MARINO
Observo o choque dela, e rapidamente ela começa a negar.
Não era nem para eu abrir a boca, tenho nada ver com isso.
Mas a real era que eu já estava de saco cheio sustentando uma história daquela, sem contar o quanto ela estava pesando na minha para saber quem é.
Virgínia: O que você tá dizendo? Tem provas? Isso é muito sério - desviei o olhar dela, olhando para o Jorge de longe.
Cruzo os braços dando um longo suspiro, só falta eu sair de mentiroso agora.
Marino: Se tu quiser acreditar, tu acredita. Tô mandando o papo reto e tu escolhe se abraça. Agora o fato dele ser envolvido, pelo jeito tu namorou uma pessoa que nem conhecia para te enganar por anos e você nunca desconfiar.
Ela rir ainda sem reação.
Marino: Te disse pra não pagar de otária - fitei ela, lógico que não culpando a burrice dela, na real ninguém espera atitude bosta de ninguém, papo reto. Nosso erro é exatamente esse, a consideração que você dá, não é a mesma que recebe. - presta atenção, não quero que tu mostre que sabe, tá entendendo?
Virgínia: E como você quer que eu reaja diante disso? Vou fingir que não sei de nada até quando? Caralho, eu tô me sentindo um lixo.
Marino: Se tu colocar tua mente para pensar um pouquinho, você sabe bem que quem se encaixa nisso são eles. Nem adianta tu bater neurose com quem não merece, saiba bem como levar a situação.
Virgínia: E meu pai sabe de tudo né? - nem respondi, mas mesmo com o silêncio ela entende a resposta. - pronto, é decepção de todos os lados. Vocês fingirem que não se conheciam fazia parte de tudo isso então.
Marino: Para de caô, tem nada ver com isso não - antes de meter o pé, abaixo o tom de voz ainda observando o olhar de perdida dela para mim. - os dois enganaram todo mundo, te contei exatamente por isso, é fácil ele querer te usar novamente com tudo isso rolando.
Espero realmente que ela não tenha contato com esse filho da puta.
Ela assente com a cabeça abaixando o olhar, limpo a garganta mudando a feição e me calando assim que a amiga dela retorna.
Faço sinal com a cabeça para o Jorge e entro junto com ele.
Jorge: Pode falar - me sentei no sofá, vendo como falaria isso a ele.
Marino: Sei nem por onde começar, primeiro que tudo te envolve e eu deveria ter conversado contigo bem antes, entendeu? Fiz um monte de bagulho sem pensar, envolvi assunto seu que não deveria, eu tô no erro mesmo e pá.
Ele me olha atento, mas sem me dizer uma palavra.
Marino: Primeiro queria saber se tu sabe do envolvimento da tua filha com o morro inimigo desde a época que o Renato assumiu isso aqui? - ele assente com a cabeça, abaixando.
Jorge: Com o ex noivo da Virgínia, não é? Infelizmente eu sei - ele assume ficando calado por alguns segundos. - também descobri recentemente que ele assumiu o morro do pai e está declarando guerra a você né? Aquele cara é um grande filho da puta.
Marino: Sim, e ele só invadiu o morro aquele dia por informações dela. Nesse mesmo dia, tua outra filha viu eu matando o Renato, até pensei que ela também poderia tá envolvida também, ameacei e tudo.
Jorge: A Virgínia viu? - balancei a cabeça confirmando.- mas ela não sabe de nada, não sabe quem realmente era o noivo dela, não sabe da traição dos dois. Pra ser sincero tenho nem coragem de dizer.
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Sede de nós dois.
Teen Fiction"escolhas são escolhas, cê tem seus motivos mas quem quer viver na sombra, não espera o sol." Poesia acústica, #3. Iniciada: 08/06/22.