Capítulo 8

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Amélia

-Filha, por favor, não desapareça.

-Mamãe eu não vou, prometo.

Me despeço da minha mãe com um beijo, enquanto a vejo entrar em seu carro e ir embora.

Alguns segundos se passam e eu me pego parada feito uma porta do lado de fora do restaurante, bem no meio da calçada movimentada. Pessoas indo e voltando na minha frente, o barulho do trânsito, pessoas chamando taxis...

-Ei, olha por onde anda moça.

Sou obrigada a me movimentar e sair do meu transe, antes que alguém com pressa acabe esbarrando em mim.

Pego meu celular na bolsa, são 16 horas. No mesmo segundo como telepatia, o nome de Júlia aparece na tela, aperto o botão atender.

-Amélia, cadê você? Eu deixei alguns documentos com o Nate mais cedo, o nosso projeto ficou ótimo, vi que você não voltou para a empresa.

-Eu vim almoçar com a mamãe, não consegui voltar ainda.

-Aconteceu alguma coisa?

-Não, apenas almoçamos.

-Tá legal... eu acho. Ei, acho que estou te vendo.

Olho para a rua no sentido do trânsito e vejo a Land Rover vinho cortando a faixa e encostando em frente a calçada.

-Quer uma carona gatinha? -Júlia grita abaixando os vidros.

-O que tá fazendo por aqui? -pergunto enquanto abro a porta do carro e me sento.

-Eu estou indo ao shopping, preciso de uma roupa nova.

-Você diz isso o tempo todo -começo a rir- mas vou com você.

Vejo os lábios dela se abrirem em um enorme sorriso. Ela coloca os óculos de sol e avança com o carro pelas ruas movimentas.

Se tem uma coisa que eu não tenho paciência e ficar andando, e andando, e andando sem destino, estamos a horas passando de vitrine em vitrine, Júlia me fez entrar em inúmeras lojas. Minhas mãos estão cheias de sacolas com sapatos, alguns sapatos e mais sapatos... ah e um chapéu.
Eu não uso chapéu, mas Júlia tem esse dom de te fazer acreditar que vai precisar desse chapéu.

-Vem vamos entrar nessa, é a última eu prometo -ela diz me arrastando para uma loja escura.

-Eu estou morta, já comprei o que precisava e até um chapéu, vamos agora.

Ela me ignora e entra na loja.

-AMÉLIA VEM LOGO.

Reviro os olhos e entro, é inútil ir contra ela dentro de um shopping.

A loja é bem bonita, a maior parte de peças que estão expostas são vestidos noturnos.
Tubinhos, brilho, paetê, decotes... caminho na direção de um que está em um manequim, é curto, de brilho, alças extremamente finas e um decote bem impressionante nas costas.

-Vai experimenta, vai ficar maravilhoso em você -ela entra na minha frente - o que acha desse azul?

- É perfeito, sabe que azul combina com você - ela dá pulinhos enquanto abraça o vestido.

-É, eu sei. Vem vamos experimentar - ela me puxa para dentro de um provador.

Eu experimento o vestido e fico encarando o reflexo. É muito lindo, e meio ousado.
O modelo abraça meu corpo com muita sensualidade. Júlia invade meu provador enquanto me analisa de cima a baixo.

-Se você não comprar eu compro -Sua voz é séria.

-Como se você não fosse usá-lo mesmo que eu compre. -Começo a rir, enquanto me vejo no espelho novamente.

AméliaOnde histórias criam vida. Descubra agora