Capítulo Vinte e um [Cara a cara]

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[N/A]: Neste capítulo haverá um gatilho e eu o falarei antes para que vocês possam ler até ele e também direi o fim, onde você poderá retomar. Se não quiser ler ou não se sentir confortável, por favor, o pule. Por favor, cuidem de vocês.

— Deixa eu ver se entendi direito — Michel se encosta na cadeira de couro que já tem a sua forma exata de tanto uso. —, você quer abrir um caso de investigação contra o seu próprio pai?

Falando desse jeito parece ligeiramente impossível dar andamento na investigação, mas conhecendo Michel, eu sei a competência e as probabilidade se tornam acessíveis.

— É exatamente isso.

Michel se inclina, entrelaçando as mãos sobre a mesa. Ele me encara como fazia quando tínhamos dezesseis anos e estávamos no ensino médio. A grande questão é que ele agora é um delegado federal, com pouco tempo de experiência, mas ainda assim... Ele não me encarava como uma filha que queria tirar tudo do pai por vingança, ele me via como uma oportunidade.

— Não vai ser muito fácil derrubar um homem como o seu pai. A influencia que ele tem é irritante, meu pai o conheceu e ele sabe ser convincente. Provavelmente procurará o melhor advogado do país, a questão é: você está disposta a correr o risco? Lembrando que seu pai pode te tirar da jogada com duas ligações.

Franzo o cenho ao entender seu ponto.

— Meu pai não me mataria, Michel.

— Não estou falando em matar necessariamente, Júlia, por mais que, você mesma sabe, ele já matou alguém antes.

Começo a me arrepender de ter ido até a delegacia convencê-lo a investigar meu pai para obter mais provas que possam o manter por mais tempo na prisão, apenas assassinato não é o suficiente, por mais bizarro que aparente ser. Na prática, as leis não são tão duráveis. Ainda assim, o arrependimento se esvai quando lembro-me de Hilary, da criança que ela está gerando e nas probabilidades de ser uma menina. Isso a arruinaria. Hilary é a pessoa mais forte que eu conheço, mas não sei até que ponto ela aguentaria.

Julguei-la tanto pelas suas escolhas que agora estou fazendo de tudo para que as consequências sejam amenizadas. A razão grita para que eu me levante e deixe isso para lá, afinal, é um risco, mas eu apenas firmo minhas unhas no couro da cadeira e assinto com a cabeça.

— Sei dos riscos, mas quero continuar mesmo assim.

— Essa é a sua decisão, tem certeza?

— Tenho, Michel. — reviro os olhos antes de observá-lo colocando as provas do assassinato sobre um monte de papéis.

— Vou colocar esse caso acima dos outros para que possamos resolvê-lo o mais rápido possível.

— Certo. — quase dou pulinhos de animação, mas ainda sou eu mesma, portanto, dou um tapinha no braço da cadeira e me levanto, mas acabo parando quando ele retoma.

— Quem é ela?

Congelo onde estou, sentindo meu coração disparar de repente. Era uma simples pergunta mas parecia uma acusação.

— Perdão?

Michel sorri cinicamente se inclinando para a frente. Canalha observar de uma figa.

— Tem uma mulher por trás desse seu esforço aí, ao contrário disso, você não faria nada contra seu pai.

— Faria sim. — minto descaradamente.

— Não, não faria. — ele espera e eu acabo soltando.

— Hilary, o nome dela é Hilary, possa autoridade.

A namorada do meu sobrinho [Enemies to lovers lésbico✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora