3.

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Bianca aguardava por Rafaella na sala já fazia 1h30, sabia que a mulher de cabelos ondulados a estava enrolando de propósito e isso a fazia bufar de 5 em 5 minutos. Impaciente se levantou e começou a vistoriar os livros de Rafaella.
                     

- Ela já leu toda essa merda? Essa mulher deve ser muito doidona das ideias. 
                     

Avistou um livro em específico numa prateleira muito acima de sua cabeça.
                    

- Memórias de uma Beatnik?                   

Ao ver que não alcançaria o tal livro, subiu na cadeira de rodinha da professora e fez questão de não tirar os sapatos ao fazer isso, riu de si mesma ao perceber. Ao subir na cadeira com toda sua postura desequilibrada e falta de cuidado com objetos alheios, não que pudesse evitar, se desequilibrou derrubando o livro que mirava pegar e mais alguns, enquanto escorregava da cadeira de rodinha, a empurrando com seu peso e a fazendo ir parar do outro lado da sala batendo contra a parede, enquanto se estabacava no chão sendo seguida pela queda dos muitos e muitos livros em cima de seu corpo. 
                    

- Mas que merda é essa? - Disse Rafaella ao adentrar a sala indignada.
                    

Bianca tentava se levantar do chão, mas sem sucesso já que estava com livros em cima de todo seu corpo, então ela percebe que sua perna esquerda se prendeu entre uma gaveta amassada pela cadeira e o chão.
                    

- Olha, eu não reclamaria em receber uma pequena ajudinha. - Disse deitada olhando para o teto, virar o pescoço não era uma opção. 
                    

Rafaella colocou sua bolsa em cima de seu sofá de apoio, ainda incrédula com tamanha desenvoltura para destruir as coisas que Bianca tinha. Parou em frente a jovem com os braços cruzados na altura do peito.

- Como? - Perguntou.
                    

- Eu tava te esperando e ai quando eu dei por mim.. 
                   

- Meus livros te engoliram acidentalmente.

- Exatamente. - Respondeu Bianca com irônia.                  

Ao vê-la respondendo entre livros, com o cabelo desgrenhado e o pescoço mal aguentando levantar o peso da cabeça, Rafaella não pode tomar nenhuma atitude que não fosse... rir.
                   

Ela riu, gargalhou, riu alto, ria baixo se contorcendo, ria. O som dessa risada repentina e completamente inesperada assustou até Fernanda, que escutava tudo do outro lado da porta, interessada. Nunca ouviu o som da risada de Rafaella, provavelmente nem ela mesmo havia ouvido. Rafaella ria e passava a mão em sua barriga fazendo sinais de dores abdominais resultantes de tanta risada. 
                  

Bianca a olhava abismada.
                 

- Que bom que minha humilhação diverte você.
                      

Rafaella foi se acalmando, limpando as lágrimas dos olhos, enquanto tentava afastar alguns livros com seus pés que tinham mais um de seus saltos de classe, cor preta, dessa vez. 
                

Mas ao fazer isso afastou um livro em cima da perna de Bianca que urrou de dor. Ao perceber que a morena estava com o pé realmente preso, sua expressão de diversão se dessipou em pura preocupação.
                   

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