Branca de Neve Tem Que Morrer!

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Nos anos que se seguiram ao casamento de Katherina com o Rei, as bruxas da floresta, Cassandra e Theodora consideraram providencial a presença da irmã no castelo. Os guardas e a criadagem teriam receio de deixá-la se aproximar da Princesa por algum tempo, mas cedo ou tarde, esse cuidado arrefeceria. E Katherina certamente teria outra oportunidade de livrar-se daquele infortúnio.

Como não podiam se aproximar do castelo, uma vez que sua prática de magia era conhecida nas redondezas, e a Rainha raramente tinha permissão para sair do castelo e passear pelo reino, as irmãs encontraram uma maneira de manter uma correspondência com Katherina, através do corvo.

Como estas aves têm a habilidade de falar, o corvo repetia mensagens curtas da Rainha para as bruxas, e vice-versa, evitando assim que qualquer pedaço de pergaminho fosse interceptado no caminho.

Quando se convenceu de que Branca de Neve não representava perigo, Katherina compartilhou esta opinião com suas irmãs; todavia, elas, que não conviveram com a Princesa e seus modos gentis, não sentiram qualquer segurança nesta informação.

– Não fraqueje, Katherina! – bradou o Corvo, repetindo as palavras das irmãs. – É um ardil!

– Não, minhas irmãs – discordou Katherina. – Eu também pensei isso, a princípio, mas agora tenho certeza. Branca de Neve sequer herdou os poderes da mãe.

Passava um pouco da meia-noite quando o corvo retornou, com a resposta das bruxas da floresta. Empoleirando-se no peitoril da janela aberta, a ave acordou a Rainha, abrindo as asas com veemência.

– Como a serpente que se oculta nas folhagens, o mal se esconde sob sorrisos gentis – repetiu a ave. – Não deixe seu coração amolecer. Branca de Neve tem que morrer!

Branca de Neve e a Rainha das TrevasOnde histórias criam vida. Descubra agora