Amélia Jones é dona de sua própria independência. Orgulhosa e determinada, ela comanda a Jones Consulting Digital, sua própria empresa de Marketing. Amélia carrega algumas feridas em seu coração, o que a fez se tornar uma pessoa solitária e incapaz...
Já são quase 16h, a recepção começará em breve. Estou quase pronta. Aliso o vestido preto justo ao corpo em frente ao espelho, ele é sem mangas, com a frente única, atrás tem um decote profundo, descendo desde a amarração no pescoço até o final das costas. Faço duas tranças grossas no cabelo e as junto, formando um coque, um pouco acima da nuca. Escolho as sandálias de salto fino combinando com a cor do vestido, termino de prende-las quando alguém bate a minha porta. Me aproximo para abri-la e encontro Laura parada do lado de fora.
-Posso entrar? - Ela pergunta.
-Claro, entra por favor. – Digo abrindo passagem para que ela entre e voltando a fechar a porta.
Laura entra silenciosa, observa o quarto passando por mim e se aproxima da janela que dá a vista para a parte de trás da casa, o lugar em que está sendo montada toda estrutura para a recepção. Eu me aproximo também.
Ficamos as duas em silencio observando diversas pessoas andando de um lado para o outro, correndo contra o relógio, as mesas estão sendo decoradas com lindos arranjos de flores e velas. Um palco de madeira no centro, almofadas espalhadas no meio da grama, criando um ambiente bem intimo, toda parte de trás da casa está decorada com pequenas luminárias. É tudo tão encantador, mas nunca me imaginei sendo o centro das atenções em uma festa como essa, talvez esse sonho de se casar em uma cerimônia tradicional não seja meu.
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Me viro para olhar Laura, ela está maravilhosa. Usando um vestido branco de seda que o comprimento vai até as panturrilhas, as alças são finas e bordadas em pedras, seus cabelos cacheados estão presos com um pequeno arranjo de flores brancas. O único acessório evidente é o anel solitário na mão esquerda.
-Sabe... - Ela começa. - Eu imaginei esse momento por anos. -Ainda observando através da janela.
-Está tudo maravilhoso. Da para perceber o seu toque em cada detalhe. – Digo sorrindo. Laura se vira e me olha.
-Eu gostaria que as coisas tivessem sido diferentes para nós Amélia. - Ela volta a observar pela janela enquanto continua. - Eu sempre amei este lugar. Mas me pergunto como seria se tivesse ido embora com vocês.
-Laura, você fez o que achou que fosse certo. -Ela volta a me encarar.
-Será que fiz? Me afastei da minha família. Sem contar o Lucas. -Meus olhos se fixaram no dela, retribuindo seu olhar. – Sei que nunca conversamos sobre isso.
-E para ser honesta, acho que não há nada a dizer Laura. -Pego suas mãos. -Eu sempre soube que aqui não era o meu lugar. Eu sabia, Lucas sabia e todos em minha volta. Eu nunca tive intenções de criar raízes. Eu confesso que pensei que ao reencontrar vocês as coisas ficariam estranhas, mas o que mais me chateia no momento é ter que pisar em ovos com você.
-Eu sinto muito que as coisas tenham seguido dessa forma.
-Então não sinta. Você assumiu um papel que eu não consegui. Você se manteve presente nesta casa e cuidando do papai.
