Capítulo 02 - Saudade ✔

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Pov Ardena

Às vezes o amor dura, e às vezes ele acaba. Eu descobri naquele dia que a dor te acompanha e ela nunca para de te atrapalhar.

Meu sono foi interrompido quando algo vibrou por debaixo do meu travesseiro, obrigando-me a abrir os olhos. A escuridão ainda assolava os cantos daquele quarto no auge da madrugada. 

— Que merda é essa?! — queixei-me ao tatear o lençol.

Desbloqueie o aparelho, e percebi que havia 13 ligações perdidas — um fato que demorou a ser notado pela sonolência —, que decidi ignorar. O sono era mais forte do que a minha curiosidade. O coloquei no criado mudo e voltei a dormir. Ele vibrou novamente.

Ah, que droga! — xinguei. — Me deixe dormir! — supliquei impaciente o pegando em minhas mãos, e assim que meus olhos encontram a tela uma mensagem surgiu:

Brian❤
03:23 AM

"Abre a janela".

Eu deveria me alegrar por receber uma mensagem de Brian, mas aquele era um momento inoportuno.

— Quê?! Abrir a janela?

Os sons irritantes das pedrinhas se chocando contra o vidro da janela esclareceram a minha dúvida. Arrastei meus pés para fora da cama e com dificuldade segui em direção aos sons que persistiam em quebrar o silêncio da noite.

Ergui a parte inferior do vidro e o prendi na trava deixando que o ar gelado soprasse pelo cômodo escurecido. Olhei para baixo e um sorriso enorme tomou conta de meu rosto, era ele. E aquela imagem foi o bastante para fazer valer a pena toda e qualquer noite mal dormida.

— Brian! — exclamei alto.

Shhh! Eles vão acabar escutando e quem se ferra sou eu — repreendeu subindo a escada na lateral do meu quarto, que se mantinha ali propositalmente.

— O que faz aqui? — perguntei animada o ajudando a adentrar no quarto. Seu perfume logo inundou o ar. Doce e marcante. — Ai! — grunhi ao sentir meu dedo ser prensado entre o marco da janela e sua mão.

— Desculpa, foi sem querer — ele disse com um sorriso malicioso no rosto.

Encarei seus lábios curvados pouco iluminado. Ele era tão bonito, principalmente quando sorria. Seus olhos estavam escuros e brilhosos. Eu quis beijá-lo ou apenas registrar aquele momento com a minha câmera.

— Você fez de propósito?! — questionei desacreditada.

Oh amor, me desculpa. Deixa eu dar um beijo para sarar — lamentou aproximando seu rosto do meu, lentamente, me deixando imobilizada. Eu ainda sentia o frio na barriga toda vez ele insinuava que me tomaria em seus braços.

— Acho que é a mão que está doendo, não a boca — sussurrei quando meus olhos se fecharam ao sentir seus lábios resvalarem os meus, seus braços fortes rodearam a minha cintura me tomando para ele. Seu toque me deixava absorta. Eu me sentia única e plena. Uma de suas mãos deslizaram  pelas minhas costas até o pescoço para aprofundar o beijo, sua língua traçou um rastro firme sobre meu lábio inferior, instintivamente a concedi para que explorasse cada canto da minha boca.

Permanecemos assim, em sincronia, até que os meus pulmões aclamaram por ar, sua testa aquecia a minha a espera de mais um beijo.

— Senti sua falta — sussurrou encarando-me seriamente.

Lua Imortal - Dezessete Encarnações 《1° Livro》Onde histórias criam vida. Descubra agora