Lua Imortal - Dezessete Encarnações 《1° Livro》

Capitulo 22 - Ausente

Pov. Asher

Havia se passado 18 minutos que me encontrava no escritório, imóvel. Eu havia beijado Ardena.

Mas diferente do que ela pensou, não tinha feito aquilo para faze-la assinar o contrato, em um momento quis beija-la, não apenas em um momento, tenho que confessar.

Não sabia o porque tinha tido tal atitude, apenas sabia o quão havia gostado.

Por um instante me veio a mente que todas as vezes em que precisava de Ardena, eu resolvia a seduzir, porém todas as vezes que cometia esse erro era sempre eu a ser seduzido. Mas diferente das outras tentativas, desta vez não consegui resistir a ela. Seus lábios eram como um imã, quando me aproximava, eles me puxavam para si mesmos, eram tentadores demais para não serem provados.

Para Ardena, era como se eu fosse um cafajeste irresponsável com privilégios Reais. Conseguia ver sua repulsão para comigo a todo momento, sua raiva ao me olhar dizia que me odiava profundamente. Mas... algo havia mudado, quando seus olhos encontravam os meus, transmitia tranquilidade assim como o seu sorriso, que me transmitia alegria.

Ardena era como uma arma para mim, como uma bomba atômica preste a explodir em minhas mãos.

Ela está destruindo o meu escudo, aos poucos o vejo se partindo em pedaços. Sinto que a hora para o ver derreter completamente está a chegar, sabia que esse dia chegaria, mas Ardena está o antecipando perigosamente. Porém não consigo evita-la, e o pior que sempre demonstro o quanto sua presença me afeta.

Ela havia se tornado a minha fraqueza.

Meu olhar se vai a frente e vejo-me refletido no espelho enorme preso a parede. Olhando para aquele reflexo, percebo que há um garoto, um meleque fingindo ser um homem. A Farda Real é um mero detalhe comparado a quem o veste.

- Quem me tornei?! Um homem ou um Príncipe?! - pergunto a mim mesmo.

- Os dois - escuto uma voz e me viro em sua direção. Era Allan.

Instintivamente corrijo minha postura e levanto minha cabeça, não poderia mostrar insegurança aos meus súditos, menos ainda aos meus amigos.

- O que está fazendo aqui Alteza?

- Vim para tomar um ar, um momento a sós - minha frieza era necessária naquele momento.

- Compreendo Alteza, mas devemos voltar ao Salão para a coroação. Está pronto? - seu sorriso ao final era animador.

- Estou. Sempre estive - digo ao passar por ele que se encontrava encostado ao batente da porta.

- E para ser um Rei também está?

Demorei um pouco para responder devido a importância da pergunta.

- Fui treinado para isso. Está na hora de enfrentar a realidade. Fui criado para ser um Rei e está na hora de começar a me comportar como um.

- Sinto muito. É muita pressão...Vai dar tudo certo - vejo que estava sendo sincero.

Me viro a caminho dos corredores até chegar a porta do Salão Principal. Estava com medo, mesmo tendo ensaiado minha vida inteira para essa cerimônia, ainda assim estava nervoso.

Respiro fundo e faço um movimento para os guardas abrirem as portas. Em seu interior todos prendem seus olhos em mim, inclusive Ardena que estava ao final do tapete vermelho a esquerda.

Caminho olhando para o altar onde vejo a coroa. Ali estava a tão desejada Coroa, está onde todos queriam, mas apenas um a possuiria.

As cerimônias de coroação eram dividas em duas partes. Uma no palácio e outro na igreja. Na primeira como um homem solteiro e na segunda como um homem casado, no caso, ela é feita após o matrimônio ser consumado.