estava com a Odete - comento, sem acreditar ainda.- mas que merda mãe, ainda bem que você não disse sobre eu estar esperando o marino, quero nem imaginar.

Alessandra: O que? - ela cruza os braços, querendo entender a história.

Virgínia: Alguém já fez uma grande merda imperdoável para você?

Alessandra: Eu já fiz uma grande merda imperdoável para alguém, mas ao contrário não, eu não me perdôo até hoje. Mas a pessoa afetada sim, não por querer, por obrigação.

Virgínia: O que você quer me dizer com isso? - tava entendendo era nada.

Alessandra: Lealdade, pureza e consideração não se cobra de ninguém - ela me olha. - se nasce com, você não tem que perdoar, segue sua vida e se perdoe por se colocar em situações iguais a essa.

Me apoio na bancada pensando em várias situações que encaixava no que ela me disse, principalmente sobre a Marcelly que ela nem imaginava ainda.

Alessandra: Decepção dói, mas ao longo da vida aprendermos a só dar atenção ao que realmente importa - ela passa por mim e beija meu rosto. - te amo, fiquei preocupada na hora do rolo e puta porque você nunca atende essa porcaria de celular.

Virgínia: Desculpa, desde do acontecido, as coisas só pioraram.

Alessandra: Tudo bem e outra coisa... - ela para onde estava. - seu pai ensinou a resolver tudo na conversa, mas eu você sabe, as vezes arrebentar a cara de uma vagabunda não faz mal a ninguém.

Virgínia: Irei guardar o conselho - sorrio, e ela vai embora.

Tomo um banho aqui mesmo, no meu antigo quarto onde minha mãe guardava tudo que era meu, muito bem cuidado e limpinho. Desci para a sala com uma roupa confortável e limpinha para acompanhar os próximos capítulos.

Inclusive, o gael estava aqui no meu quarto, dormindo.

Fico um instante tomando consciência de tudo, quando o subordinado do caos, aparece junto com o meu pai. Levanto a cabeça do ombro da minha mãe, esperando eles falarem alguma coisa.

Jorge: Já achamos sua filha, Odete.

Odete: Ai, graça a Deus - ela levanta até emocionada. - que graça divina, não sei nem como agradecer, no final das contas, vocês que ajudaram. Nunca esperava isso vindo de bom... vocês.

Fitei meu pai que não sabia se agradecia ou não, apenas rir sem graça.

Jorge: Vamos - os dois saem até a frente de casa, até minha mãe vai junto.

Sede de nós dois. Onde histórias criam vida. Descubra agora