Capítulo 11

263 26 5
                                    

ARMANDO SAVÓIA

— Parece que ela está se enturmando. – Sebastian se aproxima com cautela, mantendo os braços atrás do corpo ao comentar. Não o respondo, apenas balanço a cabeça para sua fala. – Peço desculpas pelo meu ato vândalo, dias atrás.

— A primeira-dama lhe forçou à isso? – questiono, ao perceber como Harper nos olha a distância. Assim como minha mãe, a minha cunhada gosta da nossa união como família e jamais permitiria que algo nos afastasse.

— Parcialmente. Por outro lado, eu quis vir até aqui. – me surpreendo com o que ele diz, acabo movendo a cabeça em sua direção, erguendo uma sobrancelha. – Não faça essa cara! Você é meu irmão mais novo, sempre cuidei de você e o tive como melhor amigo.

— Você me culpava por ter tirado sua mordomia como filho único. – ingado divertido, retirando uma grande gargalhada do chefe da associazione.

— Isso também. Você era um bebê muito chato, chorava à cada minuto e não deixava eu chegar perto da mamãe. – sua mão toca em meu ombro – Mas você sempre foi meu melhor amigo, isso é algo indiscutível! Apenas tenho pena de Ágata.

— E por quê? – entro em sua brincadeira, cruzando os braços, esperando sua resposta.

— Você era insuportável. Esperamos que seu filho ou filha, não seja assim, ou Ágata que se cuide.

Gargalhamos juntos, como antigamente, quando éramos apenas dois meninos. Sempre cresci sendo apegado ao Sebastian, ele foi meu primeiro amigo e o melhor. Quando Giana foi crescendo, eu a vi como uma segunda irmã, daí vem nossa grande afinidade. No começo Beatrice ficou enciumada, mas logo ela foi entendendo como eu e minha prima nos dávamos bem.

— Vejo que cheguei em boa hora. – uma voz soa atrás de mim, quando me viro dou-me de cara com uma ruiva. Hope está com os fios avermelhados preços em um rabo de cavalo, usando sua típica calça preta de couro e uma regata preta.

Movo meu olhar até a pista de dança, encontrando Ágata ao lado de Harper. Minha esposa está belíssima em seu vestido de noiva, em estilo sereia, feito sob medida para ela. A mesma não viu nossos novos convidados, melhor assim, espero apresentá-la de forma mais formal aos nossos parentes do Canadá. Não que eles sejam pessoas ruins, apenas têm costumes diferentes.

— O que faz aqui, diaba ruiva? – Sebastian cruza os braços, mostrando sua autoridade como chefe.

— É bom revê-lo, Sebas. – Hope move a cabeça, fazendo o rabo de cavalo chicotear no ar – Aquela é a noiva?

— A única de branco! Não vê? – falo simples, fazendo a mesma abrir seu sorriso demoníaco.

— Irei conhecê-la. – ameaça dar um passo, mas seguro em seu pulso, fazendo a mesma puxar sua pistola e apontá-la em minha testa.

— Não me toque, priminho. – sussura, apertando mais a ponta da arma em minha testa.

— Acho melhor você abaixar a arma! – Sebastian saca a sua pistola também, apontando a mesma para a cabeça de Hope.

Hope abre um leve sorriso, como se fosse isso que ela tanto queria, uma guerra entre nossa família. Ela é filha de Melissa, a filha mais nova de Diana. Meus antepassados se dividiram em duas nações, Italianos e Canadenses. Meu bisavô, Ethan ficou com a liderança dos italianos, casando-se com Rosálie e tendo meu avô e Florence. Já Dilan ficou com os canadenses, casou-se com Mila e teve Diana, avó de Hope.

— Retire esse cano da cabeça de minha irmã, se não, será a sua caída no chao. – para completar a festa, ouço a voz de Aiden, irmão mais novo de Hope.

— A cabeça da sua irmã dará um belo infeite de mesa! Acredite. – Donato sorrri, apontando sua glock na cabeça de Hope.

— Meninos, meninos. Começamos com o pé esquerdo, não é? – Hope deboche, abrindo seu sorriso.

— O pé direito será quando eu explodir sua cabeça, gugino! – Nathan, irmão mais velho de Hope e Aiden, aponta sua arma na cabeça de Donato, que ergue a sobrancelha.

Per Dio! Faça algo, Salvatore. – minha mãe pede assustada, tirando um riso do meu pai.

— Acalme-se, mulher. Eles estão apenas se cumprimentando.

— Vamos acabar com essa palhaçada, tutto bene? – Beatrice fala, retirando sua glock da cintura e outra pistola da bota que usava de baixo do vestido longo. Ela aponta a glock na cabeça de Aiden, enquanto a pistola vai para Nathan – Abaixem as armas, se não, cabeças irão voar. E não estou dizendo ironicamente!

Beatrice sempre gostou de andar bem armada, lutou incansavelmente para poder ter sua iniciação como tanto desejava. Agora ela é considerada, juntamente com Jane e Hope, uma das mulheres mais perigosas da Europa. Pelo canto do olho posso ver os gêmeos, Mathias e Matteo, puxando suas armas e destravando as mesmas. Enquanto isso, Giordana retira sua adaga de uma fenda, na coxa.

Barulhos de tiros nos fazem abaixar, mas quando movendo nossos rostos na direção do barulho, encontramos Jane atirando em uma árvore. Ela usa um longo verde escuro, deixando sua barriga bem evidente por conta do tamanho. Ela move o olhar na nossa direção, nos desafiando em silêncio a continuar com a brincadeira.

Cugino! – Hope grita, correndo na direção de Jane, que abre seus braços para receber a ruiva.

Cousin! – Jane a chama, ainda a balançando em seus braços.

Todos começam a se abraçar. Nathan comprimenta Sebastian e Donato com um abraço lateral, enquanto Aiden roda Beatrice no ar, beijando seu rosto. Hope e Jane se aproximam sorridentes, mas desvio deles procurando uma ruiva que pode ter se assustado com o nosso show. Encontro o olhar da minha mãe, sem dizer nada, ela apenas move o indicador para baixo de sua mesa. Me aproximo com cautela, abaixando ao lado da mesa.

— Ágata? – chamo por ela, a mesma levanta a toalha branca e mostra o rosto vermelho de tanto chorar – O que houve, Agatinha?

— Não gosto de armas, tive medo por você, Armando! – seca as lágrimas teimosas, que insistem em sair – Na próxima, eu mesma te darei um tiro.

SubChefe - Nova Era 2 - ContoOnde histórias criam vida. Descubra agora