Capítulo 14

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AGENTE SARTORI

MARTINA! – O supervisor me grita novamente, como um maldito alto-falante. Agente Killes é nosso supervisor, um velho que se acha melhor que qualquer um aqui dentro.

Sou Agente da DIA, A diretoria de Investigação Antimáfia. Estou nesse ramo à mais de dez anos, sempre consegui prender associados da máfia italiana, já que os chefes parecem não se importa com seus subordinados na cadeia. Mas de alguma forma, eles sempre conseguem ser libertos em menos de uma semana, o que complica muito o meu trabalho.

— Sim, senhor? – me aproximo do Agente Killes, que faz sinal para que eu feche a porta do seu escritório, assim faço.

— Tenho um trabalho para você! Certeza que irá adorar. – ele joga uma pasta branca na mesa, me sento em uma cadeira pegando a mesma.

— O que é isso?

— O que faltava para prendermos o Savóia. – ele fala com autoridade, me deixando ainda mais feliz com isso.

Há quatro semanas atrás, enquanto voltava para casa, vi Armando Savóia em um bairro distante. Naquele dia estávamos atrás de uma ocorrência, que informava a localização de um corpo suspeito em um matagal. Mas quando voltávamos, me deparei com o Savóia matando um cara em um bar. Mesmo com uma grande vontade de prendê-lo, os oficiais não quiseram parar, dizendo que poderia ser apenas um engano.

Não seremos hipócritas, aquela família não chegou à riqueza de forma nobre. Mesmo que sua herança seja passada de muitas gerações, tendo uma grande empresa mundial que lhes trás lucros todos os dias, eles têm outros negócios por baixo dos panos. O presidente, a polícia local e a Câmara de deputados fingem não vê o quanto essa família é problemática para a Itália.

Cresci ouvindo meu pai dizer que eles não prestam, que a família é um grupo criminoso de anos atrás. O antepassado dos Savóia fundou a máfia junto com outros dois homens, os matando logo depois. Mas atualmente meu alvo é Armando e Donato Savóia, que aparentemente é um advogado corrupto. Infelizmente ninguém acredita nisso, menos o meu supervisor, que os odeia tanto quanto eu.

— Aí está um depoimento de agressão, estrupo e violência verbal. – ele fala sorrindo – Com isso indo há público, ele não conseguirá se safar com tanta facilidade.

— Já informou ao diretor? Quero ir eu mesma prendê-lo em sua casa! – abro um sorriso, sentindo o gostinho de estar certa.

— Melhor não falarmos com o Conti ainda, precisamos ter certeza de quê ele também não está sendo comprado por essa família maldita. – morde os lábios irritadiço – Chame um grupo pequeno, irei acionar a polícia local para acompanhá-los até a mansão dele. Mas se lembre, que ao ir, você estará marcada por eles.

— Desde quê ele esteja preso, nada mais me importa.

Não digo mais nada, apenas saio da sua sala com agilidade. Tendo minha arma e distintivo comigo, chamo alguns colegas de trabalho para ir comigo, mas decidirmos ir cada um em seu carro para adiantar o processo. Após o elevador me deixar no subsolo, caminho até meu carro, destravando o mesmo. Adentro no lado do motorista, fechando a porta em seguida.

Mas sou pega de supresa, com uma corda precionando meu pescoço. O ar foge dos meus pulmões com rapidez, ergo meu olhar para o retrovisor e fico supresa com quem vejo. Atrás do meu banco, puxando a corda para me sufocar ainda mais. Beatrice Savóia, irmã de Armando e gêmea de Donato Savóia. Jamais poderia imaginar que ela estaria envolvida. Meus olhos já estão quase se fechando, quando ouço ela sussurar:

— Olá, Martina! – ela sorri pelo retrovisor – Uma pena não podermos nos divertir, mas me espere no inferno!

SubChefe - Nova Era 2 - ContoOnde histórias criam vida. Descubra agora