Amélia

Capítulo 20

Amélia

Estico meus braços preguiçosamente na cama, sentindo o seu peso sobre meu corpo. Ouço algumas vozes e risadas através da minha janela. O sol banha todo quarto, inclusive o corpo bronzeado e imóvel de Nate ao meu lado. Seu braço envolve minha cintura enquanto ele respira lentamente.

Uma sensação de calma e pânico ao mesmo tempo me dominam.

Eu nunca havia dormido com alguém antes. Quando namorava Lucas ele sempre dormia no quarto de hóspedes ou em sua própria casa. Os homens com quem saia também, depois que o sexo terminava eu voltava para o meu apartamento. Simples, sem complicações.

O mais estranho é que uma parte de mim se sente à vontade em sua presença, como uma coisa leve... natural. Um sorriso cresce em meu rosto, ele decidiu ficar comigo essa noite.

Me viro devagar para não o acordar. A respiração profunda, o rosto iluminado pela luz do sol, acabo me perdendo nos detalhes do seu rosto... a sobrancelha grossa, os lábios entreabertos, o nariz levemente arrebitado, o maxilar esculpido.

As cortinas dançam em direção ao centro do quarto com a corrente de ar que atravessa a janela nos atingindo. Vejo seu cabelo levemente balançar e me sinto tentada a toca-lo. Com os dedos afasto alguns fios rebeldes de sua testa e afago seu cabelo com a ponta dos dedos.

Travo minha mão no ar quando ele torce o nariz de uma forma engraçada e solta um gemido mexendo o corpo.

Seguro o riso enquanto continuo imóvel para não o acordar, mas então a sua mão que está em minha cintura me puxa com força, colando nossos corpos, deixando apenas alguns centímetros de distância entre nossos rostos.

-Hum... bisbilhotando Jones?

Ele diz sonolento com sua boca a centímetros da minha, os olhos ainda fechados.

-Apenas tentando decidir se espero você acordar e morro de fome ou se saio de fininho.

Seus lábios se contraem em um sorriso, sua mão começa a subir pelo meu corpo parando em meu pescoço, ele avança em minha direção tomando minha boca na sua em um beijo molhado e calmo.

-Sabe, eu também estou morrendo de fome... - ele sussurra sobre meus lábios e volta me beijar.

Ele apoia o cotovelo no colchão se levantando alguns centímetros enquanto acaricia minha língua com a sua lentamente. A mão que estava em meu pescoço desce lentamente em meu corpo parando na minha coxa, ele a puxa em sua direção, fazendo com que minha perna abrace seu quadril. Sem nenhuma peça de roupa, sinto sua ereção me tocar por baixo do lençol fino.

Suas mãos me apertam com necessidade, mas seu beijo é calmo, nossas bocas se conectam com tranquilidade, como se tivéssemos todo tempo do mundo. Levo as mãos em seu rosto e acaricio enquanto me explora com sua língua, ele morde meu lábio inferior e puxa em sua direção, aproximo os polegares da sua boca, acariciando seus lábios, ele solta os meus e morde meu polegar, dou uma risada alta e ele gira seu corpo por cima do meu, me encarando com um olhar divertido.

-Eu adoro a sua risada.

Ele diz com o rosto escondido na curvatura do meu pescoço, minhas pernas estão envolvendo sua cintura enquanto ele se movimenta lentamente, esfregando sua ereção em meu clítoris, gerando uma massagem lenta e torturante. Começo a arfar já sentindo a ansiedade molhar o centro das minhas pernas e então concentro minha atenção nos beijos que ele deixa em meu pescoço, descendo pelos ombros.

Ele levanta o olhar e me encara sorrindo. Nossos olhares presos um ao outro, vejo sob a luz do sol sua íris verde escura diminuindo de acordo que sua pupila dilata. Ele cola novamente nossos lábios.