8.

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Bianca POV
                     

"Havia uma porta, eu a empurrei, precisei de muita força, pois a porta era bem pesada e eu me sentia com menos forças do que o normal. Uma moça gritava por trás da tal porta, era uma sala de aula, a moça parecia sentir dor, gritava uniformemente. Eu contei. Um, dois, três gritos. Ela sentava em cima de um homem, ele parecia sentir dor também, mas gritava mais baixo. A cadeira que ele sentava rangia com seus movimentos, eu quis ajuda-la, pois ele parecia machuca-la muito. Ela dizia palavras ruins, palavras que minha professora me dizia, mas eu sabia que eram ruins. Afastei a porta o máximo que pude, com a pouca força que tinha, e gritei pra ele parar de machuca-la. Ele parou seus movimentos, me olhou e empurrou-a de cima dele com violência. Ele ficou muito bravo porque eu o impedi de continuar, tão bravo que jogou uma cadeira em minha direção"

                     

- Bianca. Bianca, BIANCA!

                     

"Alguém gritava meu nome, sentia o chacoalhar do carro, acho que era uma ambulância, eu nunca havia andado em uma, me enjoava. Eu estava deitada e um líquido quente caia de minha testa, fazia meus olhos arderem, passávamos por ruas com bastante pressa, mas porque a voz da paramédica que limpava o líquido que caia em meus olhos era idêntica a de Mariana?"

                     

Abri meus olhos assustada, Mariana me sacudia ao lado de minha cama, eu estava tão suada que podia ver as manchas molhadas em meu pijama e meu lençol.

                     

- Bia, respira, você tava sonhando de novo. - Disse Mariana sonolenta e cansada.

                     

Eu tentava respirar fundo, mas sentia como se tivesse esquecido como fazer isso. Mariana voltou a perguntar se eu estava bem, mas a voz dela parecia ainda tão longe, eu estava dentro do meu quarto, mas ainda parecia como se estivesse naquela ambulância.

                     

Coloquei a mão na testa com medo de sentir alguma ferida aberta, mas tudo o que tinha era meu suor.
                     

- Você quer ir até a enfermaria? Olha, busquei água pra você. - Disse Mariana me entregando um copo.
                     

Eu o peguei, mas não pude deixar de pensar, quando ela tinha buscado? Eu já estava acordada? Ela sumiu e eu não percebi? Porque pensar nisso estava me incomodando tanto? Onde eu estava? Sinto que estou perdendo a cabeça. Eu queria perguntar pra ela, mas as palavras não saiam.

                     

- Você quer dizer algo? Fica calma, toma a água. - Ela empurrou o copo com calma e eu bebi.
                     

Mariana percebeu que eu não tinha acordado completamente e o susto do pesadelo tinha me deixado catatônica, ela pegou o copo de minha mão e me fez deitar novamente.
                     

- Volte a dormir, Bianca, daqui a pouco acordamos e tenho certeza que estará melhor.
                     

Mariana era uma boa amiga, eu talvez não fosse boa amiga para Mariana... eu devi... ser melh...


//                    
                    

Acordamos as duas com o som alto do meu despertador. Esfreguei meus olhos e olhei pro teto, não me lembrava do que tinha sonhado no meio da madrugada, mas sabia que Mariana havia me acordado.

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