Capítulo Treze [Máscara]

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[N/A]: Preparem seus corações, esse capítulo está maravilhoso.

ALERTA DE GATILHO: Mesmo esse capítulo sendo extremamente importante para a história, há alguns gatilhos nele, como: tentativa de estupro, manipulação e aborto forçado. Mesmo que sejam apenas em formato de FALA e não AÇÕES, se não se sentirem bem em lê-lo, não o leiam, por favor - POR FAVOR MESMO -, cuidem da saúde mental de vocês.

Aberto o volante com mais força enquanto forço o meu pé a afundar o acelerador. Estou em uma velocidade muito maior do que se é permitido, mas a pista está vazia e eu não ligo de ser parada por um policial. Não seria a primeira vez e provavelmente não a última. Lembro-me dos seus passos nervosos se afastado de mim, Kailan nunca me olhou daquela forma, como se eu fosse um animal selvagem que fugiu do zoológico. Não me arrependo do que fiz, mas deveria ter tido muito cuidado com que veria, afinal, estamos na porra de um corredor.

Quando saí, não olhei para meu pai e nem para Cristina, apenas dei as costas para eles e desci as escadas atrás dele, mas não consegui o segurar, ele já estava entrando dentro de um táxi quando cheguei no saguão.

Travo meu punho no volante e desço meus olhos para os nós dos meus dedos, estavam machucados agora com o sangue seco e escuro. Entendo o comportamento dele, mesmo que ele não entenda os meus motivos. Não estou indo em seu encontro, estou acelerando meu carro para longe, cada vez mais rápido. Estou sozinha, ou acho que estou, mas não é isso que eu penso quando meus olhos sobem para a pista e minhas mãos tentam desviar do caminhão com tanta rapidez que eu deslizo para fora da pista.

A poeira levanta ao redor do carro. Estou apavorada em frente ao volante, apertando o freio com tanta força que provavelmente devo ter o quebrado. A saliva em minha garganta não ter descer, deixando que todo o oxigênio se prenda em meus pulmões até que as minhas lágrimas estão despencando sem nenhuma repreensão. Estou chorando contra o volante, tentando respirar dentro do carro enquanto a poeira ao meu redor se acalma. Estou travada no banco, com medo. Eu quase morri.

Porra, eu realmente poderia ter morrido! Estou meio que ficando boa nisso. Uma hora não terei tanta sorte, mas a sensação de quase morrer é... porra, é boa. É boa pra caralho, então, por que eu estou chorando? Por que estou arriscando minha vida quando na verdade não quero morrer? A sensação de quase morte é maravilhosa, vibrante e emotiva, mas eu não quero morrer antes de consertar toda essa merda.

Eu preciso corrigir as coisas.

A vibração contra o couro do banco me tira de meus devaneios, desvio minha atenção para ele e procuro pelo meu celular. O nome de um número desconhecido brilha na tela, penso duas vezes antes de atender mas acabo aceitando a ligação.

— Ainda bem que você atendeu. — a voz de Hilary demonstra alívio e raiva ao mesmo tempo.

Encosto minha cabeça no banco do carro e relaxo. Não achei que fosse tão bom ouvir a voz dela, mas é.

— Oi. — comprimento antes dela disparar:

— Oi o escambau! Vai me explicar o por que Kailan chegou aqui nervoso ou eu vou ter que ir até o seu ateliê tirar essa informação de você?

— Primeiro, eu não estou no ateliê, segundo, como sabe que isso tem a ver comigo?

Ela para. O silêncio fica tenso.

— Porque tudo de ruim tem a ver comigo, já entendi. — reviro os olhos, mesmo que ela não possa ver.

— Eu não disse isso. — suspira. Consigo imaginá-la com a mão na testa e o celular no ouvido. — Onde você está?

A namorada do meu sobrinho [Enemies to lovers lésbico✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora