Gabriella🐚
Passo pelos becos apressada e bato no barraco do chinês, pego o Gael no braço que estava meio irritadinho.
E isso só me faz ter mais raiva do Ricardo, vulgo Medeiros.
Chinês: Entra aí, precisava nem ter vindo, te mandava tudo.
Entro e ele me leva na direção onde ele trabalhava.
Gabe: Mas aí eu sou muito apressada você sabe - precisava de umas gravações de uma câmera onde o acesso era só nosso.
Vejo o que queria ver com atenção e logo mudo minha visão para o outro monitor vendo um pessoal entrando e saindo da casa da Marcelly.
Gabe: Que isso?
Chinês: Chefe mandou esvaziar a casa dela e já até alugou para outra pessoa - explica, tirando o olhar do monitor, para mim. - ela nem sabe, não tá no morro.
Gabe: Ah, isso vai dar tanta confusão - murmuro e o chinês concorda. Saio dali indo para a rua onde estava acontecendo isso, vou logo na direção do meu irmão que estava parado a uma certa distância só olhando.- não, mas você ficou maluco né?
Marino: O certo é o certo, vou deixar a vagabunda tirar todo mundo de otário?
Gabe: Você conversou com o Jorge primeiro? - pergunto, só de olho em tudo.
Marino: Troquei uma idéia com ele, vou fazer o que eu tenho que fazer - ele desvia o olhar para mim e pergunta: - na boa, tu foi fazer o que nas câmeras?
Gabe: Nada - tento mudar de assunto, mas ele não deixa, me fazendo revirar os olhos.
Marino: Nada, vai se fazer de burra mesmo? - cruzo os braços, encarando ele. - papel feião sua correndo atrás de quem não te merece. Porque ao ponto de você tá vigiando o cara, arrumando briga em baile, que exemplo tu dar?
Gabe: Ah, para Leandro.
Marino: Tu faz essas palhaçada na frente do moleque também? - olho séria para ele, encontrando o mesmo do mesmo jeito. - impressionante esse teu jeito de perdoar todo mundo e só gostar de gente que só te maltrata, e tá pouco se fudendo para ti.
Gabe: Você acha que se eu terminar com ele, ele vai aceitar fácil assim?
Marino: E tu acha que aquele pau no cu, tem que aceitar algum bagulho? Se coloca no teu lugar e toma coragem. Se eu souber de alguma história dele te batendo ou algum bagulho, eu nem aviso antes matar. Mas papo reto Gabriella, o primeiro passo não tem que partir de mim não. Toma rumo na tua vida.
Gabe: Eu vou terminar, já achei o que precisava.
Marino: "O que precisava" era certeza de um par de chifres? As outras humilhações nem conta né? - fico calada, virando o rosto. - quanto mais rápido tu afastar essa situação do teu filho é melhor, o garoto que não merece passar por uma infância onde só vão ver os pais brigando. Pega o nosso exemplo porque tua única prioridade é o bem estar do Gael e o seu.
Ajeito o chinelo do Gael observando ele indo embora. Um vapor vem na minha direção e eu direciono o olhar para ele.
- Chefe pode se interessar com isso que achamos - me entrega um papel saindo em seguida, franzo a testa, mas não abro vendo que era de uma clínica e que provavelmente era da Marcelly, sigo para casa.
Um carro para em frente em casa e eu tive a certeza que era o desgraçado do Ricardo. Dou risada, maluco passa 4 dias fora de casa e tem coragem de voltar ainda.
Gabe: Nem entre, só se for para pegar suas coisas e dar o foda daqui. Vai atrás das suas vagabundas para te dar abrigo - aviso entrando dentro de casa.
Ele entra pela porta me encarando com ódio, aparentemente bem drogado.
Medeiros: Ao menos elas não me passam para trás assim como você, vagabunda traíra é você, Gabriella! Desgraçada.
Gabe: Tá maluco? - levo o Gael para cozinha e volto me aproximando dele. - quem você acha que é pra falar assim comigo?
Medeiros: Quem você acha que é você, quer se esconder atrás do paizinho e daquele irmão de merda, mas sem eles tu não é nada! Tu nunca foi nada Gabriella, nada. Apenas uma mulherzinha metida no tráfico, onde não é seu lugar.
Fica cara a cara comigo falando merda atrás de merda.
Medeiros: Esse cargo era pra ser meu! Eu quem deveria assumir papel de sub aqui, eu era antes, por que não posso continuar sendo? Mas você podia muito bem recusar e não fez, por quê? Porque é uma vadia ambiciosa que só pensa em si própria - aponta o dedo na minha cara e eu dou risada.
Gabe: Desculpa então, se você merece mais que eu e precisa muito me rebaixar para se sentir superior. Estou nessa a muito mais tempo e sempre fiz tudo direito. Agora se fica difícil para você entender isso, o problema não é meu! Não entendo onde eu mereço menos que você, escroto, infeliz de merda!
Medeiros: Uma coisa eu te garanto, Gabriella - ele pega no meu pescoço totalmente de surpresa. - isso não vai ficar assim não, tu vai pagar da pior maneira, tu e aquele teu irmão.
Faço força para tirar suas mãos do meu pescoço no maior desespero para tentar respirar, quando ele me solta de uma vez, me empurrando no sofá.
Medeiros: E não vai ser ninguém que irá me impedir, tá ouvindo? - ele grita, subindo até o quarto. Passo a mão pelo meu pescoço esperando ele descer e ir embora de uma vez. - vai sonhando nessa tua vida longe de mim, Alice. Eu vou te mostrar quem eu sou realmente.
Gabe: Anda, pega suas coisas e dá um fora daqui! - falo assim que ele retorna. - você é um inútil, lixo, você e a mona com quem estava na rua nove desde o dia do baile. Eu já vim decidida a acabar tudo com você.
Medeiros: Ah, você viu? Isso só prova que você não é mulher suficiente para ninguém e nunca vai ser, patética! - para na porta dando risada. - e quem acaba alguma coisa aqui sou eu, tu tá no meu nome, otária.
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Sede de nós dois.
Teen Fiction"escolhas são escolhas, cê tem seus motivos mas quem quer viver na sombra, não espera o sol." Poesia acústica, #3. Iniciada: 08/06/22.