ÁGATA SAVÓIA. – meses depois.
— Não acha que minha barriga está muito grande? – questiono, olhando novamente para o meu vestido verde musgo atrás do espelho no closet. Armando aparece logo atrás de mim, avaliando também.
— Não tenho total certeza. Quando minha mãe estava grávida dos meus irmãos, ficou exatamente assim com poucos meses.
— Mas não é a mesma coisa! Sua mãe esperava dois bebês, eu apenas espero um. E também, estou quase com nove meses. – respondo – Como você se lembra tão bem dessa época se era apenas um menino?
— Me lembro de muitas coisas da minha infância, principalmente que eu amava brincar com Giana e Sophia. Mas quando Sophia começou a crescer, decidiu fazer intercâmbio na Inglaterra e não mantivemos contato.
— Sophia é filha da sua tia Emília, estou certa? – ele apenas confirma com a cabeça, me deixando intrigada – Pelo pouco que me lembro dela em nosso casamento, elas também são ruivas. De onde veio essa genética?
— A mãe do tio Anthony era ruiva, mas um tom de ruivo forte mesmo. Antigamente nossa família só agregava ha loiros, por conta da Rosalie e Ethan que eram primos e se casaram.
— Nunca compreendi isso. Primos geneticamente deveriam ser impedidos de terem filhos, pela facilidade de má formação do feto. Porquê permitiram que eles se casassem?
— Não foi da vontade deles. Naquela época, estavam tentando conter o problema que outras famílias queriam entrar na família principal. Muitos se passavam por Savóias em festas, reuniões e até na alta sociedade. – Armando se senta no estofado em meu closet, abrindo seu terno cinza e deixando a blusa social a mostra. – Então para não haver mais esse problema, decidiram casar Ethan com alguém da família, assim os genes loiros não se perderiam.
— E realmente não se perdeu. – brinco – Todos vocês carregam esses genes, mesmo tendo mães de aparências diferentes, ainda sim, continuam carregando o loiro de olhos verdes. Muitas pessoas na internet dizem quê vocês eram descendentes de bruxas e por isso são tão belos.
— Já ouvi essa teoria antes, quando fui em uma entrevista e fizeram essa mesma pergunta. – ele se levanta, atravessando o closet e se aproximando de mim. Armando encaixa o rosto no meu pescoço, respirando fundo cheiro da minha pele, enquanto suas mãos brincam com minha cintura. – Então você tem a plena certeza de que nosso bebê poderá ser um belo loiro de olhos verdes. Algum problema nisso, Agatinha?
— Nem um pouco! Na realidade, é o meu maior desejo – me viro na sua direção, ficando de frente para ele – Quero que nosso filho ou filha seja a sua cara, que quando eu o olhe, veja você.
— Assim você alimenta ainda mais o meu ego. – suas mãos tocam meu rosto com cuidado, aproximando nossas bocas em um beijo sutil. Ele explora minha boca, se alimenta ainda mais do nosso beijo. – Você é minha! Nunca se esqueça, entendido?
— Eu..
— Ágata? – ouço Giana me chamar, batendo na porta do nosso quarto em seguida. Meu olhar ainda está focado em Armando, que agora engole seco e se afasta de mim, indo atender sua prima. — Ah, oi! Pensei que Ágata estivesse...
— Estou aqui, Giana! – chamo sua atenção, fazendo a loira desfilar até meu closet. Giana está belíssima usando seu vestido gola alta, longo na cor vermelha, contendo uma fenda na parte de trás. Os cabelos loiros preços em um rabo de cabelo, tendo cachos nas pontas.
— Pensei que tivesse desistido! Harper me enviou pessoalmente para buscá-los, esse é o primeiro Natal com os nomes integrantes da família e não podemos perder nenhum segundo. – a loira sorri, olhando para Armando que balança a cabeça, pegando sua arma e coloca na cintura. – Está lindíssima, Ágata! Esse vestido verde combina com seus cabelos ruivos.
— Muito obrigada, Gi! Você está magnifica.
— Agradecida. Agora, podemos ir? – sorri de canto – Por favorzinho.
Sem respondê-la começo a sair do quarto sendo acompanhada por meu marido e sua prima. Desço as escadas com cuidado, agora que minha barriga está consideravelmente maior, preciso redobrar o cuidado. Minha gravidez está indo muito bem, me mantenho longe da alta sociedade, não vou aos eventos sociais da mafia e prefiro manter assim.
Minha vida antes de casar com Armando era simples e pacifica, então, faço de tudo para que ela se mantenha assim. Não quero mudar quem eu sou, somente pelo sobrenome que agora tenho. Não acho isso certo comigo e nem com o meu bebê. Ele nascerá em berço de ouro, mas será ensinado os valores da vida e que nem tudo teremos de mão beijada.
Harper também está distante da mídia. O pequeno Vito já está com quase dez meses, mas ela prefere manter a imagem dele longe dos tabloides, e não posso julgá-la por isso. Nesses quase nove meses que estou casada, minha vida mudou radicalmente! Meu envolvimento com Armando vem caminhando para um lado diferente em mim. Não o vejo apenas como pai do meu bebê, é como se aquilo que eu sempre quisesse estivesse, finalmente, acontecendo.
Armando é uma pessoa extraordinária. Muito atencioso e carinhoso comigo! Vejo como ele trata pessoas de fora, e com certeza posso afirmar que ele é completamente diferente em casa e com a família. Ele é naturalmente reservado, preferindo manter sua vida pessoal longe dos olhos da sociedade. Diferente de outros membros da família, que gostam de ir a público, em festas e manter nossa imagem sempre a vista de todos.
— Finalmente chegaram! – dona Analese aparece sorridente, me rodeando com um abraço apertado – É tão bom vê-la carregando meu neto ou neta.
— Obrigada, Ana! Não sei o que seria de mim ser você. – devolvo o abraço, meu olhar cai sobre a sala onde todos estão e vejo que Jane também está aqui. – Só um momento, já volto.
— Tudo bem, querida. – ela logo volta a conversar com a senhora Belle e Safira.
— Oh, querida! – Jane se levanta com calma do sofá, colocando Lorenzo no colo de Giordana e me abraçando em seguida. – É tão bom vê-la, você não tem noção como estou feliz por você!
— Obrigada, Jane. Estava com saudades!
Nos minutos seguintes me sentei com as meninas para conversar. As babás se aproximaram para pegar Lorenzo e Vito das mães. Antonella está lindíssima em seu vestido vermelho, no colo do pai, que conversa com os homens em um canto afastado da sala. Armando de vez em quando me dá algumas olhadas, como se quisesse saber se estou bem por aqui. Logo dona Analese aparece mandando todos para a mesa de jantar.
Como um bom natal italiano, primeiro foi servido uma entrada de massas. Que foi repleta de brincadeiras e memórias antigas, sem duvidas os Savóia é uma família muito unida. Logo após, no prato principal, serviram carne de carneiro à molho madeira.
— Mathias, o que seria isso em seu pescoço? – Bea pergunta, apontando para uma mancha de batom na gola da blusa social do primo.
— A marca do amor, prima! Um dia você saberá.
— Não se faça de inocente, Mathias. Todos nessa mesa sabe que Beatrice é mais esperta que você tem assuntos sexuais. – Jane responde ao primo, que faz os homens da mesa olha-lá com supresa – O que? Vocês são tão iludidos assim? Per Dios!
— Que papo é esse, Bea? – Donato bate na mesa, me fazendo da um sobressalto pela surpresa. – Me diga que Jane está apenas brincando!
— Se brincar agora é falar a realidade.. – Gio põe pilha, sendo cutucada pela irmã que a manda se calar.
— Onde aprendeu sobre isso? – meu marido pergunta questionador, querendo realmente sua resposta.
— Não queria interrompê-los, mas.. – Dona Analese diz, se levantando e batendo levemente na taça de vinho. – Já é meia-noite! Buon Natale!
— Buon Natale! – todos se levantam, erguendo seus braços ao ar e gritando juntos. Armando me ajuda a ficar de pé, segurando minha cintura.
— Eu te amo, Agatinha – sussurra em meu ouvido – Esse é apenas o primeiro natal de muitos ao seu lado!
— Eu também te amo, Armando! Estou apaixonada por você.
THE AND
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SubChefe - Nova Era 2 - Conto
RomansaVol.2 Nova Era - Série da Máfia Armando Savóia, um verdadeiro galã de novela; assim ele é conhecido por toda a mídia e por trás dos panos brancos, ele é o subchefe da maior associação criminosa do mundo. Ágata, uma menina que sofreu muito na infânc...