Capítulo 29

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Miguel abriu a porta de seu apartamento digitando um código na fechadura eletrônica e disse:

—Pronto Rapunzel, esta será sua nova Torre! – fez-lhe uma reverência e indicou-lhe a entrada.

Mariana sorrindo dos gracejos dele, entrou. Era um apartamento bonito, bem montado e parecia com seu dono, aliando modernidade e bom gosto.

—Quer dizer que agora sou a Rapunzel?! – disse rindo.

—Aqui você pode ser quem quiser, Bebê!

Miguel viu Mariana ficar paralisada. Tentou buscar em suas palavras o que poderia tê-la deixado daquele jeito, mas achou preferível não tocar em feridas. Não naquele momento, o dia já tinha sido bem difícil para ela.

—Venha! Vou lhe mostrar o apartamento e seu quarto. 

Fez um breve tour pelo apartamento e levou-a para o quarto. Pulou seu escritório, pois não era conveniente leva-la ali. 

Deixou-a no quarto de hospedes e seguiu para seu próprio quarto. Minutos depois voltou vestindo apenas um short, lhe trazendo toalhas limpas.

Mariana prendeu a respiração com a visão e tentou disfarçar o quanto aquele homem sem camisa lhe afetava. Torcia para ele não perceber aquilo e, de fato, parecia não perceber. 

—Tome um banho para descansar, enquanto isso, farei nosso jantar. – notou que os olhos dela brilharam com a ideia de comer e curioso, perguntou: —Está com fome?

—Muita! – disse Mariana dando ênfase na palavra. — Você nem imagina o quanto!

—Então venha comer ao menos uma fruta até o jantar.

Miguel falou arrastando-a para a cozinha, colocando-a sentada e entregando-lhe a fruteira para que escolhesse. Mariana agradecida, escolheu uma banana para minimizar sua fome. Enquanto isto, Miguel abria a geladeira, para retirar os ingredientes que precisaria para preparar o jantar. Mariana observava como ele fazia aquilo com maestria.

—Notei que no hall do apartamento de Paula havia um pacote de lanche. Foi assim que ele chegou até você? – disse Miguel.

—Sim. Eu não havia almoçado e estava com muita fome. Então pedi um lanche no aplicativo. Não sei como, mas ele pegou o pacote com o entregador. Tocou o interfone e eu abri. Quando ele chegou no andar, olhei no "olho mágico" e o vi. – ela se encolheu, pois aquela lembrança lhe dava arrepios —Nossa! Não gosto nem de lembrar. Entrei em pânico.

—Não almoçou? Então está até agora sem comer? – disse Miguel preocupado. — Por quê não pediu a Janete para lhe comprar comida?

—Comi as panquecas que sobraram do café da manhã. Na hora do almoço eu não estava com fome. Acabei cochilando vendo tv e quando acordei notei a fome. Desci para procurar Janete, mas não a encontrei. Por isso optei pelo aplicativo.

—Então corra e vá tomar um banho, vou fazer algo que seja rápido e simples.

Ordenou Miguel mudando o cardápio para algo prático. Resolveu fazer apenas frango grelhado com purê de batatas. Enquanto preparava tudo, foi alinhando os pensamentos sobre o ocorrido. 

"Vinícius foi astuto! Mas como ele tinha certeza de qual prédio ela estava se ela quase não saia de casa? Será que ele estava a espreita há muitos dias? Como ele teria chegado até aquele bairro e aquele prédio se ele não frequentava a casa de Paula?"

As pontas não estavam se encaixando. Algo havia levado Vinícius até ali. E seria bom Miguel descobrir logo.

Ela saiu do banho e chegou na cozinha, linda com cabelos molhados, vestindo shorts e blusinha regata, Miguel notou cada detalhe. Naquele momento ele percebeu que ela mexia com ele. Na verdade, naquele momento ele apenas admitia para si que ela mexia com ele, porquê vinha percebendo isso desde quinta, quando abriu aquela mensagem de despedida dela... A probabilidade de não vê-la mais acertou em cheio a "boca de seu estômago".

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