39.

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Bianca sorriu ainda mais ao ouvir Rafaella pronunciar seu nome. Ela usava uma calça de couro, botas de salto alto, uma blusinha solta de alcinha transparente, deixando seu sutiã a mostra. Tinha os cabelos curtos, acima do ombro, estavam ondulados, leves. Bianca estava leve.

                     

Rafaella se aproximou e antes que Bianca a abraçasse, ela a encarou, a fitou dos pés a cabeça, garantindo que aquilo era real. Que ela estava realmente ali.

                     

- Bianca. - Repetiu. Ela não acreditava. - PORRA BIANCA - Gritou.

                    

Bia sorriu em deboche, já esperando tal reação.

                     

- Para de rir, qual a merda da graça? - Perguntou Rafaella fora de si.

                     

- A graça é você me ver depois de um ano e gritar comigo, ao invés de me abraçar. - Disse sem tirar o sorriso dos lábios.

                     

Rafaella estava irritada, cansada, brava, prestes a explodir. Se aproximou de Bianca  e sentiu seus olhos lacrimejarem, queria lhe enfiar a mão na cara, mas mais do que isso, queria fazer exatamente o que a morena esperava. A puxou pra perto e a abraçou, a abraçou como nunca havia feito, como talvez nunca fizesse novamente. Apertou cada parte de seu corpo contra o dela, sua respiração ofegante subia, descia, subia descia. A apertou a ponto de ter que garantir se Bianca respirava.
                     

Bianca por sua vez, a apertou na mesma intensidade, seus braços ao redor do pescoço de Rafaella, seu queixo repousado em seu ombro, seus olhos fechados sentindo aquele coração bater contra o dela.                      

Era Bianca para Rafaella, finalmente sua Bianca. E era Rafaella para Bianca, tão finalmente, sua Rafaella.
                     

Os perfumes um doce o outro cítrico se fundiram naquele banheiro, se abraçavam, se tornavam uma só fragrância, assim como os corpos que banhavam.
                     

- Não fica longe de mim de novo, eu te imploro, eu não sei viver sem você, Bianca, só sei sobreviver. - Disse com a voz embargada, com o rosto afundado no ombro quase nu de Bianca .
                   

Bianca a afastou, colocou a mão em seu rosto e olhou em seus olhos intensamente
                     

- Me perdoe. - Pediu.
                    

- Não tem porque pedir perdão. Eu...Eu...toda essa situação que eu sabia lidar, mas... achava que....
                    

- Agora entende? - Perguntou, ternamente.
                   

- Não. Mas sinto. Sinto absolutamente tudo que queria que eu sentisse.
                     

Bianca deu um meio sorriso, debaixo de algumas lágrimas tímidas que ali repousavam.                                          
                   

- Essa é a estação final? - Perguntou. - Afinal, já encontrei meu prêmio.

- Não. - Rafaella se assustou com o que mais poderia vir. - A estação final é uma vida toda comigo. - Disse com um sorriso contagiante.

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