Capítulo 22

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Após o almoço Mariana ficou à espera do funcionário do escritório do Dr. Caio. Enquanto esperava, refletia: "Agora que a situação de sua CNH estava encaminhada, poderia se organizar para pegar a estrada." 

Entrou no site da companhia de viagem rodoviária e viu que naquela noite não sairia nenhum ônibus, mas na noite de quinta-feira, sim. Mais que depressa, efetuou a compra da passagem. Pronto! Agora tinha uma data de partida. Respirou aliviada.

Por volta de 15:00 h da tarde o interfone tocou, Mariana dessa vez atendeu o interfone sem medo, pois deveria ser o funcionário do escritório de advocacia. Sua expectativa se confirmou e ela liberou a entrada do jovem. Não se esqueceu de seguir as instruções de Miguel, deixando a porta trancada até confirmar por meio do "olho mágico" que não era Vinícius. Pegou o contrato e a procuração entregues pelo rapaz, leu as cláusulas e assinou nos campos orientados. 

Ele recolheu os documentos e partiu.

—*—

Vinícius continuava vigiando Mariana. Era muito estranho ela não ligar o celular. 

"Será que ela havia desconfiado do aplicativo rastreador?"  Achava que não. 

Quando ele desativou o aplicativo, só o fez porque ela havia reclamado demais e fizera um escândalo. Ele fez a desativação para acalmá-la e deu certo. Ela aceitou facilmente. Ela só não contava que fosse possível reativar.

Era muito fácil dobrá-la, pois era desligada dessas coisas de informática. Diferente dele que até não entendia muito, mas tinha amizade com quem entendia e isso que importava. "

Afinal não dizem por aí que o importante não é ser Rei, mas sim o amigo do Rei?!" 

Por falar em suas boas amizades, já era hora de Bruno dar notícias, decidiu ligar para ele. Na ligação, Bruno informou:

—Fica tranquilo que sua "patroa" não embarcou em nenhum voo nos últimos 5 dias e tem passagem comprada para os próximos dias em nenhuma companhia. Mas sabe como é né?! Avião é apenas uma forma de viajar. Já pensou na possibilidade de ela sair da cidade de ônibus?

Vinícius admitiu que não havia pensado e questionou se Bruno possuía contatos em empresas de ônibus também.

—Pô cara, não tenho não. Mas mesmo se tivesse, seria impossível obter este tipo de informação, pois empresas de ônibus são muitas e para os mais variados destinos, além de que elas não possuem um controle rígido de passageiros. A pessoa chega, compra a passagem na hora e o controle de identificação e embarque não chega nem perto das companhias aéreas.

Vinícius concordou e Bruno prosseguiu.

—Cara, quer um conselho? Parte pra outra. Mulher nessa cidade tem aos montes. Você não precisa ficar correndo atrás dessa daí.

Vinícius explicou ao amigo que Mariana era seu "porto seguro" financeiro e que ele tinha muito a perder. E o amigo entendeu suas razões. 

Encerrada a ligação, Vinícius avaliava: o "porto seguro" dele estava escorrendo pelas mãos. A grana já estava ficando curta e ele precisava resolver rapidamente aquilo. 

"Se ao menos ela tivesse deixado um dos inúmeros cartões de crédito dela, mas a desgraçada havia levado todos."

Após esta constatação, lá se foi enfrentar mais um dia de plantão no app rastreador.

—*—

Eram 18h e Miguel encerrava seu expediente. Mais que depressa ligou no telefone fixo de Mariana para lembrá-la do combinado. Felizmente dessa vez ela não demorou a atender.

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